O GP de França wm Fórmula 1 acabou bem melhor do que começou para Max Verstappen: batido por Charles Leclerc e sem possibilidades de passar pelo piloto da Ferrari até à primeira paragem para troca de pneus, o neerlandês acabou por ver cair-lhe no colo uma vitória deixada cair por um erro de Leclerc. Sainz largou do final da grelha e acabou prejudicado pela tática da equipa ao fazê-lo parar duas vezes. Fechou o GP de França no quinto lugar. Com 63 pontos de avanço, o piloto da Red Bull está a caminho de um título que parecia complicado.
Charles Leclerc começou o tórrido fim de semana do GP de França, disputado no controverso Circuito Paul Ricard, com uma “pole position” que lhe deu vantagem face a Max Verstappen.
Leclerc erra, Verstappen ganha
O público que suportou estoicamente o calor tórrido ansiava por um duelo Verstappen x Leclerc que durou até à 18ª volta. Até essa ocasião, o piloto da Red Bull manteve-se colado ao Ferrari – chegou a lançar um ataque na sétima volta, mas Leclerc defendeu-se bem – até os pneus começarem a perder eficácia. Quando a diferença entre os dois colocou Verstappen fora da zona de DRS e ameaçava alargar o fosso, a Red Bull não esperou pela Ferrari e chamou Verstappen. Percebeu-se, aqui, que a Red Bull estava ciente que em andamento puro… não ia conseguir ganhar.
A Ferrari esperou… esperou e quando percebeu que a diferença entre os médios e os duros era maior que o esperado e que a degradação era também maior, deu instruções a Leclerc para extrair tudo dos pneus que tinha no seu Ferrari antes de parar.
Com Verstappen a fazer uma excelente paragem, Leclerc forçou o andamento e acabou por errar, ao perder a traseira do Ferrari ao acelerar mais cedo que o momento exigia. A deceção do monegasco era evidente na comunicação rádio com a equipa.
Max Verstappen ficou com a vitória no colo, teve um momento bonito – até porque sabe que onde saiu Leclerc é uma zona muito rápida e perigosa – ao perguntar se Leclerc estava bem e colocou um fosso enorme entre ele e o rival da Ferrari nas contas do campeonato.
Mercedes melhor em corrida que na qualificação
Os carros da equipa de Toto Wolff estão melhores e não há nenhuma dúvida sobre isso. Porém, isso é uma verdade que é válida, para já, na corrida e menos na qualificação.
É verdade que Lewis Hamilton acabou a mais de dez segundos de Verstappen, mas também é verdade que enquanto houve luta na frente, esteve mais perto do Red Bull e do Ferrari. E não teve grandes dificuldades em manter atrás de si Sergio Perez e o mexicano da Red Bull acabou a corrida atacado por George Russell e perdeu o pódio na última volta.
Contas feitas, os Mercedes ainda não têm ritmo para acossar a Red Bull e a Ferrari, mas estão, em corrida, mais perto e lideram, claramente, o segundo pelotão.
Alpine e McLaren os melhores dos outros
A Alpine perdeu o contacto com a Mercedes – o que não é uma boa notícia – mas continua a ter vantagem sobre a McLaren Mercedes. Curiosamente, as duas equipas acabaram a prova aos pares: Fernando Alonso e Lando Norris, Esteban Ocon e Daniel Ricciardo. Ficaram atrás de Carlos Sainz entre o sexto e o nono lugar.
O espanhol da Ferrari fez uma enorme recuperação e acreditava que faria apenas uma paragem, o que na parte final da prova o colocaria em vantagem face aos adversários que estavam à sua frente.
O pódio era perfeitamente possível, mas a Ferrari impôs uma tática diferente e ao fazer duas paragens, Carlos Sainz ficou, automaticamente, relegado para um cinzento quinto lugar. O vencedor do GP de Inglaterra não terá ficado nada satisfeito, pois já tinha passado por Russell e Perez e o pódio no bolso.
O último lugar dos pontos ficou para Lance Stroll, que suou as estopinhas para se defender de Sebastian Vettel.
Destaques finais para o fim da euforia de Mick Schumacher – voltou a estar envolvido em incidentes, nomeadamente com Zhou Guanyu – que regressou ao registo habitual e o completo falhanço da Alfa Romeo, com o chinês Guanyu fora de prova e Bottas num pálido 16º lugar.
O Grande Prémio da Hungria pode oferecer a oportunidade a Charles Leclerc e à Ferrari para reagirem, já, antes da pausa de verão. Resta saber como estará a confiança do monegasco e se a Ferrari continuará a acumular erros básicos de estratégia.
Classificação final do GP França
- Max Verstappen (Red Bull RBPT), 53 voltas em 1h30m02,112s;
- Lewis Hamilton (Mercedes), a 10,587s;
- George Russell (Mercedes), a 16,495s;
- Sergio Perez (Red Bull RBPT), a 17,310s;
- Carlos Sainz (Ferrari), a 28,872s;
- Fernando Alonso (Alpine Renault), a 42,879s;
- Lando Norris (McLaren Mercedes), a 52,026s;
- Esteban Ocon (Alpine Renault), a 56,959s;
- Daniel Ricciardo (McLaren Mercedes), a 1m00,372s;
- Lance Stroll (Aston Martin Mercedes), a 1m02,549s; Classificados 16 pilotos.
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Pilotos
- Max Verstappen, 233 pontos;
- Charles Leclerc, 170 pts;
- Sergio Perez, 163 pts;
- Carlos Sainz, 144 pts;
- George Russell, 143 pts;
- Lewis Hamilton, 127 pts;
- Lando Norris, 70 pts;
- Esteban Ocon, 56 pts;
- Valtteri Bottas, 46 pts;
- Fernando Alonso, 37 pts; Classificados 19 pilotos
Campeonato do Mundo de Fórmula 1 – Construtores
- Red Bull Racing, 396 pontos;
- Ferrari, 314 pts;
- Mercedes, 270 pts;
- Alpine Renault, 93 pts;
- McLaren Mercedes, 89 pts;
- Alfa Romeo Ferrari, 51 pts;
- Haas Ferrari, 34 pts;
- AlphaTauri RBPT, 27 pts;
- Aston Martin Mercedes, 19 pts;
- Williams Mercedes, 3 pts.