Existem várias histórias de carros que, por um motivo ou por outro, nunca circularam, ou então fizeram-no apenas no primeiro dia, numa viagem para o local onde repousaram anos a fio até um dia… Um dia em que de repente, pelo seu estado novo, imaculado, e pela ausência de quilómetros no odómetro, passam a ter um valor de mercado bem superior ao da primeira aquisição. Este Honda CRX conta uma dessas histórias…
São de facto vários os episódios que relatam “fenómenos” destes, mas poucos são aquelas que podem ser experienciados na primeira pessoa, como este que hoje aqui trazemos. Trata-se de um Honda CRX de 1990 que esteve parado desde o dia em que saiu do stand Santomar, concessionário Honda, algures durante o remoto ano de 1990.
Uma Cápsula do Tempo em forma de Honda CRX
Isso mesmo! Muito provavelmente está em Portugal o melhor Honda CRX que podemos encontrar, talvez o único que está verdadeiramente em estado novo. No odómetro marca 17 km (exatamente, 17 km, e não 17 mil km)! Mas se é no mínimo surpreendente ver um carro de 1990 com 17 km, é igualmente extraordinário poder ver todos os pormenores do carro que foram preservados e estão exatamente no estado em que se encontravam quando o carro foi entregue ao seu primeiro, e único, proprietário.
São detalhes como os autocolantes todos pela carroçaria intactos e legíveis, seja com indicação do combustível, da pressão dos pneus, ou do compartimento do motor. Já que falamos de motor, trata-se de um 1.6 l de 16 válvulas com 130 cv e que, neste caso, se encontra sem uma pinga de óleo. Tem 144 Nm de binário máximo às 5700 rpm, e um peso pluma em torno dos 1000 kg. Contudo, o bloco é capaz de 7300 rpm. Para a altura, os valores eram bastante acima da média e impunham algum respeito. Tanto assim é que também se contam outras tantas histórias que correram menos bem. Aparentemente este Honda CRX ficou parado estes 31 anos depois de o proprietário lhe ter ganho algum receio…
A dupla ponteira de escape brilha como no primeiro dia, e os tampões das rodas estão intactos!
Todo o compartimento do motor está como saiu de fábrica, com as ceras que habitualmente são colocadas para proteção da pintura. Aqui, apenas a bateria e o líquido dos travões não são os originais, ambos por motivos óbvios. Ou seja, todos os outros fluídos são ainda os originais. Os pneus Dunlop em jante 14″ com tampões são os originais e ainda que a borracha já não tenha naturalmente as suas capacidades na melhor forma, não se encontram danificados já que o proprietário teve o cuidado de o guardar durante todos estes anos, em cima de quatro preguiças.
No interior a viagem ao passado mantém-se com todas as descrições dos botões intactas. Muito provavelmente alguns botões nunca foram utilizados na vida como o de desembaciamento do vidro traseiro, ou até dos faróis de nevoeiro. O volante, criticado na altura pelas grandes dimensões, e a manete da caixa de velocidades não têm aquele brilho e aspeto de usado.
É inacreditável o cheiro a novo deste Honda CRX após 31 anos parado numa garagem
Os bancos tipo baquet com a inscrição do modelo, de veludo nesta versão, estão imaculados. Mais uma vez, e muito provavelmente, o do passageiro nunca foi usado. E o que dizer dos protetores dos tapetes com o nome do concessionário Santomar?
Como se isto tudo não fosse já quase inacreditável, pois muito provavelmente é um caso único no mundo, a outra boa notícia é que este Honda CRX está disponível para ser adquirido por um novo proprietário.
O modelo encontra-se à venda num stand em Lisboa com preço sobre consulta. Ao que parece o atual proprietário ficou sem a garagem onde o Honda CRX permaneceu todos estes anos. Contudo, não se pense que está disponível sequer pelo preço em novo. Afinal, é a única oportunidade de ainda poder adquirir um exemplar neste estado podendo ter o privilégio de lhe fazer a rodagem…