No que à segurança diz respeito, o Rally de Portugal passou de péssimo exemplo a um óptimo aluno. Desde o regresso do WRC ao nosso país, ainda por terras algarvias e mais tarde de volta ao norte, que as campanhas de sensibilização para esta temática são omnipresentes. Como resultado, temos hoje um dos melhores exemplos de segurança nos troços do mundial. Apesar disto, os novos Rally 1, e as suas mecânicas híbridas, trazem novos perigos, que devem ser conhecidos.
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É o passo em frente que há muito se esperava no campeonato mundial de ralis. Os novos Rally 1, trazem a eletrificação ao WRC.
Alta voltagem!
É a primeira vez, num campeonato do mundo FIA, que um sistema híbrido de competição sai da, relativa, segurança das competições de circuito, e vem para a estrada. O advento do novo regulamento Rally 1, veio alinhar o mundial de ralis com as demais disciplinas FIA, continuando a sua busca por motorizações cada vez mais evoluídas tecnologicamente.
Apesar dos híbridos povoarem, cada vez mais, as nossas estradas, estes modelos de competição podem apresentar um perigo para os espectadores, que até agora nunca se colocou. Numa situação normal, estes carros são como quaisquer outros, não apresentando qualquer risco para quem com eles interaja. Os perigos surgem no caso de acidente.
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Como é comum nas especiais, no caso de uma saída de estrada ou um capotamento que não cause danos terminais ao carro, os espectadores correm a ajudar o piloto a continuar o seu caminho. No caso dos novos Rally 1, estes incidentes podem causar danos ao sistema elétrico, levando a uma forte descarga elétrica, de alta voltagem, a quem toque na viatura.
Para evitar estes perigos, a FIA implementou vários sistemas e procedimentos de segurança. Se vai estar nos troços, tire notas:
- Os Rally 1 são identificados na carroçaria com a sigla “HY”, representativa da sua mecânica híbrida. Estas marcações estão presentes nas portas, com fundo vermelho, junto do autocolante identificativo do rally. Este deve ser o primeiro pormenor a observar.
- Sempre que se aproximar do carro, deve procurar o sistema de luzes de segurança, colocado no topo do para-brisas e nos pilares laterais. Caso a luz se apresente verde, o carro está seguro e pode ser manuseado. Caso as luzes estejam vermelhas, existe um problema com o sistema elétrico, podendo dar origem a uma descarga elétrica de até 1000 V (!) Neste cenário não se deve aproximar do carro, existindo perigo de morte. Os pilotos no interior não serão afetados, devendo qualquer assistência ser feita por membros da organização. Este mesmo procedimento deve ser adoptado caso não esteja nenhuma das luzes ligadas ou exista alguma incoerência nas mesmas (por exemplo, luz verde no para-brisas e vermelha nos pilares).
Como sempre a segurança deve ser a prioridade máxima para todos os espectadores, deixando as assistências para os comissários oficiais. Venha então esse Rally de Portugal, longe do perigo e perto da emoção.