F1 GP Itália. Verstappen com mão e meia no título

O GP da Itália foi uma corrida sensaborona, não só pela vitória soberana de Max Verstappen mas por mais um disparate da Ferrari.

O GP da Itália foi uma corrida sensaborona, não só pela vitória soberana de Max Verstappen – a 31ª da carreira, 11ª da época e quinta consecutiva em 2022 – mas por mais um disparate da Ferrari que permitiu ao piloto neerlandês ganhar saindo de sétimo sem grande esforço. E como a FIA e os comissários desportivos não quiseram cometer o mesmo erro de 2021, a corrida terminou mesmo atrás de um Aston Martin, neste caso, o “Safety Car” pilotado por Bernd Maylander.

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Festa Ferrari estragada

Max Verstappen não tem culpa de ter um talento muito acima do normal. Não tem culpa da Red Bull ter ao seu serviço um verdadeiro génio chamado Adrian Newey. Enfim, não tem culpa que a Ferrari continue a ser “fofinha” e faça erros de palmatória todas as corridas.

Contas feitas, Vertstappen ganhou saindo da sétima posição da grelha de partida, depois de ser penalizado em cinco lugares por usar o quinto motor de combustão (são permitidos 3 apenas). Na Bélgica penalizou 10 lugares por ter usado o 4º motor, a penalização da segunda ofensa é metade da primeira.

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Estragou a festa a 140 mil espetadores que, na sua maioria, vestiam de vermelho e amarelo e ansiavam por um regresso às vitórias de um carro da Scuderia. Não aconteceu porque, uma vez mais, a Ferrari enfiou os pés pelas mãos.

A corrida acabou atrás do Aston Martin Vantage “Safety Car” pilotado por Bernd Maylander, sendo a 31ª vitória de Max Verstappen, a quinta consecutiva e a 11ª da temporada.

Ferrari a estragar, uma vez mais, a corrida a Leclerc

Começa a ser penoso ver como a Ferrari se tem vindo a afundar nas areias movediças dos seus equívocos. Desta feita, foi um “Safety Car” Virtual (VSC) que espoletou o disparate da Ferrari. 

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Os estrategas da Ferrari acharam que era a oportunidade de “enganar” os rivais. Porém, quando ninguém seguiu Charles Leclerc para as boxes, percebeu-se que o erro estava a caminho. O VSC foi muito curto e estava o monegasco nas boxes com o carro no ar quando voltaram as bandeiras verdes.

O ganho foi quase nulo e como a Red Bull não mexeu um músculo para responder ao disparate, a corrida estava condenada para a Ferrari: Verstappen ficou em pista até à 25ª volta, trocando os macios pelos médios (Leclerc tinha feito a mesma troca), ficou 10 segundos atrás do monegasco, mas recuperou tempo à média de 0,8 segundos por volta. 

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Lá voltou a Ferrari aos planos e sacou do bolso da tática o Plano C: uma segunda paragem para pneus macios. Quando isso sucedeu, ficou claro que a vitória já estava no bolso do piloto da Red Bull.

Consolação para a Ferrari: fizessem o que fizessem, não ira resultar porque o Red Bull do campeão do mundo estava absolutamente imparável. O monolugar da equipa de Milton Keynes era o mais rápido e o que melhor cuidava dos pneus, por isso nada que a Ferrari fizesse iria mudar o desfecho da corrida. Nem o “Safety Car” tardio que fez a corrida terminar atrás do SC.

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Mercedes no pódio, mas com sorte

Depois do disparate na Bélgica, Lewis Hamilton soube à chegada a Monza que iria penalizar forte com muitas mudanças na unidade de potência. Ficava a Mercedes entregue a George Russell. 

O piloto britânico teve de se haver com um W13 que voltou aos piores dias, com a Mercedes a ter de levantar o carro para evitar o porpoising e o bottoming e, com isso, aumentou o arrasto e diminuiu a força descendente. 

Tudo isto deixava a Mercedes a 1,4 segundos da Red Bull e foram as penalizações que o deixaram arrancar do segundo lugar e, depois, foi a qualidade do piloto a fazer a diferença para lhe permitir ficar no último lugar do pódio.

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Lewis Hamilton fez uma excelente recuperação de último para quinto. Só não conseguiu passar por Carlos Sainz, outro dos penalizados e que fez uma ótima recuperação desde o 18º lugar no arranque.

Sergio Perez ficou com o sexto lugar depois de uma paragem serôdia devido a problemas com os travões. A segunda paragem para troca de pneus acabou por o beneficiar, passando por Norris e rubricando a volta mais rápida da corrida.

Segundo pelotão liderado pela McLaren

Finalmente, a McLaren teve um carro capaz e, imediatamente, Daniel Ricciardo deu nas vistas. Mas os fantasmas voltaram e quando a sua corrida já estava muito nublada, uma falha no motor Mercedes adicionou desgraça ao insulto: abandonou uma corrida onde voltou a ser batido por Norris.

Lando Norris não começou muito bem, mas a corrida foi-lhe sorrindo e não tendo carro para os Red Bull, Ferrari e Mercedes, reuniu os pontos do sétimo posto e fechou a prova como o melhor dos outros.

O abandono de Daniel Ricciardo acabou por espoletar o tardio “Safety Car” atrás do qual a corrida terminou. Isso ofereceu pontos a Pierre Gasly (Alpha Tauri), Nick de Vries (Williams) e Zhou Guanyu (Alfa Romeo). Um verdadeiro bodo aos pobres, pois a Alpha Tauri e a Alfa Romeo há muitas corridas que não pontuavam. 

Já os dois pontos registados por De Vries no GP da Itália – que esteve no Treino Livre 1 com a Aston Martin e acabou a fazer a corrida no lugar de Alex Albon, ausente devido a uma apendicite – têm de ser destacados. Com um monolugar que é o mais lento do plantel, o neerlandês fez muito melhor que Lattifi que já viu Albon e, agora, Nick de Vries, pontuarem. E em Monza, Nick de Vries foi 9ª, o canadiano foi apenas 15º. Não espanta que o piloto neerlandês tenha sido o “Piloto do Dia”.    

Classificação final

  1. Max Verstappen (Red Bull), 53 voltas em 1h20m27,511s;
  2. Charles Leclerc (Ferrari), a 2,446s;
  3. George Russell (Mercedes), a 3,405s;
  4. Carlos Sainz (Ferrari), a 5,061s;
  5. Lewis Hamilton (Mercedes), a 5,380s;
  6. Sergio Perez (Red Bull), a 6,091s;
  7. Lando Norris (McLaren Mercedes), a 6,207s;
  8. Pierre Gasly (Toro Rosso), a 1m32,181s;
  9. Nick De Vries (Williams Mercedes), a 7,122s;
  10. Zhou Guanyu (Alfa Romeo Ferrari), a 7,910s; etc.

Classificados 16 pilotos

Campeonato de Pilotos

  1. Max Verstappen, 335 pontos;
  2. Charles Leclerc, 219 pts;
  3. Sergio Perez, 210 pts;
  4. George Russell, 203 pts;
  5. Carlos Sainz, 187 pts;
  6. Lewis Hamilton, 168 pts;
  7. Lando Norris, 88 pts;
  8. Esteban Ocon, 66 pts;
  9. Fernando Alonso, 59 pts;
  10. Valtteri Bottas, 46 pts; 

Classificados 20 pilotos

Campeonato de Construtores

  1. Red Bull Racing, 545 pontos;
  2. Ferrari, 406 pts;
  3. Mercedes, 371 pts;
  4. Alpine Renault, 125;
  5. McLaren Mercedes, 107 pts;
  6. Alfa Romeo Ferrari, 92 pts;
  7. Haas Ferrari, 34 pts;
  8. Alpha Tauri RBPT, 33 pts;
  9. Aston Martin Mercedes, 25 pts;
  10. Williams Mercedes, 6 pts.