Apesar de muitos problemas, as duas Renault 4L do Team Renault 4L 60th Anniversary Portugal chegaram ao final do Rali Safari Clássico. Pedro Matos Chaves e Marco Barbosa e António Pinto dos Santos e Nuno Rodrigues da Silva, cumpriram a missão de chegar ao final do mais duro rali clássico do mundo. As duas Renault 4L chegaram ao final, mas sofreram tratamentos de polé e as histórias foram mais que muitas. Ambas chegaram ao fim e Pinto dos Santos conseguiu terminar em 39º lugar entre 41 concorrentes, ficando Pedro Matos Chaves no último lugar.
Duas Renault 4L alinham no East African Safari Classic Rally pela mão de portugueses
O Renault 4L celebra 60 anos e um par de pilotos veteranos vai levar dois exemplares do carro francês a um dos mais duros ralis de clássicos do mundo.
Condições extremas, preparação mínima
Temperaturas diárias de 40 graus… Quase cinco mil quilómetros percorridos em nove dias de Safari Clássico… Pisos demolidores que exigiam cumprir uma média de 75 km/h, para um automóvel com preparação ligeira, 34 cv de potência e velocidade máxima de 120 km/h! Porém… as duas Renault 4L chegaram… ao final!
Ainda assim, o espírito foi sempre positivo e as duas equipas provaram que a Renault 4L tem uma fama que é absolutamente verdadeira. São, mesmo, à prova de tudo!
Pedro Matos Chaves, bi-campeão nacional de ralis e ex-piloto de velocidade que chegou a estar na Fórmula 1, foi acompanhado de Marco Barbosa, responsável pela agência de comunicação Atelier do Caracter. Já António Pinto dos Santos, que andou pelo Mundial de Ralis com a Renault 4L, fez-se acompanhar poer Nuno Rodrigues dos Santos, navegador no mundial de ralis Grupo N.
Missão do “Team Renault 4L 60th Anniversary Portugal”
A missão do projeto Team Renault 4L 60th Anniversary Portugal não tinha nada a ver com prestações ou resultados. Apenas celebrar o 60º aniversário de um dos mais icónicos automóveis de sempre e elevar o nome de Portugal num continente que muito diz aos portugueses.
E a verdade é que entre vários Porsche e outras máquinas requintadas e preparadas à custa de muito investimento, as duas Renault 4L lusitanas deram nas vistas e recolheram a simpatia de organizadores e público. Aplausos, manifestações de carinho, presença constante nos vídeos da organização e muita solidariedade dos concorrentes, “empurraram” os dois veículos até ao final.
Um ritual diário que se colou às muitas histórias que foram sendo colecionadas pelos membros das duas equipas.
Dias difíceis para as Renault 4L
Apesar disso, dias houve em que o sacrifício foi impressionante. O percurso do Safari Clássico foi duro e cansativo para quem estava ao volante de carros pensados para ajudar os camponeses. Problemas foram às mãos cheias. Quebra de amortecedores, semi eixos, radiadores, enfim, uma interminável lista de dores de cabeça.
Ainda assim, os órgãos vitais nunca registaram qualquer problema, deixando evidente a fiabilidade de um carro com dezenas de anos de trabalho e utilização. De acordo com a equipa AMSPort, responsável pela preparação das duas Renault 4L, acabaram por ser os amortecedores, peças que não eram de série, a dar dores de cabeça. No dia de descanso, voltaram os amortecedores de origem. Imediatamente acabaram os problemas!
“Foi uma aventura gigantesca” – António Pinto dos Santos
O melhor classificado foi António Pinto dos Santos que, no final da aventura, destacou a impressionante resistência da Renault 4L.
A participação no Safari Classic e o facto de termos os dois carros à chegada de um dos ralis mais duros e difíceis do mundo só reforça a validade do projeto industrial da Renault 4. Que se iniciou há 60 anos e que fizemos questão de vir comprovar ao Quénia, num fantástico evento. Foi uma aventura gigantesca, onde nunca nos preocupamos com a classificação. Porém, enfrentamos, como é natural, alguns problemas. Com os amortecedores e o radiador. Além disso, tivemos três furos. Porém, conseguimos a proeza assinalável e em que muitos não acreditavam de terminar a prova. Aliás, esta foi a 45ª participação num rali com a Renault 4L! E, de igual forma, terminámos todos os eventos, o que, mais uma vez, prova, a tenacidade deste modelo.
António Pinto dos Santos
“Balanço positivo” para Pedro Matos Chaves
Da mesma forma, Pedro Matos Chaves, último classificado no Safari Clássico, enalteceu o feito das Renault 4L, ele que, ao contrário de António Pinto dos Santos, não estava tão familiarizado com o modelo.
O balanço só pode ser positivo. Pois concluímos uma prova muito difícil, com inúmeras dificuldades. Ainda assim, a Renault 4 surpreendeu-me pelas suas enormes capacidades de transpor todos os obstáculos com que nos deparámos. Fossem subidas que eu achava que seriam impossíveis de fazer com um carro de duas rodas motrizes e 34 cv. Fossem passagens de areia e ‘fesh fesh’ onde qualquer automóvel convencional teria ficado atolado e ‘sufocado’. Ou até fazer 88 km com um amortecedor partido! Algo que penso mais nenhum carro conseguiria ter feito. Enfim, tudo coisas que, definitivamente, mostraram a validade e resistência da Renault 4L.
Pedro Matos Chaves
O bicampeão nacional de Ralis adiantou ainda que: “a aventura que é guiar nas longas ligações com médias obrigatórias difíceis de cumprir para a 4L. E com muito trânsito de camiões que, muitas vezes, andavam mais do que o nosso carro. Mas também o perigo e a incerteza do comportamento dos animais selvagens como leões, elefantes e girafas. Quando tivemos que parar o carro para resolver problemas mecânicos, ficamos ‘sob observação’. Apesar disso, só posso dizer que o rali se transformou numa experiência fantástica. Que ficará para sempre na minha memória”.