A 90ª edição do Rali de Monte Carlo teve como destaque a luta entre os dois pilotos que venceram 17 dos últimos 20 campeonatos do Mundo de Ralis. Quem ganhou foi Loeb, mas a luta foi… intensa! Quando chegou ao fim do Rali de Monte Carlo , Sebastien Loeb ainda não sabia que tinha acabado de ganhar pela 8ª vez da prova monegasca.
Rubricou assim a sua 80ª vitória no Mundial de Ralis e destronou Bjorn Waldegard como o piloto mais velho a ganhar no WRC. Ofereceeu a Isabelle Galmiche o seu primeiro sucesso no WRC na sétima prova do mundial que disputou.
Sebastien Loeb tornou-se, também, no mais velho a liderar uma prova do WRC. Passou a ser o piloto com mais vitórias em troços no Monte Carlo, desempatando com Walter Rohrl. Finalmente, ofereceu à Ford o seu 92º sucesso no Campeonato do Mundo de Ralis.
Híbridos foram um sucesso
Enfim, foi um fim de semana espetacular para os amantes dos ralis! Estes agora ficam a suspirar pelo facto de Sebastien Loeb e Sebastien Ogier não estarem a tempo inteiro no WRC 2022.
Por outro lado, os adeptos dos ralis têm de ficar felizes já que a estreia dos novos carros híbridos foi um enorme sucesso. São velozes, complicados de pilotar adicionando à sofisticação da tecnologia o talento dos pilotos. Eles que passaram a estar despojados de várias coisas. Por exemplo, da aerodinâmica que colava o carro ao chão e do diferencial central ativo que regulava o carro a seu belo prazer.
O Rali de Monte Carlo, a cumprir a sua 90ª edição foi um sucesso. Revisitou o Turini à noite e passou pelo Sisteron. Pedaço de estrada aberta no inverno exclusivamente para a prova e que, fiel à tradição, reclamou algumas vítimas. Esculpiu-se, assim, uma prova com quase 300 km de troços cronometrados.
Vitória decidida nos últimos troços
A vitória no Monte Carlo foi decidida nos dois últimos troços e a sorte de campeão, desta feita, não quis sorrir a Ogier. Um furo na penúltima classificativa derreteu como gelo ao sol a vantagem 24,6 segundos, transformando-a num atraso de 9,5 segundos. O francês da Toyota ficava com os 14,26 km da “Power Stage” para chegar à 9ª vitória no Principado. Porém, nervoso, Ogier arrancou cedo demais para o troço e o sistema eletrónico de partida averbou-lhe 10 segundos de penalização. Um erro pouco comum para o oito vezes campeão do Mundo.
Sebastien Loeb queria assegurar o resultado para a M-Sport Ford. Na “Power Stage” não arriscou um milímetro e chegou à tomada de tempos com 9 segundos perdidos para o seu rival. Contas feitas, o piloto do Ford Puma Hybrid ganhou o rali por 0,5 segundos, que se transformariam em 10,5 segundos com a penalização de Ogier!
Hyundai infeliz, Ford no topo
Se na Toyota e, particularmente, na Ford os sorrisos eram rasgados, na Hyundai era diferente. Era hora era de arrumar a tralha e regressar a Alzenau. Com um mau resultado na bagagem e muito para fazer no i20N Rally1.
Os pilotos da casa sul coreana não se entenderam com o carro, este exibiu forte subviragem e com alguns erros aqui e acolá, apenas Thierry Neuville chegou ao final da prova. Mas só depois de mais uma vez ter de recorrer aos seus conhecimentos de mecânica para reparar uma suspensão partida que quase o colocou fora de prova.
Fora de prova ficaram Ott Tanak – arriscou fazer o Sisteron coberto de gelo com pneus para piso seco e não evitou uma saída de estrada – e Oliver Solberg. O filho do campeão do Mundo de Ralis de 2003 não evitou um despiste que atirou o i20N Rally1 para um buraco de onde só saiu com a ajuda dos espetadores, redesenhando a frente do carro. Um fim de semana para esquecer para a Hyundai.
Elfyn Evans também não foi feliz. O piloto da Toyota teve um rali de altos e baixos, que culminou com um despiste que o deixou fora dos pontos. Um começo com o pé esquerdo!
Fora da luta pela vitória também ficaram Craig Breen e Kalle Rovanpera. O primeiro estava a fazer a estreia a tempo inteiro no Mundial com a M-Sport Ford e ficou em terceiro. O finlandês não se entendeu com o carro e perdeu muito tempo nos dois primeiros dias. Como ganhou a “Power Stage” ficou na frente do piloto da Ford.
E por falar na Ford, Gus Greensmith chegou ao mundial de 2022 com dois objetivos: vencer pela primeira vez um troço do Mundial de Ralis e conquistar o primeiro pódio. O primeiro deles já foi alcançado com a vitória na sétima prova especial de classificação, Guillaumes/Peone/Valberg, com 13,49 km de extensão.
O britânico ficou no quinto lugar deste Rali de Monte Carlo, seguido de Theirry Neuville, Andreas Mikkelsen e de Takamoto Katsuta.
Na classificação do WRC2, foi o piloto da TokSport, Andreas Mikkelsen quem começou da melhor maneira a defesa do título conquistado em 2021. Foi seguido de uma das maiores promessas dos ralis, o checo Erik Cais e de Nikolay Gryazin.
A próxima prova do Mundial de Ralis 2022 será o Rali da Suécia nos dias 24 a 27 de fevereiro.