Hoje de manhã lá fui eu para a rotina semanal de ir buscar mais um carro para ensaio. Só aqui no nosso site já são quase 150 ensaios. Esforçamo-nos por manter aqui todas as novidades, e talvez por isso seja a secção mais lida. Para isso, “fartamo-nos” de conduzir… Chegamos a fazer mais de 2000 km em 48 horas! Bom, desta vez fui de Smart até lá… Não sou o maior fã, mas reconheço lhes o sentido prático para o “deixar em qualquer lado”.
Depois de estacionado, aguardo uns minutos até chegar ao pé de mim aquele que irá ser o protagonista do ensaio deste fim-de-semana. Mais um elétrico… ? Já não é uma questão de moda, mas sim de aceitar que já fazem parte do presente. Mas até aqui tudo bem, até porque na garagem da nossa redação já temos uma das soluções da ADN Energy para deixar todos os carros a repor baterias enquanto preparamos mais uns conteúdos. ? Uma solução à “prova de futuro”, porque os elétricos vieram para ficar. No nosso Instagram vamos dando conta disso, mas adiante…
Afinal, conduzo eu, ou conduzes tu?
Depois dos habituais ajustes dos espelhos, bancos, volante, computador de bordo a zero e mais uns pormenores do ritual que fazem parte do início de cada ensaio, lá arranco para a estrada, e foi aí que o martírio começou… Ainda estava a acenar ao segurança das instalações com um “bom fim de semana!” e já tinha ficado pendurado em frente ao portão com uma travagem automática de emergência. ?? Ainda estou para entender o motivo para tal… Não há nenhum STOP e não se avistava carro nenhum. Começa bem, pensei eu… ?♂️
A tentar recuperar do susto, nos 500 metros seguintes já tinham soado cinco avisos sonoros em dois tons distintos. Não estou a contar com o do cinto de segurança, que esse já não me apanha… Vim a perceber mais tarde que um foi por pisar o tracejado da faixa, o outro por ter ultrapassado os 30 km/h, velocidade máxima que foi lida ainda dentro do parque de estacionamento… ?♂️ Apesar de tudo gosto de tentar entender cada alerta!
Estou a tentar entender o funcionamento de alguns comandos quando me aproximo da primeira rotunda, e foi aqui que me ia saltando o coração! Assim que foi avistado um outro automóvel nas imediações da rotunda (bem lá ao fundo…) um apito histérico e uma mensagem em CAPS a vermelho a dizer TRAVE!!!
Garanto vos que apanhei um susto que chamei todos os nomes ao raio do carro. ?? Daquele ponto até à redação empenhei-me em tentar desligar TUDO o que era sistemas de faixas, alertas de colisão, avisos de velocidade, avisadores disto e daquilo, no total desliguei seis opções! ? ? Será a melhor opção? Para quem gosta e quer conduzir, SIM!
Conduzir sem alarmismos…
Aí sim, consegui fazer o resto da viagem a conduzir tranquilamente, usufruindo do silêncio e tranquilidade de um carro elétrico. Isto até porque entre tanta opção acabei por ativar também o modo de poupança de energia, o que não me permitiu ultrapassar os 80 km/h. Mesmo assim consegui desfrutar da condução. Sim, conduzir! O problema para mim é precisamente este, os carros atuais por vezes não nos deixam conduzir, e eu gosto de conduzir! Para além dos avisos sonoros, já intervêm no volante e no travão por exemplo…
Todos estes sistemas que atualmente encontramos nos carros são realmente úteis, mas quando permanecem calados e quietos, impercetíveis até ao dia em que, efetivamente, precisemos deles. Aí sim agradeço! A questão é que na prática, e na maioria dos casos, não é isso que acontece. Ao invés disso damos por nós a desligá-los imediatamente depois de arrancar o motor. Sim, porque por motivos de segurança, a maior parte não memoriza a última opção depois de desligar o motor.
Eu até agradeço toda preocupação destes com a minha pessoa, e já fui “salvo” uma ou duas vezes pelo alerta de colisão… mas o número de vezes que os sistemas intervêm sem qualquer necessidade, e por vezes até sem motivo aparente, é muitíssimo superior. Pior do que isso é que o fazem de uma forma demasiado irritante. ?
Deixem-me conduzir!
É por isso que várias vezes os nossos leitores nos comentam que estão satisfeitos com determinado modelo, exceto no que diz respeito aos sistemas de segurança. São intrusivos, intempestivos, alarmantes, histéricos e agressivos! Alguns chegam mesmo a caracterizá-los de perigosos para o trânsito, pela forma como agem na travagem.
No fundo era só isto que queria desabafar, ainda há quem goste de conduzir. A esses, deixem-nos conduzir! Se calhar é por isso que ando à procura de um clássico para o fim de semana. Sem avisos, alertas, luzes às cores e demasiada tecnologia a interferir na condução! Se tiveres alguma sugestão diz… ?