Pneus. Quando trocar? Como escolher? Onde mudar?

Os pneus são o único ponto de contacto do automóvel com a estrada, por isso devem ser escolhidos de forma consciente e de acordo com a utilização.

É um facto e que não deve, de todo, ser descurado. Os pneus são o único ponto de contacto do automóvel com a estrada. Se pensarmos bem, ainda antes de qualquer sistema de segurança (se existir), são os pneus que nos vão garantir a aderência com a estrada. Do lado oposto, se estes não estiverem em condições, também serão os primeiros a porem em risco a nossa segurança. Por exemplo, perante uma situação de aquaplaning, os pneus podem ser decisivos para perder, ou não, o controlo do automóvel. Deste modo, ficam aqui alguns conselhos…

Em primeiro lugar, ajustar o tipo de pneus ao veículo, ao tipo de condução, e à utilização é o mais relevante. Isto, para além naturalmente da correta manutenção dos mesmos. Sim, os pneus requerem manutenção, mas já lá vamos…

Pneus

Em segundo lugar sabemos que grandes marcas apostam muito no desenvolvimento dos seus pneus pelo que nem se deverá colocar em causa a diferença de qualidade e eficácia de um pneu premium face a um pneu de “marca branca”. Não se deixe levar apenas pela durabilidade. É fácil fazer um pneu que dure muito mais tempo, o que é difícil é conseguir um compromisso entre a durabilidade e a eficácia já que para haver segurança tem de haver aderência (grip). Consequentemente, terá que haver desgaste do pneu. Importante também recordar que os pneus devem ser sempre iguais no mesmo eixo e que devem ser sempre trocados aos pares.

É na pequena área de borracha que está em contacto com a estrada que tudo acontece. Travagem, tração, comportamento, direção e conforto.

Pneus indice de velocidade

Ademais, é na parede do pneu que podemos encontrar toda a informação sobre o mesmo. Com efeito podemos confirmar as medidas do pneu, a marca e modelo do fabricante, assim como os índices de carga e velocidade. Surpreendentemente, até a data de produção (semana e ano). É também através de toda a informação constante na parede dos pneus que podemos constatar que um determinado pneu tem uma especificação própria para um determinado construtor automóvel, o que tem vindo a ser cada vez mais recorrente.

Mecanica Artigo Pneus



Imagem retirada do site autopecasonline24.pt

Tipos de pneus

Inegavelmente é importante ter consciência que os pneus, sendo todos pretos e redondos, não são todos iguais. Quer pelo tipo de borracha, quer pelo tipo de piso ou pelas suas capacidades mais relevantes, cada um se adequa melhor a determinado tipo de utilização. Por conseguinte, adaptar os pneus ao tipo de condições – pneus de verão ou inverno – pode também fazer toda a diferença na condução e segurança.

Importante é perceber que existem pneus que se adequam melhor a cada tipo de veículo, de condução ou de condição da estrada.

  • Pneus de verão;
  • Pneus de inverno;
  • Para todas as estações;
  • Reforçados (XL);
  • Desportivos ou de baixo perfil;
  • Anti-furo;
  • Pneus off-road;

Pneus de Verão

São os pneus mais usados e comercializados no nosso país, cujas temperaturas são maioritariamente amenas. São pneus para serem utilizados com temperaturas acima dos 7ºC, e ainda que naturalmente sejam utilizados em piso seco e molhado, poderão não ser tão eficazes no escoamento de água.

Pneus de Inverno

Mais do que permitirem um melhor escoamento de água, os pneus de inverno adequam-se essencialmente em zonas geográficas onde não só as temperaturas são baixas (inferiores a 7ºC já que a partir daqui a borracha perde flexibilidade, algo que se agrava abaixo de 0 °), como também existe a possibilidade de encontrarmos neve ou gelo, na estrada. São identificados pelo símbolo 3PMSF (3 Peak Mountain Snow Flake) que se caracteriza por um floco de neve numa montanha com três cumes. Devido às ranhuras adicionais no piso, podem produzir mais ruído de rolamento. Se utilizados em temperaturas mais altas e a velocidades mais elevadas sofrem um desgaste prematuro já que a borracha é mais macia. Não há bela sem senão…

Para todas as estações (all season)

São, cada vez mais, utilizados por quem vive em zonas que arrefecem significativamente no inverno com probabilidade até de neve já que, ao contrário dos pneus de inverno, estes estão feitos para um bom compromisso ao longo das quatro estações. Desta forma é um pneu que pode ser usado durante todo o ano sem comprometer em temperaturas mais baixas. São reconhecidos pelas letras M+S (mud and snow). É o caso dos Weather Control da Bridgestone, eleito produto do ano por mais do que uma vez.

Reforçados (XL)

Os pneus reforçados, normalmente identificados pela sigla XL, são pneus reforçados para suportarem uma maior carga. Um pneu XL possui uma subestrutura mais estável, além de uma carcaça com muitas camadas. Normalmente são utilizados em veículos comerciais de mercadorias ou pesados.

Desportivos ou de baixo perfil

A “altura” da parede do pneu é medida a partir do aro até à extremidade. É uma proporção percentual da largura do mesmo. Num pneu 205/45 R17, significa que a altura deste pneu é 45% da largura do mesmo. Até ao máximo de 50% da largura do pneu o pneu é considerado pneu de baixo perfil. Na grande maioria dos casos são pneus largos e utilizados em automóveis desportivos. Naturalmente que face às vantagens de maior superfície de borracha e consequente maior aderência, existem todas as desvantagens no conforto de rolamento e na menor resistência a impactos. Por outro lado apresentam ainda uma maior rigidez, uma boa estabilidade lateral e uma aparência mais interessante.

Pneus anti-furo

São pneus também cada vez mais utilizados em equipamento de origem. Principalmente desde que as marcas querem poupar peso e dinheiro em pneus suplentes. Os pneus anti-furo, normalmente conhecidos por Run Flat ou RFT, têm uma estrutura reforçada para que sejam capazes de rodar a velocidades moderadas mesmo sem ar. Desta forma permitem que, após uma situação de furo, a condutor possa se deslocar até a uma estação de serviço ou oficina de pneus sem grandes incómodos e sem a necessidade de substituir o pneu de imediato. São particularmente interessantes para quem viaja de noite e/ou com crianças. Como exemplo temos os DriveGuard da Bridgestone, capazes de percorrer 80 km a uma velocidade máxima de 80 km/h.

Off-road;

Bridgestone Dueler AT001

Por fim, não vamos aqui entrar em detalhe sobre o tipo de pneus para fora de estrada, até porque isso daria outro artigo. No entanto, fica a indicação que para uma utilização frequente fora de estrada existem pneus bem mais adequados, com níveis de resistência muito superiores. Fiquem só com a nota de que neste capítulo, para veículos 4×4 e SUV, existem pneus AT (All Terrain), HT (Highway Terrain), e MT (Mud Terrain).

Manutenção dos pneus

Como dissemos no início, os pneus não são algo para o qual só devemos olhar após o primeiro susto. Existem diversos fatores que devem ser periodicamente verificados. Falamos principalmente do desgaste e/ou envelhecimento do piso, e da pressão.

Desta forma deixamos também alguns indicadores que poderão alertar para a necessidade da substituição dos pneus, como por exemplo:

  • Profundidade do piso;

Os fabricantes de pneus utilizam marcas especiais para identificar o nível crítico de desgaste de pneu, normalmente apelidados de “avisadores”. Seja como for, a profundida mínima deverá ser, de uma forma geral, 1,6 mm. Para pneus de inverno recomenda-se pelo menos 4 mm.

  • Envelhecimento da borracha;

Pequenas fendas na parede lateral do pneu, ou mesmo no piso, denunciam um envelhecimento da borracha. Se por outro lado encontrar fendas grandes, é sinal que que os pneus devem ser substituídos de imediato. Deve estar igualmente atento à descamação da superfície do pneu.

  • Data de validade;

Sim, os pneus também têm uma data de validade. Como já referido, na parede do pneu encontrará certamente a data de produção (semana/ano). Deve considerar um valor médio entre 5 e 6 anos. Mais do que isso já dependerá de outros fatores. Contudo, mais de 10 anos já está fora do permitido por lei. Utilize também esta dica quando comprar pneus novos. Certifique-se que não lhe estão a vender pneus com mais de um ano de data de produção.

  • Pressão;

A pressão errada, quer para mais quer para menos, é a principal culpada por um desgaste anormal nos pneus. Para além da falta de segurança, a pressão insuficiente causará também um desgaste mais acentuado nas extremidades do pneu. Em contrapartida demasiada pressão levará a um desgaste superior ao centro do piso. É certo que hoje em dia o sistema TPMS (tyre pressure monitoring system), que alerta para a pressão insuficiente em pelo menos um dos pneus, é obrigatório em automóveis novos, ainda assim não confie apenas nestes sistemas que, como qualquer outro, podem falhar. A pressão correta normalmente é encontrada na zona interior de uma das portas, na tampa do combustível ou, em último caso, no manual do proprietário.

Por conseguinte, não se esqueça de:

  • Verificar regularmente a pressão (pelo menos uma vez por mês);
  • Verificar regularmente o desgaste;
  • Adequar o tipo de pneus às condições de utilização;

Onde mudar os pneus?

A montagem dos pneus nas jantes, e respetiva equilibragem, é igualmente importante. Uma montagem mal feita pode levar a danos no pneu que podem colocar a segurança em risco. Existem vários aspetos a ter em conta, pelo que deve recorrer sempre a uma oficina especializada. Só para exemplificar, existem pneus cujo piso é unidirecional, significa que devem ser montados apenas numa direção. Do mesmo modo os pneus anti-furo (Run flat) carecem de uma máquina específica já que as telas que compõem a parede do pneu são muito menos flexíveis na montagem.

Assim, certifique-se de que a oficina a que recorre tem mão de obra qualificada e equipamento adequado.

Informação

Este é o terceiro artigo da secção “Mecânica“, que a partir de agora te vai explicando todos os detalhes sobre várias peças automóveis com o intuito de te alertar para a importância e função de cada uma delas.