Desde o regresso do Rally de Portugal ao campeonato do mundo e, em particular, ao norte do país que a segurança tem sido, simultaneamente, a maior preocupação e o melhor exemplo da organização e do público que se desloca aos troços. Toda esta disciplina tem permitido usufruir do espetáculo sem percalços, ao longo dos últimos anos, tornando o nosso país exemplar neste campo. É, por isso, preocupante assistirmos a casos como o deste Domingo na especial de Fafe.
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O Rali de Portugal terminou após três longos dias que arrancaram em Coimbra com a primeira Super Especial e única novidade da prova de 2022.
O tropeção de Suninen
A nível competitivo foi um exemplo de como se pode deitar tudo a perder, quando a vitória está à vista. O finlandês, ao volante do Hyundai i20 Rally 2, liderava a categoria com uma confortável vantagem para Yohan Rossel, quando, ainda nos momentos iniciais da especial se despistou e saiu de estrada numa zona de árvores.
Apesar do drama competitivo, as imagens que as câmaras a bordo do Hyundai de Suninen captaram, mostram algo bastante grave. Momentos antes do embate é possível ver um grupo de espectadores, mal posicionados, fora da zona espetáculo e precisamente num local onde, um carro em despiste, se iria imobilizar.
A zona, de difícil acesso, não estava policiada pela GNR, sendo impossível a esta força de segurança controlar cada metro dos troços. Para além disto, a passagem dos carros da organização, que antecedem sempre a passagem dos concorrentes, não terá detetado este grupo de espectadores.
Por sorte, não houve qualquer ferimento a registar, dentro ou fora do carro. Importa, no entanto, refletir sobre o sucedido. No caso de algum dos espectadores ter sido atingido, a organização seria, provavelmente, obrigada a cancelar uma especial com emissão em direto para todo o mundo, num troço reconhecido como um dos melhores de todo o campeonato e, por isso, com grande visibilidade. Não bastando, esta é a Power Stage do evento, estando em disputa pontos adicionais para o campeonato.
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Irresponsabilidade de alguns, prejuízo de todos
A repercussão desta situação, hipotética, poderia por em causa a capacidade e profissionalismo da organização que, num trabalho hercúleo, põe todos os anos esta grande festa na estrada. Mais ainda, esta atitude é um desrespeito para todos aqueles que percorrem quilómetros, por entre montes e vales, para assistirem ao espetáculo em locais designados e com garantias de segurança. Negar esta festa anual a milhares de aficionados, por uma atitude irresponsável, seria no mínimo um enorme desrespeito.
Segundo Carlos Barbosa, o Rally de Portugal foi, no geral, um grande sucesso e que a presença no calendário de 2023 está garantida. Ainda assim o diretor do ACP, não deixou de fazer menção ao posicionamento do público.
Em 2023, voltamos à estrada, sempre “Longe do perigo, perto da emoção.”