O sistema e:HEV híbrido do HR-V é um dos destaques do novo SUV da Honda, antecâmera da eletrificação total que está a caminho. O caminho rumo à mobilidade elétrica faz-se caminhando e a Honda sabe o que vai fazer na Europa: primeiro acabar com a venda de produtos não eletrificados, depois abandonar os motores de combustão em favor da propulsão elétrica.
O novo Honda HR-V surge como modelo charneira nessa estratégia. Está pronto para ser lançado na Europa, terá apenas uma motorização e essa será híbrida. Utilizará o sistema e-HEV com dois motores que, reclama a Honda, oferece um equilíbrio perfeito entre economia de combustível, baixas emissões e razoáveis performances.
Contas feitas, o sistema híbrido da Honda, que conta com a experiência de 20 anos na exploração de mecânicas híbridas e do envolvimento na F1, debita 131 cv e 253 Nm de binário. A casa japonesa reclama consumos, medidos segundo o protocolo WLTP, de 5,4 l/100 km o que reflete emissões de 122 gr/km de CO2.
Como funciona?
O sistema consiste em dois motores elétricos compactos que trabalham em conjunto com um motor de combustão interna i-VTEC 1.5 litros. Tem uma bateria de iões de lítio e uma transmissão de variação contínua acoplada a uma unidade de controlo de potência.
Esta motorização é a mesma do Honda Jazz Hybrid, mas aqui com o motor de combustão revisto e algumas alterações que resultaram num aumento de binário. O número de células de bateria também foi revisto, aumentando de 48 para 60, tendo em conta o tamanho do HR-V. Assim, permite um melhor armazenamento e distribuição de potência elétrica.
Apesar do aumento da bateria, o espaço interior não foi comprometido graças ao desenvolvimento do conjunto de baterias. Outra forma de distingue o sistema e:HEV é pelos três modos de condução que se alternam entre si para assegurar um desempenho otimizado de cada componente, em qualquer situação. A Unidade de Controlo Eletrónica alterna automaticamente e constantemente entre condução Elétrica, Híbrida ou Motor a Combustão, dependendo na qual é a mais eficiente para cada situação.
O HR-V pode fazer a gestão dos modos de condução de forma autónoma
Ao conduzir numa velocidade elevada, como em autoestrada, o sistema opera com o motor a combustão, sendo que este é o mais adequado para a situação. Se for necessário acelerar, por exemplo, numa situação de ultrapassagem, o veículo altera para condução Híbrida para uma potência adicional. Ainda, estando em condução Híbrida, a potência do gerador do motor a combustão pode ser redirecionada para a bateria, oferecendo benefícios de eficiência.
Há, ainda, o modo “Sport” que pode ser ativado através do selecionador de modos, permitindo uma aceleração mais precisa, enquanto o modo “Econ” está nos antípodas, ajustando o sistema de ar condicionado e a aceleração para um sacrifício total de conforto e performance pelo reduzido consumo.
O Normal é o mais racional, quando o veículo está mais equilibrado, podendo o condutor optar por qualquer um dos modos de condução com o toque num botão, podendo utilizar o modo B da caixa CVT para ter níveis de recuperação de energia quando circular “à vela” com pouca carga no acelerador. Dizer que o nível de recuperação de energia e a força resultante do efeito de desaceleração pode ser substancialmente maior se usar as patilhas atrás do volante.
Interior luminoso e acolhedor
A Honda refletiu sobre as necessidades dos utilizadores atuais e percebeu que tinha de oferecer ao HR-V um patamar diferente acima daquilo que vem propondo. Começou por definir o habitáculo assente em conceitos como luz e ar. Depois introduziu uma novidade: sistema de difusor de Ar, que introduz um fluxo de ar natural e com diferente orientação.
As saídas de ar são em forma de “L” e estão nos cantos superiores do tablier. Desta forma, reclama a Honda, todos os passageiros recebem uma brisa de ar natural.
Através de um botão é possível alternar entre três modos: o Normal, com fluxo de ar direcionado para a frente, o modo “Air Diffusion System”, que cria um fluxo de ar suave, e o modo Close, que fecha o fluxo de ar.
Quando o modo Air Diffusion System é selecionado, direciona o ar ao longo das janelas dianteiras, criando uma cortina de ar pela lateral e por cima dos passageiros. O ar que passa no teto cria um vortex delicado e não impacta diretamente nos passageiros. No verão, o calor transmitido pelas janelas laterais é bloqueado pela cortina de ar formada ao redor dos passageiros dianteiros e traseiros. O mesmo acontece no inverno. Os passageiros traseiros beneficiam, também, do ar projetado pela consola. A junção destas funcionalidades assegura, diz a Honda, uma temperatura interna constante, em quaisquer condições.
O habitáculo do HR-V não faz cedências ao sistema híbrido para manter os pergaminhos da Honda no que toca ao espaço interior e versatilidade. Os bancos traseiros foram recuados 30 mm e têm uma inclinação adicional de dois graus, oferecendo mais espaço para as pernas e maior conforto.
Enfim, o lançamento do Honda HR-V será deveras importante para a casa japonesa, pois entra diretamente num segmento rentável onde as inovações e a tecnologia são muito bem cotados pelos consumidores.