Os apaixonados por automóveis, em inglês “Petrolheads”, sabem que por baixo do manto de grandes carros há, sempre, uma grande mecânica. Nem é preciso rebuscar muito a memória… Ferrari F40, Porsche Carrera GT, BMW M5 V10, Chevrolet Corvette. Enfim há de tudo um pouco quando se fala de grandes carros, e grandes motores. A maioria deles são mais que apenas um grande motor, são um conjunto harmonioso. Mas, uma vez por outra, alguém se lembra de colocar um grande motor entre as torres de suspensão de um carro que não é assim… grande coisa! Este é o TOP10 de excelentes motores que não mereciam estar montados nestes carros!
Lancia Thema 8.32
A ideia de ter uma berlina de quatro portas Ferrari é uma excelente ideia! Dito assim, e desconhecendo alguns detalhes, parece que alguém merece um aumento de ordenado pela visão. Infelizmente não é bem assim e o Lancia Thema 8.32 está neste TOP10.
Todavia, conhecendo os pormenores a bonomia vai-se transformando em tristeza e agonia. Sim, o motor é um V8 feito pela Ferrari com 3.0 litros vindo diretamente do 308 GTB. Com 215 cv, o motor tinha algumas alterações para o tornar mais refinado. “So far so good!”
Este motor de excelente “pedigree” estava montado num… Lancia Thema! Tinha tração às rodas… dianteiras! O Thema 8.32 ficou, até hoje, como a única berlina oficialmente equipada com um motor Ferrari. Orgulhosamente ostentava na tampa da admissão o nome “Lancia by Ferrari”. E se com isto estás a pensar no Alfa Romeo Giulia Quadrifoglio, esse tem um motor feito a partir de um V8 da Ferrari, não sendo oficialmente um motor vindo diretamente de um Ferrari. Esclarecido?
Apesar do motor, o 8.32 fazia o 0-100 km/h em 6,8 segundos, um par de décimos mais rápido que um comum Thema Turbo com o motor do Delta Integrale 16V.
Mercedes R63 AMG
Um alemão no TOP10 de motores montados no carro errado. Quando lemos as três letrinhas mágica AMG logo pensamos nos gloriosos V8 da casa de Afffalterbach. O M156 com 6.2 litros era uma obra-prima de engenharia. Que rimava lindamente com o SL ou com o Classe E.
Porém alguém se lembrou de enfiar o V8 no monovolume Classe R, criando o Mercedes-Benz R63 AMG. Ou seja, criaram um monovolume com 510 cv que chegava dos 0-100 km/h em 5,1 segundos e que tem lugar neste TOP10. Um monovolume com o motor do SLS?! Sério?! Era tão fora de noção que a Mercedes-Benz estima ter vendido… 200 carros! Contudo, falavam muito bem da suspensão deste Classe R… embora mais para conforto do que para eficácia.
BMW 745i AS
O Série 7 da geração E23 tinha qualidades. Principalmente no que toca ao luxo. O resto… nem por isso. Exatamente por isso, alguém se lembrou de pegar no excelente motor M88 DOHC e colocá-lo no E23. E o que tem isso de extraordinário? Bom, estamos a falar do motor utilizado no M1 e no primeiro M5. Um dos melhores motores de sempre! Colocar um bloco destes numa berlina de luxo foi a ideia da BMW da África do Sul. Tudo porque tentaram, primeiro, colocar o seis cilindros M30 do 645i com turbocompressor. Mas quando encaixaram o bloco na frente do E23, faltava espaço para colocar a caixa de direção. É que na África do Sul o volante está do lado… direito!
Solução? Encaixar o M88 lá dentro! Coube perfeitamente e o E23 ganhou um motor com 286 cv. E o M88 recebeu a opção de uma caixa automática que foi a mais escolhida por quem comprou o 745i… E foi o bloco M88 que trouxe este 745i para este TOP10 motores.
BMW 750iL inaugura nova rúbrica, de metralhadora “em punho”
Na nova rúbrica da nossa Newsletter vamos trazer um carro especial. Vale tudo, só não vale um carro qualquer! Esta semana o BMW 750iL Security.
VW Phaeton W12
Digam lá uma coisa: se tivessem 130 mil euros para gastar num carro, iam comprar um… Volkswagen?! Ao que parece o sonho de Ferdinand Piech era uma utopia. O projeto avançou mesmo que votado ao fracasso. Apesar do carro até ter algumas qualidades, era menos confortável que um Classe S e menos eficaz em curva que um Série 7. Para lá de ter uma imagem de marca inferior, claro.
Para tentar agitar as águas, os homens da VW pegaram em dois motores que foram dos melhores do seu tempo: o V10 5.0 TDI com 313 cv e o W12 6.0 litros com 420 cv. Este último, a versão sem turbo do motor do Bentley Continental Flying Spur. Mas nem assim o sucesso tocou o Phaeton.
Audi S6 5.2 FSI
Se o Phaeton era um carro votado ao insucesso, ainda por cima cruzado com um Bentley Continental, o Audi A6 era outra conversa. Porém, quando alguém se lembra de cruzar uma berlina executiva com o motor do Audi R8 ou do Lamborghini Gallardo… Vá, por amor à verdade, o motor V10 5.2 litros não tem muito a ver com o do R8 ou do Gallardo. Mas a ideia foi essa. Porém, o bloco teve de ser mexido e remexido.
Eram 435 cv que permitiam chegar dos 0-100 km/h em 5,1 segundos. Porém, o carro lidava mal com o mau piso, não era especialmente capaz em curva e, olhando para ele, era pouco… desportivo.
Honda Civic VTI Aerodeck
Uma carrinha equipada com o bloco 1.8 litros VTEC da Honda? O mesmo motor do Honda Integra Type R? Pois é, a Honda colocou o motor B18C por baixo do capot da carrinha conhecida como Aerodeck. E também um diferencial autoblocante. Nem era pelos cerca de 170 cv, mas imaginem agora ir buscar os miúdos à escola e fazer 8000 rpm! Desperdício de motor numa carrinha que nem era lá grande coisa.
Volvo S80
A segunda geração do S80 da Volvo não ficará na memória. Isto apesar de ter estado uma década inteira à venda! Mas era da “outra” Volvo não da atual. Mas a casa sueca decidiu que, para “apimentar” o S80, o melhor era mesmo aplicar-lhe um motor V8, no caso uma excelente unidade feita pela Yamaha e com 4.4 litros. Estava reservado aos americanos, mas a coisa não rimava… Os 315 cv do B8444S (assim se chamava o motor) tornavam o S80 verdadeiramente indomável. O motor acabou por desaparecer do catálogo e o bloco da Yamaha aninhou-se no compartimento do motor do Noble M600, um supercarro britânico, tendo sido aplicados dois turbos que ofereciam 650 cv.
Noble M500. O regresso da coroa britânica!
Depois de modelos como o M12 ou M600, a Noble regressa com o novo M500, mais barato e amigo do utilizador para conquistar novos clientes
Studebaker Lark R2 e R3
A marca norte americana fechou portas em 1967 e até essa altura lançou alguns carros elegantes e até bonitos. Infelizmente, não eram todos assim e o Lark parecia ter sido desenhado aos pedaços… O carro era feio, mas era admirado por muitos que sabiam o que vivia debaixo do capot. A presença do Lark R2 e o R3 neste TOP10 deve-se precisamente ao motor. Carros que nasceram antes da geração dos “muscle cars”, por isso foram precursores desses fantásticos automóveis que só poderiam ter nascido em terras do Tio Sam.
Os modelos de 1963 tinham um fabuloso V8 de 4.7 litros com 293 cv e capaz de levar o pesado e esquisito Lark até aos 212 km/h. Em 1963?! Wow!!
Vanden Plas Princess R
Utilizar o mesmo grupo de componentes em diversos modelos e diversas marcas do mesmo grupo é algo que ainda hoje se pratica. Chama-se economia de escala. Porém, no passado, houve um grupo especialista nisso. Tinha como nome BMC – British Motor Corporation. Nos anos 60 e com a mesma base, os mesmos materais e a mesma tecnologia, vendiam Mini, Austin, Morris e este Vandem Plas Princess. Este último não era mais que um Austin A99 Westminster. Era um carro para assustar os donos dos Jaguar… Como se percebe pela foto, o carro era tudo menos apelativo e as possibilidades de sucesso… nulas. Mas o Princess tinha um trunfo! Um magnifico motor feito em alumínio com seis cilindros em linha desenhado e produzido pela… Rolls Royce. Este carro fica na história apenas pelo facto de ter sido o único não Rolls Royce com motor… Rolls. E genuíno!
Chevrolet SSR
A General Motors sempre produziu motores de exceção. Principalmente os V8 como a geração LS. Apareceu em vários carros lendários e é o escolhido para as modificações que são comuns nos EUA. Mas a Chevrolet decidiu criar uma coisa chamada SSR, uma mistura de modelos retro com formato “pick-up” e cruzamento com cabriolet. What? O carro tinha um LS2 com 395 cv. Apesar da potência, o carro era feio, não era divertido de conduzir e o comportamento… muito fraquinho.