Sebastien Loeb rubricou, hoje, a sua 15ª vitória em especiais no Dakar, oferecendo à Prodrive de David Richard e à BRX o primeiro sucesso em etapas da competição. Nas motos, Barreda Bort venceu e trepou na classificação. O dia acabou por ser mais simples que o esperado, principalmente depois do verdadeiro caos lançado pela muita chuva que caiu durante a noite. Caos esse que forçou a mudança do acampamento de Al Artawiyah para Qaisumah. Esta mudança levou à anulação da etapa para o Dakar Classic e transformou a etapa maratona numa tirada normal.
Etapa 2: Hail – Al Qaisumah
Assim, a segunda etapa do Dakar 2022, os 338 quilómetros entre Hail e Al Qaisumah ganharam outra dimensão e logo desde o arranque se percebeu que Nasser Al-Attiyah não iria conhecer um dia fácil. Sebastien Loeb, acompanhado, agora, por Fabian Lurquin, seguiu os passos do piloto da Toyota Hiliux GR DKR.
E tal como tinha dito no dia anterior, desfrutou do espetáculo que é seguir Al-Attiyah, mas superando o piloto do Qatar logo no primeiro controlo, naquela que seria a tendência da etapa.
Contas feitas, Sebastien Loeb venceu a sua 15ª etapa do Dakar, deu a primeira vitória em especiais à Prodrive e reforçou o seu segundo lugar na classificação geral a menos de dez minutos de Nasser Al-Attiyah, depois de lhe ganhar 3m28s. O terceiro mais rápido foi um enfurecido Carlos Sainz. O espanhol levou o Audi híbrido ao lugar mais baixo do pódio a quase seis minutos do vencedor da etapa, mas o quase sexagenário piloto não estava nada satisfeito com o que se passou no dia anterior.
A navegação na primeira etapa obrigou Carlos Sainz a perder mais de duas horas para os líderes.
Para lá de irritado com o facto da FIA não ter dado um BoP favorável ao Audi (mais pesado que os T1+) também estava furioso com os problemas de navegação que muitos encontraram no dia de ontem.
Peterhansel foi o quarto mais rápido da especial de hoje, depois de ontem ter chegado já de noite ao acampamento após ter ficado imobilizado na pista. Um toque numa pedra tornada invisível pelo pó arrancou a roda traseira esquerda do Audi Q RS e-tron. O francês teve de esperar pelo camião de assistência, mas resolveu os problemas do carro e esteve à partida da segunda etapa e rubricou o quarto tempo a quase oito minutos do vencedor, Sebastien Loeb. Na geral estás a quase 24 horas do líder.
Portugueses no Dakar 2022
Entre os portugueses, Miguel Barbosa foi 49º na especial de ontem e saiu para a especial de hoje na mesma posição a 2h28m59s de Nasser Al-Attiyah, uma posição abaixo daquela que ocupava Carlos Sainz.
Benediktas Vanagas e Filipe Palmeiro foram 18ºs na etapa, enquanto Vaidotas Zala e Paulo Fiúza foram 21ºs. Na geral, é Paulo Fiuza o melhor dos portugueses no 15º lugar, Filipe Palmeiro está no 18º posto.
Rui Gonçalves surpreendeu, mas Barreda venceu entre as motos
Aos comandos da Sherco, o português Rui Gonçalves surpreendeu com um andamento veloz que lhe permitiu assumir a liderança da corrida até aos 118 km de prova. Joan Barreda Bort estava a tentar recuperar de dois dias menos positivos e a partir do km 165 tomou conta da corrida, com o português a perder andamento.
No final, o espanhol da Honda ganhou a etapa com mais de cinco minutos de avanço para Sam Sunderland (GasGas) e quase seis minutos para Kevin Benavides (KTM). O líder da prova e vencedor das duas primeiras etapas, Daniel Sanders (GasGas) não foi muito feliz e terminou o dia em 23º, perdendo a liderança que, agora, está nas mãos do seu companheiro de equipa na GasGas, Sam Sunderland.
O britânico tem 2m51s de vantagem para Adrien Van Beveren (Yamaha) e 3m29s sobre Daniel Sanders.
O melhor português na etapa acabou por ser Joaquim Rodrigues (Hero) com um excelente sexto lugar a pouco mais de 10 minutos de Barreda Bort. Rui Gonçalves acabou por falhar alguns “waypoints” e foi penalizado em 15 minutos, dando valente trambolhão na classificação da etapa para lá dos 25 primeiros.
Na geral, Joaquim Rodrigues subiu para o 18º lugar. António Maio é 29º (a 1h04,45s) e Rui Gonçalves é 48º (a 2h07m44s), Alexandre Azinhais é o 71º (a 3h13m24s) e Mário Patrão é 84º (a 4h09m43s), Bianchi Prata é 87º (a 4h19m00s).
Mário Patrão enfrenta a categoria mais dura do Dakar, Original by Motul
Mário Patrão participará no rali mais duro do mundo sem qualquer tipo de assistência Motul, patrocinador pela 5ª vez consecutiva do Dakar.
Nos Quad, liderança para Laysvidas Kancius, seguido de Pablo Copetti e Alexandre Giroux, após uma etapa ganha por Manuel Andujar.
Kamaz domina camiões, portugueses brilham nos LW Proto
A classificação dos camiões neste Dakar 2022 continua dominada pelos Kamaz e na tirada de hoje, quatro Kamaz ocuparam os quatro primeiros lugares. Karginov venceu a etapa na frente de Sotnikov, Nikolaev e Shibalov. Loprais e o seu Praga voltaram a ser os melhores dos outros. Com este resultado, os Kamaz ocupam os quatro primeiros lugares da geral com Sotnikov na frente de Nikolaev, Karginov e Shibalov, os quatro a caberem em menos de 30 minutos.
Loprais vem já a 31 minutos e no quinto lugar está o melhor dos Iveco com Van Kasteren.
Mario e Rui Franco foram 9º na etapa de hoje entre os LW Proto, tirada ganha por Guillaume de Mevius na frente de Lopez Contardo e de Eriksson. Contas feitas à geral entre os LW Proto, lidera o chileno Lopez Contardo, seguido de Sebastien Eriksson e Pavel Lebedev. Mário e Rui Franco são 10ºs classificados.
Seth Quintero voltou a não ser feliz e ficou parado com 300 km de especial com problemas mecânicos, perdendo a liderança depois de duas vitórias consecutivas em especiais.
Entre os SSV, vitória para Michal Goczal, seguido de Austin Jones e Rodrigo Luppi de Oliveira. Luís Portela Morais e David Megre foram 16º na etapa e Rui Oliveira e Fausto Mota ficaram no 24º lugar. A prova é comandada por Austin Jones, seguido de Goczal e Luppi de Oliviera, com os portugueses a serem, respetivamente, 11º e 20º da geral.
Amanhã corre-se a terceira etapa do Dakar 2022 com largada e final em Al Qaisumah, um total de 381 km com 255 deles disputados contra o cronómetro. Será mais um “festival” de dunas, com uma segunda parte mais rápida e técnica à imagem das especiais do Mundial de Ralis. Gestão dos pneus e uma boa navegação serão essenciais para tentar a vitória, mas com a vantagem de não ser a segunda metade de uma etapa maratona, depois da inundação do acampamento de Al Artawiyah ter deslocado o acampamento de Al Qaisumah.