Cá dentro ou lá fora não faltam automóveis mais ou menos bizarros, mais ou menos especiais, mais ou menos raros. Pode até ser aquela versão que sempre quisemos ter na garagem! Ás vezes é só para ver… mas também há as compras de impulso! Quem não tem aquele amigo ou familiar que já o fez? A vontade é sempre adicionar mais um e nunca vender… Assim nasce esta rúbrica, exclusiva para ti, subscritor da nossa Newsletter “Livre Trânsito”.
Depois de na semana passada termos trazido o Porsche 911 2.7 Carrera MFI Targa, esta semana vamos até um pocket- rocket que teve uma existência discreta mas deixou boas memórias a quem o experimentou! Nós incluídos! Ainda hoje é conhecido aqui na nossa redação pelo “Special One”!
Quando falamos de utilitários convertidos em desportivos provavelmente recordamo-nos de marcas francesas, mas esta semana o país é outro. Vamos até Inglostadt, Alemanha… Na altura descrevemos o génio por detrás do desenvolvimento deste automóvel com a frase “De génio e louco, todos temos um pouco!”
Audi S1, um pocket-rocket germânico
A marca alemã, parte do grupo Volkswagen, explorou nas últimas décadas a utilização da tração integral Quattro nos seus modelos. Quando decidiu entrar no segmento A com um produto premium, desenvolveu uma versão desportiva deste pequeno… utilitário, o Audi S1!
Contudo, as alterações foram muito mais profundas do que apenas uma dose de potência extra, jantes especiais e alguns retoques estéticos. As verdadeiras alterações que tornam este carro o “Special One”, não estão à vista.
Um chassis “só para ele”
Em virtude de possuir um orçamento vasto para investigação e desenvolvimento, a Audi pegou na plataforma do A1 e modificou-a consideravelmente para receber um sistema de tração integral Haldex. Mudou ainda a suspensão traseira para um esquema independente e alterou geometria e largura dos eixos. O nível de alterações face à versão base ainda é bastante grande, o que à partida não faria sentido para um automóvel com vendas tão diminutas. O que é surpreendente é que a Audi arranjou um bom motivo para o produzir. Ao que constatámos, foi apenas porque sim!
Para compor o ramalhete, a Audi montou o motor 2.0 l TFSI a gasolina numa especificação com 231 cv, exclusivamente acoplados a uma caixa manual de seis velocidades. O chassis só está presente neste Audi S1 e numa edição limitada do VW Polo.
Especial, e analógico!
O modelo é de 2014, mas nós só lhe pusemos as mãos em cima em 2015 (já passaram 6 anos….). Foi nessa altura que percebemos que o todo era bem superior à soma das partes, e este arsenal tecnológico deu ao Audi S1 um comportamento… como dizer… fora de série!? Com muito motor e um chassis neutro e equilibrado, o S1 tinha limites (muito) altos e uma subviragem muito reduzida. É um carro muito analógico, o que agrada a um petrolhead como nós. Caixa manual, travão de mão mecânico e muita, muita tração! Por outro lado, o conhecido motor do grupo VW tem uma enorme margem de progressão motivo pelo qual já se encontram poucos em estado original. Os originais têm especial valor!
Com um preço em novo próximo dos 50 000 € o Audi S1 foi sempre uma visão pouco comum nas estradas nacionais. A unidade que aqui deixamos, num bonito azul é uma dessas. Tem a particularidade de ser nacional, está totalmente original, e tem apenas 30 mil quilómetros. Para além disso é uma das últimas unidades que foram produzidas.
As fotos do anúncio não são as melhores mas acredita… este é um carro memorável para ter na garagem!
Boas memórias na Serra de Montejunto
Trava-se tarde, aponta-se o S1 para o interior da curva, e esmaga-se o acelerador… somos brindados com uma ligeira deriva às quatro rodas, mas a saída é ainda mais rápida!
Nuno Antunes in Escape Livre Magazine Nº61
Acreditem que, nos altos e baixos da Serra de Montejunto onde fomos testar o Audi S1, vivemos momentos que podiam ter sido retirados de uma especial do Rali de Portugal. Nessa altura o Audi Quattro era o de Walter Rohl…
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Até à próxima semana!
