O GP Espanha ofereceu-nos, inesperadamente, uma corrida muito interessante e que lançou alguma luz sobre o que o futuro regulamento da Fórmula 1 deve incluir. Nomeadamente, acabar com o DRS pois foi a falha desse sistema no Red Bull de Max Verstappen, entre outras coisas, que nos ofereceram uma corrida espetacular que acabou com a vitória do campeão do mundo em título e a Ferrari de cócoras a chorar o desbaratar de uma vantagem generosa.
Max Verstappen andou, neste GP de Fórmula 1 Espanha, pela gravilha da escapatória da curva quatro do circuito de Barcelona. O DRS continuou a falhar. Mas o campeão do Mundo ganhou o Grande Prémio de Fórmula 1 de Espanha! E passou para a frente do campeonato! E a Red Bull também passou a dominar o Campeonato de Construtores. Como?!
GP Fórmula 1 Espanha: descalabro Ferrari!
Charles Leclerc tinha a vitória no GP Espanha no bolso. Na qualificação, fez um pião na primeira tentativa de assalto à “pole position” e com uma classe assinalável, assinou o tempo mais rápido da qualificação.
Fez um excelente arranque e com pneus novos e um Ferrari perfeito para a pista espanhola, o monegasco “voava” e assistia aos erros dos adversários, entre os quais o seu companheiro de equipa. Neste GP Espanha, Carlos Sainz passou pela escapatória de gravilha da curva quatro, sozinho, na sétima volta, exato local onde Max Verstappen, na nona volta, foi surpreendido por uma rajada de vento. O neerlandês evitou o pião ao “planar” sobre a gravilha.
Charles Leclerc dominava a seu belo prazer até o motor do Ferrari embirrar e atirar o monegasco para um abandono doloroso, porque empurrou Leclerc para fora do comando do campeonato e deixou a Red Bull longe.
O piloto da casa de Maranello desvalorizou esta derrota no GP Espanha ao lembrar que a gestão dos pneus foi boa, o ritmo também e isso oferece confiança para o futuro. “Não me interessa ter perdido o comando do campeonato. Importante é ter um desempenho que permita acreditar que podemos ser mais fortes.” Pois…
Max Verstappen reclama liderança do campeonato
A saída de pista do campeão do mundo não foi o único problema de Max Verstappen. O DRS voltou a dar dores de cabeça e depois de perder duas posições (Russell e Perez) com a excursão pela escapatória da curva quatro, encontrou um Georges Russell que mostrou ser um… chato!
Depois de Carlos Sainz ter acertado mais um tiro nos pés e do motor Ferrari ter apagado uma vitória fácil e dominadora, a casa do Cavalino Rampante ajoelhou-se e rezou à santa de Maranello para dar força à Mercedes e “encravar” a dobradinha da Red Bull.
A prece não surtiu efeito porque os estrategas da Red Bull agiram com celeridade: com Verstappen incapaz de passar pelo Mercedes de George Russell, impuseram uma segunda paragem. Ao mesmo tempo, Sergio Perez usou o DRS para passar por Russell e “empatou” o Mercedes o suficiente para que Verstappen, com um andamento superior, fosse pela terceira vez às boxes para colocar pneus frescos. Saiu para a pista à frente de Russell e depois foi em busca de Perez.
Obviamente que o mexicano não moveu um dedo para impedir que Verstappen chegasse ao primeiro lugar, caindo para o segundo lugar à 49ª volta. Nem podia porque Christian Horner deu a ordem, mesmo que tenha respondido “isso é tão injusto”.
Como prémio pela obediência, a Red Bull ofereceu-lhe um jogo de pneus macios novos para fazer a volta mais rápida e embolsar mais um ponto.
Contas feitas, Max Verstappen ganhou a corrida e é, agora, o líder do campeonato com seis pontos de vantagem para Charles Leclerc e a Red Bull ficou com 26 pontos de vantagem sobre a Ferrari.
Mercedes de regresso aos bons andamentos
A Mercedes está, devagar, a recuperar andamento e o conceito radical do W13 poderá ainda dar algumas alegrias à equipa de Toto Wolff. Lewis Hamilton desentendeu-se com Kevin Magnussen, viu um pneu furar e viu-se obrigado a parar nas boxes.
É verdade que houve uma altura em que disse pelo rádio que a equipa deveria poupar o motor. Parecia que estava com vontade de abandonar porque estava longe dos primeiros. Pura ilusão!
O oito vezes campeão do Mundo mostrou a fibra de que é feito e andou como há muito não se via, ajudado por um carro que está cada vez mais à sua medida. Conseguiu passar Carlos Sainz a seis voltas do final, mas um raio de azar voltou a colidir com a Mercedes e com Hamilton e a equipa foi forçada a pedir-lhe para levantar o pé. Porquê? Uma fuga de água ameaçava levar o britânico ao abandono e assim Hamilton viu o quarto lugar fugir-lhe como… água pelos dedos. Ainda assim, um quinto lugar que sublinha uma exibição de classe de Lewis Hamilton.
George Russell não conheceu problemas e esteve sempre na luta pelo pódio e, a dada altura, até a vitória poderia sorrir à Mercedes. Porém, rapidamente a Red Bull alardeou a sua superioridade e com inteligência estratégica remeteram o Mercedes para o terceiro lugar. Mas que foi um osso duro de roer e deixou Verstappen à beira de um ataque de nervos… ah isso conseguiu!
Alfa Romeo dominou segundo pelotão e aproximou-se da McLaren
O azar voltou a bater á porta de Zhou Guanyu. O piloto da Alfa Romeo estava a trepar na classificação quando a mecânica decidiu apear o chinês. Compensou Valtteri Bottas com um excelente sexto lugar. Este poderia ter sido um quarto posto se a Alfa Romeo não tivesse tido a ideia de ser agressiva e fazer apenas duas paragens.
Obviamente que na parte final Carlos Sainz e Lewis Hamilton, com pneus frescos, não tiveram muita dificuldade em passar pelo finlandês. Mas o piloto da Alfa Romeo liderou o segundo pelotão e encurtou distâncias para a McLaren.
A Alpine colocou Esteban Ocon no oitavo lugar e Fernando Alonso no nono posto, com o espanhol a voltar a ser bafejado pelo azar com uma paragem nas boxes desastrada. Lando Norris salvou a face da McLaren com um pálido nono lugar na frente de Yuki Tsunoda (Alpha Tauri).
Os Aston Martin, que tanta polémica, neste GP de Fórmula 1 de Espanha, levantaram pelo facto de serem pretensa cópia do Red Bull, ficaram fora dos pontos (11º Vettel e 15º Stroll). O mesmo aconteceu aos Haas – que na qualificação foram, os dois, à Q3 – surgindo a surpresa de Nicholas Latifi ter ficado à frente de Alex Albon. Porque este foi penalizado…
Classificação final do GP Espanha
- Max Verstappen (Red Bull RBPT), 66 voltas em 1h37m20,475s;
- Sergio Perez (Red Bull RBPT), a 13,072s;
- George Russell (Mercedes), a 32,927s;
- Carlos Sainz (Ferrari), a 45,208s;
- Lewis Hamilton (Mercedes), a 54,534s;
- Valtteri Bottas (Alfa Romeo Ferrari), a 59,976s;
- Esteban Ocon (Alpine Renault), a 1m15,397s;
- Lando Norris (McLaren Mercedes), a 1m23,235s;
- Fernando Alonso (Alpine Renault), a 1 volta;
- Yuki Tsunoda (Alpha Taurin RBPT), a 1 volta;
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Pilotos
- Max Verstappen, 110 pontos;
- Charles Leclerc, 104 pts;
- Sergio Perez, 85 pts;
- George Russell, 74 pts;
- Carlos Sainz, 65 pts;
- Lewis Hamilton, 46 pts;
- Lando Norris, 39 pts;
- Valtteri Bottas, 38 pts;
- Esteban Ocon, 30 pts;
- Kevin Magnussen, 15 pts;
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Construtores
- Red Bull Racing, 195 pontos;
- Ferrari, 169 pts;
- Mercedes, 120 pts;
- McLaren Mercedes, 50 pts;
- Alfa Romeo Ferrari, 39 pts;
- Alpine Renault, 34 pts;
- AlphaTauri RBPT, 17 pts;
- Haas Ferrari, 15 pts;
- Aston Martin Mercedes, 6 pts;
- Williams Mercedes, 3 pts.