Para a história ficou a primeira vitória da Alpine e de Esteban Ocon que emergiu vencedor no meio do caos depois de uma enormíssima ajuda de Fernando Alonso. No dia em que a chuva lançou o caos no GP da Hungria, a Mercedes errou muito na estratégia e Valtteri Bottas fez tudo para ficar debaixo dos holofotes pelas piores razões, Esteban Ocon venceu uma das melhores corridas de Fórmula 1 dos últimos tempos. E os espetadores que encheram as bancadas deram por bem gasto cada cêntimo que pagaram pelo bilhete!
Mercedes e Red Bull de fora…
A 36º edição do GP da Hungria começou com a chuva a beijar o alcatrão abrasivo do Hungaroring e isso foi suficiente para que a Mercedes e a Red Bull não estivessem na luta pela vitória.
A primeira porque a “pole position” de Lewis Hamilton não serviu de nada e Valtteri Bottas fez o favor der dizimar pate do plantel e, particularmente, Max Verstappen, Lando Norris e Charles Leclerc. A segunda, porque sem ter culpa nenhuma foi impedida de lutar pela vitória.
Afinal, quem lutou pela vitória foi a Alpine e a Aston Martin, particularmente, Esteban Ocon e Sebastian Vettel, com o francês a conquistar a sua primeira vitória e a igualar o feito de… Fernando Alonso no GP da Malásia 2012, quando o espanhol saiu de 8º para vencer.
E já que falamos de Fernando Alonso, dizer que o espanhol fez uma extraordinária corrida, que não foi premiada com um pódio, mas entregou a vitória ao seu jovem colega de equipa, Esteban Ocon. E o piloto da Alpine juntou mais um recorde ao seu palmarés: a última volta que fez na liderança de uma corrida foi há 7 anos e 5 dias (2014). O anterior recordista do maior tempo decorrido entre voltas na liderança era Sergio Perez entre 2014 e 2020.
Alpine na frente!
A Alpine venceu pela primeira vez na sua história, Esteban Ocon ganhou o seu primeiro GP e liderou pela primeira vez uma corrida de F1, a Alpha Tauri rubricou a sua primeira volta mais rápida e a Mercedes registou o pódio 250.
O francês da Alpine não esqueceu a enorme ajuda de Fernando Alonso e no meio de muitas declarações, Ocon referiu que “parabéns também ao Fernando (Alonso) porque entendo que essa vitória também é dele devido a enorme batalha com o Lewis Hamilton.
Sebastian Vettel levou o Aston Martin ao segundo lugar – quando era mais rápido que Ocon, mas não encontrou forma de o passar – e subiu ao pódio pela 123 vez na sua carreira. Porém, menos de 1 litro de combustível no depósito do Aston Martin Mercedes, levou-o à desclassificação.
Assim, Lewis Hamilton, impressionante nas últimas voltas, mas travado por Fernando Alonso no caminho para a vitória, ficou em segundo e Carlos Sainz ficou com o 3º lugar.
Luta renhida
O britânico encontrou o seu anterior colega de equipa e o francês mostrou porque é um dos melhores do Mundo com 40 anos e explicou porque é que a Alpine o foi buscar. Foi um “corridaço” de Fernando Alonso que teve o seu ponto mais alto com a luta roda com roda com Lewis Hamilton. Luta que roubou a vitória ao campeão do Mundo e entregou-a em bandeja de prata a Estaben Ocon.
Mas tudo isto começou muito antes. Quando a corrida começou com um excelente arranque de Hamilton, com todos os pilotos a usarem os Pirelli Cinturato intermédios. Parece que o piso estava demasiado escorregadio e a curva 1 foi um verdadeiro caos!
Bottas arrancou mal e foi passado por Lando Norris que ficou à sua frente. O finlandês falhou o ponto de travagem e fez um jogo de “bowling”: entrou pela traseira do McLaren Mercedes, este foi acertar em cheio no Red Bull de Verstappen. E Bottas ainda conseguiu acertar no Red Bull de Sergio Perez!
Na confusão, Lance Stroll tentou passar pelo Ferrari de Leclerc… por cima da relva! Obviamente a única coisa que conseguiu foi colocar o monegasco fora de prova e o seu Aston Martin conheceu o mesmo destino. Não sem antes acertarem no McLaren Mercedes de Daniel Ricciardo.
Bandeira vermelha
Contas feitas, Sergio Perez, Valtteri Bottas, Charles Leclerc, Lando Norris e Lance Stroll ficavam fora da corrida e espalharam muitos detritos pela pista, forçando uma bandeira vermelha.
Quando a prova recomeçou, muitos danos para os carros de Ricciardo e Verstappen, Mick Schumacher no Top 10 e o holandês a ter de sair de 13º lugar. A FIA deu uma colher de chá à Red Bull e às outras equipas prejudicadas pela aselhice de Bottas, permitindo que trabalhassem nos carros durante a bandeira vermelha.
Mas o bizarro ainda não tinha chegado ao fim! Após os 25 minutos de interrupção, a pista secou, os pilotos vieram para a pista e imediatamente recolheram as boxes para mudar de pneus. E de uma forma absolutamente inusitada, tivemos direito à imagem do século: enquanto todos ficaram presos na via das boxes porque foram trocar de pneus, a Mercedes quis inovar e Hamilton ficou… sozinho na grelha de partida.
A imagem foi inusitada, mas a Mercedes tropeçou nos atacadores e deu queda feia. Hamilton teve de fazer a paragem depois, e de ser o primeiro – e único – no recomeço, caiu para… último!
Depois foi “Hammertime” para o campeão do Mundo que foi elevando a fasquia da volta mais rápida ora ultrapassando pilotos, ora beneficiando das paragens para trocas de pneus.
O ponto alto da corrida surgiu quando Lewis Hamilton teve de parar mais uma vez, ficando atras de Fernando Alonso. O espanhol deu um recital de pilotagem com um carro inferior ao Mercedes de Hamilton. Foram 10 voltas verdadeiramente deliciosas que acabaram com um ligeiro erro do espanhol e a ultrapassagem de Hamilton.
Objetivo cumprido!
Mas o objetivo estava cumprido: com estas dez voltas perdidas na luta com Alonso, Hamilton ficou sem chances de desafiar Ocon para a vitória.
O francês, mesmo assim, nunca esteve tranquilo, pois Sebastian Vettel queria dar a primeira vitória à Aston Martin e esteve muitas vezes em posição de passar pelo Alpine. Mas Ocon defendeu-se como um veterano e a vitória não escapou.
Hamilton conseguiu passar por um Ferrari de Carlos Sainz com os pneus nas lonas. Ainda assim, um bom terceiro lugar para o espanhol. Na frente de Alonso, que depois da refrega com Hamilton, relaxou e festejou com Ocon a vitória da Alpine, a 169ª de um motor Renault.
Destaque, ainda, para os excelentes 7º e 8º lugares de Nicolas Latifi e George Russell conseguiram ao volante dos Williams Mercedes.
Com o nono lugar, Max Verstappen salvou dois ponto (que podem ser importante) ao volante de meio carro que precisou de muitas voltas para passar um quarto de carro pilotado por Daniel Ricciardo.
Com o segudo lugar de Hamilton, Max Verstappen perdeu o primeiro lugar do campeonato de pilotos com Lewis Hamilton a entrar de férias sentado na cadeira da liderança.
Classificação GP Hungria
- 1º Esteban Ocon (Alpine Renault), 70 voltas em 2h04m43,199s;
- 2º Lewis Hamilton (Mercedes), a 2,736s;
- 3º Carlos Sainz (Ferrari), a 15,018s;
- 4º Fernando Alonso (Alpine Renault), a 15,651s;
- 5º Pierre Gasly (Alpha Tauri Honda), a 1m03,614s;
- 6º Yuki Tsunoda (Alpha Tauri Honda), a 1m15,803s;
- 7º Nicolas Latifi (Williams Mercedes), a 1m17,910s;
- 8º George Russell (Williams Mercedes), a 1m19,094s;
- 9º Max Verstappen (Red Bull Honda), a 1m20,244s;
- 10º Kimi Raikkonen (Alfa Romeo Ferrari), a 1 volta. Classificaram-se 13 pilotos
Campeonato de Pilotos
- 1º Lewis Hamilton, 195 pts;
- 2º Max Verstappen, 187 pts;
- 3º Lando Norris, 113 pts;
- 4º Valtteri Bottas, 108 pts;
- 5º Sergio Perez, 104 pts; Classificados 18 pilotos
Campeonato de Construtores
- 1º Mercedes, 303 pts;
- 2º Red Bull Honda, 291 pts;
- 3º McLaren Mercedes, 163 pts;
- 4º Ferrari, 163 pts;
- 5º Alpine Renault, 75 pts;
- 6º Alpha Tauri Honda, 64 pts,
- 7º Aston Martin Mercedes, 48 pts;
- 8º Williams Mercedes, 10 pts;
- 9º Alfa Romeo Ferrari, 3 pts;
- 10º Haas Ferrari, 0 pts