O GP dos Países Baixos foi uma autêntica batalha tática e Max Verstappen deu passo decisivo para o segundo título ao ganhar a corrida e essa batalha. Mas a Mercedes esteve sempre na liderança, sendo “enganada” pelos “Safety Car”, provocados por Yuki Tsunoda e por Valtteri Bottas, e por um erro da equipa de Toto Wolff com Lewis Hamilton. A Ferrari, uma vez mais, perdeu o norte e Fernando Alonso voltou a provar que velhos são os trapos e a conseguir levar a Alpine a favorecê-lo… na estratégia.
O GP dos Países Baixos ficou marcado pelas decisões estratégicas que permitiram uma corrida cheia de emoção numa pista onde ultrapassar é tarefa quase impossível. Contas feitas, ganhou Max Verstappen, mas o campeão do mundo poderia ter sido desfeiteado por uma inesperada Mercedes. E a Ferrari? Pois… voltou a protagonizar um momento caricato e a mostrar uma incapacidade de mudar o rumo dos acontecimentos confrangedora.
Safety Car e estratégia beneficiam Verstappen
As imagens de Hannah Schmitz, a estrategista da Red Bull, deixavam evidente que iriamos ter um Grande Prémio dos Países Baixos decidido na estratégia. E se a Red Bull esteve bem, a maior surpresa foi mesmo a Mercedes.
Humilhada em Spa-Francorchamps, a equipa liderada por Toto Wolff esteve brilhante no GP dos Países Baixos, numa pista estreita, peculiar e com poucas retas onde até curvas com “banking” temos direito. O traçado de Zandvoort é uma pista “à antiga”, porém, modernizada com sentido, faltando, apenas, ter mais oportunidades de ultrapassagem.
A Mercedes optou por uma estratégia diferente ao começar o GP dos Países Baixos com pneus médios nos dois carros. Assente numa rapidez inesperada do W13, a Mercedes deixou Hamilton fazer o seu trabalho até o mandar parar, apenas, á volta 29. E, espanto, tanto Hamilton como Russell tocaram para pneus… duros!
Com os pneus, supostamente, mais lentos, os dois pilotos da Mercedes fizeram jus ao nome dos seus carros… “Silver Arrows” e voaram pelo traçado neerlandês. Estando numa estratégia muito diferente, precisava a Mercedes que a corrida fosse limpinha até final. Mas… a estrelinha de campeão já não mora na equipa alemã e deslocou-se para Milton Keynes.
Lewis Hamilton “enganado” pela equipa
Primeiro um “Safety Car” virtual que ofereceu a Verstappen uma paragem segura e depois um “Safety Car” que anulou a vantagem de Hamilton e permitiu que o campeão do Mundo, no recomeço da corrida, se impusesse ao sete vezes campeão do Mundo. Recuperava Max Verstappen o comando da corrida e a vitória ficou no bolso onde está quase o título de 2022.
Lewis Hamilton acabou “enganado” pela equipa. O britânico confiou cegamente em Peter Bonnington e viu George Russell optar por trocar para pneus macios quando toda a gente fez o mesmo aquando dos problemas de Valtteri Bottas – que fez sair o segundo “Safety car” – ao contrário de Hamilton. O piloto da Mercedes ficou em pista com uns pneus macios degradados e ficou com um alvo nas costas no GP dos Países Baixos: facilmente passado por Verstappen no recomeço da corrida, perdeu posições, depois, para Georges Russell e Charles Leclerc. E a queda na classificação foi amparada porque Sergio Perez estava na mesma estratégia, errada, da Mercedes e Carlos Sainz foi penalizado devido a uma irregularidade nas boxes.
Ferrari uma vez mais… aos papéis!
Charles Leclerc confessou que não tinha ritmo para Max Verstappen, não teve sorte com os “Safety Car” e, ainda por cima, os Mercedes estiveram brilhantes com os pneus duros. A páginas tantas, o engenheiro do monegasco disse a Leclerc que “vamos para o plano C e vais ficar no quarto lugar”. Felizmente para a Ferrari, a Mercedes errou e Hamilton deixou via verde aberta para Leclerc fechar a corrida no pódio deste GP dos Países Baixos.
Mas… não seria uma corrida séria sem uma patetice da Ferrari. Carlos Sainz parou nas boxes e tudo corria bem até que quando todos tinham acabado de trocar pneus… faltava o pneu traseiro do lado esquerdo!
A paragem durou 12,7 segundos e quando o espanhol saiu das boxes de forma insegura, acabou penalizado em cinco segundos. Acabou em oitavo e longe dos primeiros.
Mattia Binotto desculpou-se com “foi em cima da hora e os mecânicos não estavam prontos.” Foi pior a emenda que o soneto, pois todos estavam prontos e só o mecânico da roda traseira… não estava lá!
Para cúmulo, a pistola de impacto foi “atropelada” por Sergio Perez e atrasou, ainda mais, a primeira paragem de Sainz.
Alpine domina segundo pelotão
Fernando Alonso está de saída da Alpine, mas continua com sangue na guelra e aproveitando a “distração” da equipa liderada por Otmar Szafnauer que o beneficiou na estratégia, voltou a bater Esteban Ocon e foi o melhor dos outros no sexto posto. Usou os pneus duros como ninguém neste GP dos Países Baixos e saindo de 13º chegou a sexto. Sergio Perez ficou em quinto porque a Red Bull errou na estratégia do mexicano, Lando Norris levou o McLaren ao sétimo posto (Ricciardo ficou afundado na classificação) Ocon no nono lugar e Lance Stroll levou o Aston Martin aos pontos, batendo o pré-reformado Sebastian Vettel que terminou em 14º.
Classificação final
- Max Verstappen (Red Bull), 72 voltas em 1h36m42,773s;
- George Russell (Mercedes), a 4,071s;
- Charles Leclerc (Ferrari), a 10,929s;
- Lewis Hamilton (Mercedes), a 13,016s
- Sergio Perez (Red Bull), a 18,168s;
- Fernando Alonso (Alpine Renault), a 18,754s;
- Lando Noris (McLaren Mercedes), a 18,754s;
- Carlos Sainz (Ferrari), a 20,916s;
- Esteban Ocon (Alpine Renault), a 21,117s;
- Lance Stroll (Aston Martin Mercedes), a 22,459s;
Campeonato de Pilotos
- Max Verstappen, 310 pontos;
- Charles Leclerc, 201 pts;
- Sergio Perez, 201 pts;
- George Russell, 188 pts;
- Carlos Sainz, 175 pts;
- Lewis Hamilton, 158 pts;
- Lando Norris, 82 pts;
- Esteban Ocon, 66 pts;
- Fernando Alonso, 59 pts;
- Valtteri Bottas, 46 pts;
Campeonato de Construtores
- Red Bull Racing, 511 pontos;
- Ferrari, 376 pts;
- Mercedes, 346 pts;
- Alpine Renault, 125;
- McLaren Mercedes, 101 pts;
- Alfa Romeo Ferrari, 51 pts;
- Haas Ferrari, 34 pts;
- Alpha Tauri RBPT, 29 pts;
- Aston Martin Mercedes, 25 pts;
- Williams Mercedes, 4 pts.