As duas corridas do E-Prix disputadas em Roma mostraram duas faces para António Félix da Costa. Lunar quando um furo o retirou da primeira corrida, solar após uma excelente recuperação até aos lugares pontuáveis. O piloto português da DS Techeetah não foi feliz na qualificação ao ficar no grupo de qualificação com menor aderência e ficou apenas no 18º lugar da grelha de partida. Um furo acabou com qualquer possibilidade de um bom resultado.
Na segunda corrida, o campeão em título deu festival de condução e aproveitando o novo motor da DS Techeetah, recuperou desde o 15º lugar da grelha até uma posição pontuável. Perante tantas adversidades, o sétimo lugar acabou por ser a recompensa possível para a exibição de António Félix da Costa.
Grande prémio acidentado
O Roma E-Prix foi uma verdadeira caixinha de surpresas. Houve acidentes em quase todas as sessões de treinos, corridas, literalmente, disputadas ao centímetro, golpes de teatro no final das corridas e um pelotão cada vez mais compacto. Se na qualificação para a primeira prova deste E-Prix, a “pole position” foi para Stoffel Vandoorne, piloto da Mercedes, a primeira surpresa estava reservada para a segunda qualificação.
A “pole position” foi para Nick Cassidy, piloto da Envision Virgen. Estreante na competição, ficou na frente de outro “rookie”, este da equipa Venturi, Norman Nato. Estas posições deveram-se, sobretudo, ao facto de ambos terem saído para a pista com condições ideais no asfalto. Ainda assim, uma excelente prestação do Campeão de Super GT e Super Fórmula.
A primeira corrida do Roma E-Prix terminou atrás do “Safety Car, o MINI Electric Pacesetter que já aqui falámos, e com um vencedor surpresa: Jean Eric Vergne. O colega de equipa de António Félix da Costa aproveitou o novo motor da equipa DS Techeetah para navegar pelos primeiros lugares e estar na hora certa no lugar certo. O francês conquistou a sua 10ª vitória na Fórmula E no final de uma corrida dominada por Stoffel Vandoorne.
Roma marca a estreia do novo “Safety Car” da Fórmula E
A corrida começou e terminou atrás do “Safety Car”, no primeiro caso devido ao ligeiro aguaceiro caído entre a qualificação e o início da corrida, o segundo graças a um acidente devido a um problema com o carro de Lucas di Grassi. O brasileiro abrandou de forma repentina na linha de meta e o acidente acabou por ser inevitável. Vandoorne desviou-se do carro de di Grassi e Nick de Vryes acertou-lhe em cheio, abandonando os dois.
Este incidente trouxe o “Safety Car” teve inúmeras consequências. Acabou com a possibilidade de Lucas di Grassi vencer pela 11º vez na Fórmula E, e estragou a recuperação de Stoffel Vandoorne. Ofereceu ainda a vitória a Jean Eric Vergne, seguido de Sam Bird e de Mitch Evans, que largando fora dos 10 melhores da grelha, conseguiram aproveitar os incidentes. Mas a maior recuperação foi de René Rast que saindo de 20º chegou ao 6º lugar.
Se a primeira jornada do Roma E Prix foi acidentada, a segunda foi absolutamente emocionante. Na primeira corrida Vandoorne acertou numa tampa de esgoto e acabou fora de prova depois de um acidente com o seu colega de equipa Nick de Vryes. Contudo, o piloto da Mercedes-EQ Formula E Team ganhou esta segunda corrida, redimindo-se assim do sucedido anteriormente.
O belga teve de controlar um “Safety Car” tardio que saiu da pista na última volta, convertendo isso numa vitória de 0,666s sobre o piloto da Mahindra, Alexander Sims. Isto numa corrida que, como sucedeu com a primeira manga, começou atrás do “Safety Car”. Quando este saiu da pista, foi o “rookie” Nick Cassidy a receber a liderança. Contudo, poucas curvas volvidas, um problema de “software” bloqueou os travões do seu monolugar enviando-o para um despiste.
Roma E-Prix muito disputado
Vários pilotos foram passando pela liderança no Roma E Prix, abandonando-a seja por saídas de pista, seja por problemas técnicos. A entrada em pista do “Safety Car” devido a um acidente de Lucas di Grassi arruinou a possibilidade de Pascal Wehrlein usar a vantagem de potência por ter passado pelo “Attack Mode”.
A partir daqui foi uma gestão da bateria dos monolugares por parte de Vandoorne e Sims. Tal sucedeu até que chegou o derradeiro “Safety Car” devido ao despiste de René Ras. Este conduziu a uma perda de peças do monolugar do três vezes campeão do DTM e à neutralização da corrida.
Assim, contas feitas ao campeonato, Sam Bird (Jaguar Racing) lidera com 43 pts. O piloto Mitch Evans (Jaguar Racing) conta com 39 pts e Robin Frijns (Envision Virgin Racing) na 3ª posição com 34 pts. António Félix da Costa (DS Techeetah) está no 10º lugar da competição volvidas três rondas, com 21 pts.
Por fim, entre as equipas, liderança pertence à Jaguar Racing (82 pts), seguida da Mercedes EQ Formula E Team (65 pts) e a DS Techeetah (46 pts). A próxima jornada dupla da Fórmula E (rondas 5 e 6) será realizada em Valência nos dias 24 e 25 de abril.