A primeira experiência de viagem neste Volvo XC40 P6 Recharge, como não poderia deixar de ser, leva-nos até “casa”. Foi então a cidade da Guarda, a mais alta de Portugal, o destino do primeiro desafio que lançámos ao elétrico mais acessível da Volvo.
Além disso, é a mesma viagem que fizemos com o Volvo XC40 P8 Recharge e, por isso, podemos comparar tudo passo a passo.
Um trajeto desafiante para o XC40 P6 Recharge
Numa viagem para o Algarve ou Alentejo, a planura do terreno ajuda bastante aos consumos dos veículos elétricos. Mas quando nos aventuramos para os lados da recentemente fustigada Serra da Estrela, a conversa é outra.
Saímos de Lisboa, das instalações da Ascendum Auto, rumo à cidade da Guarda. Pela frente temos mais de 300 km de autoestrada. A primeira parte do trajeto é relativamente plana, mas a entrada na Beira Interior e a subida até aos 1000m, até à entrada da cidade da Guarda, é desafiante. A isto, juntamos uma reduzida capacidade aerodinâmica das linhas retas do Volvo XC40 e a velocidade cruzeiro de 120 km/h que iremos manter.
A nosso favor, ao contrário da viagem que fizemos com o P8, temos a temperatura exterior, desta feita mais elevada. Assim, irá permitir que o Volvo não consuma tantos eletrões para tentar manter a temperatura ótima da bateria.
A energia não se gasta só a fazer quilómetros
Os Volvo XC40 Recharge utilizam o próprio sistema de ar condicionado do carro para aquecer e arrefecer a bateria. Por isso, mesmo em pano de fundo, ele está quase sempre a funcionar. Além disso, há um consumo algo elevado de energia por parte do ecrã e do sistema de info-entretenimento, que ajuda a explicar os consumos mais elevados do Volvo em viagens com temperaturas exteriores muito frias ou demasiado quentes.
O que nos diz o computador de bordo?
Começamos por introduzir o nosso destino no Google Maps integrado no Volvo XC40 P6 Recharge. Assim, somos imediatamente alertados para o facto de necessitarmos fazer uma paragem para carregamento antes de chegarmos ao nosso destino.
Automaticamente são sugeridas as melhores e possíveis opções no sistema. É assim uma tecnologia que nos tira de cima o peso de planear as viagens e nos permite viver um dia-a-dia em carro elétrico com mais normalidade.
Com Google Maps integrado e programação de viagem com estimativa de consumos e pesquisa automática de postos de carregamento pelo percurso, temos a “papinha” toda feita!
Sem nos desviarmos do percurso, podemos carregar em Aveiras ou Santarém na A1, ambas as estações onde chegaríamos ainda com bastante bateria e seria muito pouco eficiente parar para carregar aí. Depois temos Abrantes e Fundão na A23. Ideal seria uma paragem em Vila Velha de Rodão, mas como ainda não existe posto de carregamento por esses lados, vamos optar por Abrantes, ponto intermédio da viagem. Assim, também jogamos pelo seguro (se estiver ocupado ou avariado, seguimos viagem até ao Fundão, muito provavelmente já no limite da autonomia do carro).
O Volvo XC40 prevê uma viagem de 3h46m, com uma paragem de 36m a carregar em Abrantes. Mas, será?
Lisboa – Abrantes, meio caminho andado…
Partimos com o Volvo XC40 P6 Recharge carregado a 100% e uma temperatura exterior de 26ºC. Ao entrarmos na autoestrada, rapidamente os valores do consumo sobem aos valores esperados. Dessa forma, chegamos a Abrantes com média de 20,5 kWh/100km e 51% de bateria. Ainda assim, nada mau! Acreditem que há elétricos bem mais gastadores. O computador de bordo indica uma velocidade média de 109 km/h. E estão percorridos 152,5 km de viagem.
Para percorrer o resto do caminho que nos falta, fazemos um carregamento de 23m a 47 kW, que nos repõe o nível de bateria nos 80%. E, felizmente, o único posto de carregamento estava disponível! Assim, é tempo para tomar um café e seguir viagem.
Abrantes – Guarda, chegámos à mais alta
A subida dos últimos quilómetros da viagem sente-se nos consumos. Dessa forma, chegámos à cidade da Guarda com 13% de bateria e uma média de 22,9 kWh/100 km, que já reflete as subidas íngremes para cá chegar. Percorremos 326,8 km, a uma média de 110 km/h. A viagem demorou um total de 3:30h (3:05h de condução e 25 minutos no total da paragem para carregar).
Com esta média, poderíamos esperar fazer com o XC40 P6 Recharge cerca de 275 km em autoestrada, a 120 km/h, com uma carga completa. Um pouco mais se a inclinação do terreno for mais favorável.
Como se compara o Volvo XC40 P6 Recharge com o P8 em autoestrada?
Comecemos pelos números. Média final do P6 – 22,9 kWh/100 km. Já o P8 registou 28,7 kWh/100 km. Se fizermos as contas, e apesar de um consumo inferior no P6, vemos que com uma bateria de 65 kWh útil no P6 e uma de 75 kWh útil no P8, a autonomia em autoestrada de ambos os modelos revela-se semelhante (275 km no caso P6 e 260 km no caso do P8).
No entanto, pelo que já conseguimos avaliar, em condução mista ou em cidade, a maior economia do P6 parece dar-lhe uma vantagem mais significativa, pese à bateria inferior. Vamos fazer o teste e depois contamos tudo!
Quanto custou esta viagem até à Guarda no XC40 P6 Recharge?
O primeiro ponto a favor, e tal como o P8, também o Volvo XC40 P6 Recharge paga Classe 1 nas portagens. Depois, partindo com uma bateria completa carregada “em casa”, conseguimos ter uma fatura muito em conta face ao custo dos combustíveis fósseis.
Contas feitas, o custo do “combustível” desta viagem do XC40 P6 Recharge de Lisboa à Guarda foi de 18,93€!
Em detalhe, pelos 116% de bateria necessários para esta viagem, pagámos 6,95€ por uma carga completa em tarifa bi-horária em casa, e 11,98€ por mais 28% no posto de carregamento da A23. E ainda nos sobrou 10% de bateria.
Aqui, acabamos por poupar face ao P8, já que precisamos de menos eletrões para fazer o percurso. Sem contar com os valores das portagens, os custos desta viagem num veículo a combustão equivalente a este Volvo XC40 P6 Recharge, seriam, em média, de 38,92€ a gasolina e 31,21€ a gasóleo.