A Toyota Portugal iniciou hoje as pré-reservas do novo GR Yaris no nosso país. A troco de um sinal de 500 € é já possível reservar uma das três versões. Disponível em vermelho, branco ou preto, a gama inicia-se com o GR Yaris Standard, com o preço de 45 090 €, o qual inclui equipamento como o AC automático, as jantes de 18″, os bancos desportivos e a iluminação LED.
Por 48 990 € acedemos ao apetecível pack Extreme Rally, que disponibiliza as jantes forjadas com pneus Michelin Pilot Sport 4S, os dois diferenciais autoblocante Torsen, uma suspensão mais desportiva e pinças de travão vermelhas.
Por fim, temos ainda a versão Extreme Premium, mais focada no conforto, com head-up display, avisador de ângulo morto, sensores de estacionamento, sistema de navegação e som JBL. Esta versão do GR Yaris tem um preço igualmente de 48 990 €. Fica apenas a pergunta no ar. Valerá a pena pensar em conforto num Toyota GR Yaris ?
Mas afinal o que é o Toyota GR Yaris?
Engana-se quem pensar que é uma versão desportiva do Yaris, vulgo um hot-hatch. Na realidade estamos perante uma versão de homologação para rali, tanto na categoria R5 como no WRC, onde competirá a partir de 2022.
Assim, os técnicos da Toyota juntaram-se à estrutura que Tommy Makinen tem na Finlândia e desenvolveram este GR Yaris, até porque o GR vem de Gazoo Racing, naturalmente. Tal como o Toyota Yaris GRMN que ensaiámos na Escape Livre Magazine Nº71.
Este é o novo SUV da Toyota. O Yaris Cross!
A Toyota revelou o que tinha previsto para o Salão de Genebra. O seu novo B-SUV integra a família Yaris e garante robustez, versatilidade e… eficiência!
Do Yaris só mesmo o nome…
Do citadino Yaris que vemos regulamente nas estradas esta equipa aproveitou… nada! Bom, os faróis e o tablier são os mesmos mas até a fábrica é diferente. Este GR Yaris é produzido em Motomachi, no Japão, numa linha de montagem própria.
A grande vantagem de partir de uma folha em branco é não ter de fazer concessões com impacto na performance. Assim, a carroçaria passou a ser de três portas e o tejadilho foi substancialmente rebaixado e executado em carbono. Manter o peso contido e uma aerodinâmica bem trabalhada foram pontos de partida essenciais, até porque essa é uma virtude do atual Yaris WRC. As portas, capot e mala são feitas em alumínio.
O chassis é totalmente à medida, coisa que só um banco de órgãos de um construtor tão grande (e com tanto orçamento…) como a Toyota podia permitir. Na prática temos a junção das plataformas GA-B e GA-C na qual, simplificando, podemos dizer que a dianteira é de um Yaris, mas a traseira é baseada no Corolla, até por causa da tração integral. Deste modo, a suspensão traseira é independente mas numa configuração de triângulos sobrepostos para melhor guiamento das rodas. Esta conceção mantém as rodas mais tempo no asfalto, melhorando a tração e a estabilidade mesmo em pisos mais degradados. Há também reforços noutras zonas do chassis e o peso total é de 1280 kg.
Tração é integral… mas tem truque!
Sobre a tração, e bem ao jeito dos ralis, teria que ser integral, mas com um set-up muito particular. A Toyota optou por montar um diferencial central no qual o controlo das suas embraiagens é efetuado eletronicamente. Esta escolha permite um sistema leve, mas muito rápido a repartir potência e binário entre os eixos, que no limite pode ser de 100% na dianteira ou 100% na traseira. Existe ainda um comutador manual de repartição de potência com três opções, a saber:
- Normal (60% Frente / 40% Atrás)
- Sport (30% Frente / 70% Atrás)
- Track (50% Frente / 50% Atrás)
A versão Extreme Rally acrescenta ainda dois diferenciais Torsen (um por cada eixo) para controlar de uma forma ainda mais precisa a repartição de binário esquerda/ direita. Uma raridade em modelos de estrada, só nos recordamos da sua utilização nas versões finais do Focus RS. Aliás, tal como no Focus RS o diferencial traseiro tem uma relação ligeiramente inferior ao dianteiro, ou seja, as rodas traseiras giram mais depressa, de forma a eliminar qualquer subviragem que exista, um sintoma comum em desportivos de tração dianteira com sistemas Haldex, por exemplo.
Motor é recordista
Para propulsionar o GR Yaris a Toyota concebeu um novo motor de 1.6 litros que debita 261 cv e 360 Nm de binário de um três cilindros turbo! Os 0-100 km/h correm em 5,2 segundos e a velocidade máxima é de 230 km/h.
Perfeitamente encaixado no regulamento R5 este 1.6 l apresenta valores de potência recorde no mercado. Este nível de rendimento só é possível com a utilização de tecnologias e componentes especiais, tais como uma refrigeração majorada, e a cabeça de admissão maquinada, um requinte manual impensável em linhas de produção de larga escala.
O turbo é também específico deste motor e tem o veio assente em rolamentos, o que gera menos atrito e, consequentemente, melhor resposta ao acelerador. Este ponto é fundamental porque os motores tri-cilíndricos costumam ter volantes-motor relativamente pesados, o que diminui a velocidade com que o ponteiro das rotações desce. Algo que só poderemos confirmar em estrada. Acontecimento que aguardamos ansiosamente…
A caixa do GR Yaris é manual de seis velocidades e o travão de mão é manual. Não vá ser preciso recorrer a este num gancho mais apertado… #adartudo
Se o todo for superior à soma das partes, está aqui um dos carros de 2020. Se ficou entusiasmado com esta lista de atributos, saiba que é apenas mais um de muitos. No setor automóvel, e no capítulo dos carros que nos fazem sonhar, não se fala atualmente de outra coisa…