Um Mini John Cooper Works cumpriu as 24 Horas de Nürburgring há dez anos. Na edição que comemora os 50 anos da mítica prova de endurance num dos circuitos mais emblemáticos, o modelo da casa britânica está de regresso. A base será o MINI GP3 e a operação será levada a cabo pela equipa privada Bulldog Racing. Vai ser inscrito na categoria SP3T, desconhecendo-se, de momento, qual será a formação da equipa em termos de pilotos.
Presença nas 24 Horas de Nurburgring
Passaram sete meses desde que o projeto arrancou até que cumpriu as primeiras voltas de testes no passado mês de março. Até á realização das 24 Horas de Nürburgring – que se vão disputar entre 26 e 29 de maio – a equipa Bulldog Racing vai cumprir uma rigorosa programação de testes. Estes serão levados a cabo no Nordschleife e no circuito de testes da BMW em Miramas, entre Marselha e Avinhão.
Para Friedhelm Thelen, conhecedor profundo do Nürburgring e patrão da Bulldog Racing, “os testes são fundamentais para enfrentar uma corrida tão dura como as 24 horas de Nürburgring. É um desafio levado ao extremo para todos os componentes. Por isso estamos muito felizes por podermos usar a pista de Miramas do Grupo BMW para colocar o Mini John Cooper Works no ponto certo.”
Mini John Cooper Works: as alterações para a corrida
O carro que vai participar nas 24 Horas de Nürburgring terá de enfrentar uma dura prova. A 50º edição da mítica prova de resistência vai usar o traçado com 25,378 km, juntando o traçado Grande Prémio ao Nordschleife.
A base deste projeto da Bulldog Raciong é um Mini John Cooper Works com um motor de quatro cilindros sobrealimentado. Debita 306 cv e 450 Nm de binário, conta com a caixa automática de oito velocidades Steptronic e o diferencial autoblocante, desta feita mecânico e com um bloqueio de 70%.
Certeza de uma aderência pronunciada da frente e algumas dores de braços para os pilotos. Sob o mesmo ponto de vista, o MINI recebeu uma série de modificações, embora a base fique igual.
Conta com roll-bar e depósito de 100 litros
Assim, o carro recebeu uma gaiola de proteção (Roll-Bar) especialmente desenvolvida para o MINI, cumprindo a dupla missão de aumentar a rigidez do chassis e proteger o piloto em caso de embate.
Por outro lado, o MINI John Cooper Works recebe um depósito de combustível de segurança com capacidade majorada para 100 litros. Simultaneamente, o carro recebeu uma asa traseira ajustável e um fundo totalmente plano e selado, um generoso difusor traseiro e um agressivo “spliter” dianteiro.
Com a ajuda de materiais leves (como o Makrolon) nos vidros, uso de carbono e o descartar de muitas peças do habitáculo e da insonorização, o carro perdeu peso de forma significativa.
Ao mesmo tempo, foram montadas suspensões de competição com ajuste de compressão e distensão, tendo todas as ligações ao chassis e todas as juntas substituídas por juntas Uniball e casquilhos de teflon.
Para ajudar nas paragens nas boxes durante as 24 Horas de Nürburgring, o carro tem elevadores pneumáticos, o escape recebeu um catalisador de competição e os travões vieram das prateleiras da BMW M Performance.
A MINI na competição automóvel
A MINI tem raízes na competição automóvel no jardim dos ralis. Foi Pat Moss quem em 1962 venceu a primeira prova de um Mini, no Tulip Rally. Depois, Paddy Hopkirk (1964), Timo Makinen (1965) e Rauno Aaltonen (1967) venceram o Rali de Monte Carlo.
De maneira idêntica, a MINI conheceu o sucesso no todo o terreno com vitórias no Dakar de Leonid Novitsky (2012), Stephane Peterhansel em 2013 e 2020, Nani Roma (2014), Nasser Al Athiyah (2015) e Carlos Sainz (2020).
Finalmente, dizer que o MINI John Cooper Works que vai ser usado pela Bulldog Racing ostentará as mesmas cores da MINI nos anos 60, ou seja, o vermelho e branco.