A Bosch pagou 25 milhões de dólares (25 milhões de euros) para resolver o processo intentado por vários proprietários de modelos com motores Diesel. Instaurado em 2015, este processo culpava a Bosch por ter fornecido o software que adulterava os resultados dos testes de poluição à VW para esta conseguir passar os exigentes testes norte americanos. Mas o processo não estava só ligado ao grupo VW, mas também à Fiat Chrysler Automobiles (FCA), hoje parte do grupo Stellantis.
A Bosch aceitou pagar 25 milhões de dólares para acabar com a investigação do Estado da Califórnia, no âmbito de um processo judicial, sobre o envolvimento do fornecedor alemão no Dieselgate protagonizado pelo Grupo Volkswagen e nas acusações feitas à Fiat Chrysler Automobiles (FCA), hoje do Grupo Stellantis.
Bosch paga 25 milhões, mas não reconhece culpa
Ainda sujeito a aprovação judicial, este acordo acaba com as alegações sobre a participação da Bosch no Dieslegate de forma dolosa. Isto porque “forneceu hardware, software e serviços de programação ou calibração de software à Volkswagen e à FCA quando sabia, ou deveria saber, que estes fabricantes estavam a violar as leis ambientais e de proteção do consumidor.” Palavras do Procurador-Geral da Califórnia, Rob Bonta.
A Bosch pagou 25 milhões, confirmando o acordo, mas insiste que “não reconhecemos a validade das alegações nem qualquer responsabilidade no assunto.”
Ainda segundo os termos do acordo alcançado, a Bosch tem de revelar ao Estado da Califórnia se entender que um construtor vai usar ou usou algum tipo de software para fugir às regras de emissões norte americanas.,
Segundo Rob Bonta, “a Bosch violou a confiança dos consumidores quando deu à Volkswagen e à Fiat Chrysler a tecnologia de que necessitavam para contornar os testes de emissões estaduais e federais. As ações da Bosch facilitaram um dos maiores crimes ambientais do nosso tempo, e hoje, eles estão a pagar o preço.”
Este acordo vem na esteira de outro acordo em que a Bosch aceitou pagar 400 milhões de dólares aos proprietários norte americanos de modelos VW e Fiat Chrysler e acabar com os processos instaurados por procuradores de diversos estados sobre as emissões dos motores diesel.
Dieselgate começou em… 2015
Tudo começou em 2015 quando a Volkswagen admitiu que utilizava software ilegal para “dar a volta” aos testes de emissões norte americanos e manter vivo o interesse dos norte americanos pelos modelos diesel com o mote “Clean Diesel”.
Afinal, tudo não passava de um embuste cujo processo foi terminado com um acordo extrajudicial com o Departamento de Justiça que envolveu o pagamento de 4,3 mil milhões de dólares.
Um escândalo que custou ao grupo Volkswagen mais de 30 mil milhões de euros em multas, penalizações e custos de recompra de veículos.
A Bosch acabou por ser processada por proprietários de modelos equipados com os motores fraudulentos quando se soube que tinha sido a casa alemã a fornecer o software que permitia à VW escapar ao apertado controlo das emissões.
Veremos se chega ao final este episodio triste da indústria automóvel mundial, depois da Volkswagen já ter pago mais de 30 mil milhões de euros e a unidade norte americana da FCA e da Stellantis ter pago 300 milhões de dólares. Declarou-se culpada de conspiração criminosa e pagou para acabar com o processo. Lembrar, ainda, que a Fiat Chrysler Automobiles já tinha pago 311 milhões de dólares de uma penalização civil e mais 183 milhões de dólares de compensação a mais de 63 mil clientes como acordo sobre um processo judicial instaurado por fraude nos motores Diesel.