Começa esta quinta-feira o campeonato mundial de rali de 2022, com o mítico Rallye de Monte Carlo. O arranque do WRC 2022 traz consigo uma das maiores mudanças de regulamento da história do desporto, com o objetivo de trazer cada vez mais e melhor competição ao lugar mais alto dos ralis. Novos carros, novas unidades motrizes e mais motivos de interesse.
Dakar Classic. Do Porsche 911 ao Peugeot 205, passando pelo Lada Niva!
Foram um dos grandes atrativos deste ano no Rally Dakar. As máquinas de outrora no Dakar Classic, fizeram sucesso por terras sauditas.
O clássico “Monte” em ano de comemoração
O ano de 2022 marca a 90ª edição do Rallye de Monte-Carlo. A mítica prova já pouco tem a ver com o seu formato original, que via os concorrentes saírem de vários pontos da europa, numa competição até ao principado, mas nem por isso perdeu o seu apelo.
Aquele que é o rali mais “glamouroso do mundo”, segundo o Clube Automóvel do Mónaco, continua a representar um dos maiores desafios para os pilotos do campeonato. As estradas, frequentemente geladas, que rodeiam o território monegasco e a facilidade com que, mesmo os mais experientes, podem cometer erros, são um clássico ingrediente deste rali.
Este ano, a prova volta a abrir o calendário do WRC 2022 e será, também, a primeira oportunidade para vermos as novas máquinas do campeonato do mundo.
(R)evolução às quatro rodas no WRC
Uma nova era, que há muito se esperava. A eletrificação no mundial de ralis tardou mas chegou. Depois dos dois outros principais campeonatos do mundo FIA, F1 e WEC, os bólides da terra batida adotam agora motorizações híbridas de última geração.
A potência elétrica, fica a cargo de uma unidade de 100 kW, de fornecedor único para todas as equipas. A esta junta-se o motor 1.6 litros, para permitir picos de potência até 500 cv. A parte térmica deste conjunto de potência é, também, a única que transita, inalterada, dos anteriores regulamentos. A carga das baterias é feita a partir da regeneração em travagem, ficando a gestão da entrega de energia a cargo dos sistemas eletrónicos.
Com o objetivo de simplificar a construção dos carros, reduzir custos e assim atrair mais fabricantes para a competição, a FIA introduziu ainda diversas alterações aos restantes componentes dos carros.
A categoria ganha também uma nova designação, Rally 1, ao invés da antiga denominação World Rally Car (WRC).
Poucas novidades nos construtores
O alinhamento das equipas mantem-se inalterado, contando-se apenas três, depois da saída da Citröen.
Como tem vindo a ser hábito, a M-Sport mantém-se como única equipa privada no campeonato, ainda que com o histórico apoio Ford. Os Ford Puma Rally 1 terão ao volante, durante toda a temporada, Craig Breen, Adrien Formaux e Gus Greensmith. A eles junta-se ainda Sebastian Loeb para o Rallye de Monte-Carlo.
A Hyundai mantém a sua equipa oficial mas com alterações de grande monta. Andrea Adamo que conduzia os destinos da equipa, abandonou o posto de diretor no final do ano passado por razões pessoais, pondo fim a uma relação que durava desde 2019. Quanto aos pilotos, mantém-se a dupla Neuville/Tanak, com Oliver Solberg a partilhar o terceiro I20N Rally 1 com o espanhol Dani Sordo durante a temporada.
Já por terras nipónicas, a equipa chefiada por Jari-Matti Latvala entra no ano de defeso com Elfyn Evans e Kalle Rovanpera a tempo inteiro. A eles junta-se, também, o piloto de desenvolvimento Takamoto Katsuta. O campeão em título, Sebastian Ogier, não irá defender o título já que se decidiu por uma participação em part-time, partilhando o GR Yaris Rally 1 com Esapekka Lappi.
Uma grande diferença em todos os carros, é a adoção de um chassis tubular ao invés de se basearem num modelo de estrada, já existente. Esta construção é, assim, específica para competição e permitirá também aumentar os standards de segurança.
De qualquer forma, e para teres sempre presente todas as informações de carros equipas e pilotos, o nosso colega e colaborador José Manuel Costa tem um guia do WRC 2022 com 30 páginas muito completo, e que podes descarregar aqui.