A Renault tem nova estratégia que Luca de Meo explicou aos investidores e acionistas do grupo e não só. Estamos na terceira fase do plano para revitalizar o construtor francês que vai preparar a Renault para as futuras tendências do mercado automóvel. Como referiu Luca de Meo, o CEO do grupo Renault, “habitualmente, os construtores faziam tudo em casa e de modo vertical, mas agora terão de aprender a trabalhar na horizontal”.
A terceira fase do plano desenhado por Luca de Meo arrancou com a nova organização da casa francesa. Para o CEO da Renault, esta reorganização levará a marca “para a próxima geração.
Ora, segundo o que foi revelado por Luca de Meo, a reorganização é radical e divide em cinco unidades de negócio a Renault. Por outro lado, as ligações com a China vão ser aprofundadas e a unidade de veículos elétricos fará um “spin off” em 2023 através de uma operação em bolsa.
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Renault tem nova estratégia e quer 10% de margem de lucro
A Renault estabeleceu como fasquia os 8% de margem de lucro operacional em 2025 e que deverá aumentar para mais de 10% em 2030. Um salto enorme face aos 5% que são esperados em 2022.
Por outro lado, Luca de Meo quer que a Renault tenha um “cash flow” superior a 2 mil milhões de euros entre 2023 e 2025. Recordamos que este ano será de 1.5 mil milhões. Até 2030 terá de ser superior a 3 mil milhões de euros.
Foi, também, anunciado que o pagamento de dividendos vai regressar depois dos investidores terem passado três anos sem receber retorno. Luca de Meo justifica este plano radical de reestruturação com a necessidade de enfrentar a dura e onerosa transição para a eletrificação.
Os cinco braços da nova estratégia da Renault
O principal objetivo da Renault já foi alcançado: separar a unidade de motores de combustão interna que será assegurada através de uma parceria de 50/50 com a Geely. Esta nova empresa será colocada em bolsa e com isto a Renault terá recursos para manter o desenvolvimento dos veículos elétricos.
Fechar o fosso que separa o grupo Renault da Stellantis, por exemplo, é o desígnio da marca na área da eletrificação.
Assim, temos a Renault organizada em cinco braços: carros elétricos, modelos com motores de combustão interna, híbridos e híbridos Plug-In, os desportivos Alpine, serviços financeiros e a novidade do braço que agrupa a mobilidade e a reciclagem.
Para Luca de Meo, esta reorganização levou à “criação de unidades de negócio independentes, focadas em atividades estruturalmente mais lucrativas, abertas a investimentos externos, cada uma construída em torno de um conjunto de tecnologias importantes.”
O que de Meo espera é simples: ter desempenho de excelência nas cinco áreas e não ser, apenas, ser mediano no global.
Renault e a divisão “Ampere”
A divisão EV ficará conhecida como “Ampere” e a divisão de motores de combustão interna como “Power”. Para a primeira, a Renault abre a porta a investimento externo para alimentar a pesquisa e desenvolvimento e não está fora de questão colocá-la em bolsa em 2023. A Renault quer manter a maioria do capital da “Ampere”, mas quer apoio de grandes empresas e dinheiro fresco.
Contas feitas, Luca de Meo quer uma valorização de 10 mil milhões de euros para a “Ampere”, o que por si só é um valor superior ao atual peso da Renault que é de 9,4 mil milhões de euros. Um objetivo ambicioso!
A divisão terá uma gama de seis modelos 100% elétricos até ao final da década e a Renault quer produzir cerca de 1 milhão de modelos elétricos por ano para a marca Renault até 2031.
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Alpine pode ir para os EUA
A Alpine pode ser vendida nos EUA, com a marca a considerar desenvolver uma nova gama de produtos com modelos de cinco portas e crossover ou outros segmentos. Como a Renault quer muito mais que os 784 carros vendidos durante o terceiro trimestre de 2022, a ida para os EUA e China é uma necessidade.
Renault tem nova estratégia e novos objetivos
Sumarizamos, aqui, os objetivos da “nova” Renault para os próximos anos. Margem de lucro operacional de 8% em 2025 e 10% em 2030. Fluxo de capital livre acima dos 2 mil milhões de euros entre 2023 e 2025, acima dos 3 mil milhões entre 2026 e 2030.
Restaurar o pagamento de dividendos em 2023 e aumentar, gradualmente, a taxa de pagamento até aos 35% do rendimento líquido a médio prazo. A unidade de negócio “Ampere” deverá atingir o equilíbrio financeiro em 2025 e ter 10% de margem de lucro operacional de 10% em 2030.
Alpine deverá gerar 2 mil milhões de euros de lucros em 2026, acima dos 8 mil milhões de euros em 2030 com o limiar do equilíbrio financeiro em 2026.
A Dacia deverá aumentar as margens de lucro operacional para 10% e, depois, para 15% até 2030. A casa romena entrará no segmento C e nos comerciais reforçará presença.
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Finalmente, a Mobilize que é uma área de negócio de serviços financeiros que vai diversificar para os seguros e o Leasing operacional.