Renault e Nissan não se entendem sobre o futuro da Aliança Renault Nissan Mitsubishi. De um lado a Renault deseja que a Nissan invista na sua área de modelos 100% elétricos, por outro a Nissan quer vender a participação da Renault no seu capital para equilibrar os pratos da balança. Pelo meio ainda não há entendimento, também, sobre a partilha da propriedade intelectual dos sistemas elétricos. Um anúncio deveria ser feito esta semana, mas fontes internas da Renault dizem que… não há acordo!
Renault e Nissan não se entendem sobre questões vitais
Renault e Nissan estão a atravessar um vale de trevas desde que Carlos Ghosn foi preso, fugiu de forma rocambolesca e mantém um manto de suspeição sobre a Nissan (que acusa de o ter traído) e a Renault. Aliás, a sua sombra continua bem erguida sobre a Aliança. Ghosn queria a fusão entre a Renault e a Nissan e isso foi a gota de água para os japoneses.
Estava previsto um anúncio da reestruturação da Aliança, pois Renault e Nissan não se entendem para ultrapassar as diferenças profundas que os dividem.
A Renault, liderada por Luca de Meo, está pressionada porque o plano “Renaulution” tarda em medrar, os problemas financeiros assolam a casa francesa e as vendas andam em níveis demasiado baixos. Basta comparar o acumulado entre janeiro e outubro de 2022 e de 2021 para se perceber que a casa francesa perdeu 87 561 unidades (455 397 contra 543 958).
Os franceses querem que os japoneses invistam na sua divisão de modelos elétricos. Por seu turno, a Nissan quer que seja vendida parte dos 43% de participação da Renault no capital da Nissan para que as duas companhias fiquem mais equitativas.
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Partilha de propriedade intelectual e poder acionista dividem
Por outro lado, as duas companhias não se entendem sobre a partilha da propriedade intelectual. E o melhor sinal sobre isso é o facto ambas as partes se recusarem a comentar esta situação.
A Reuters tinha anunciado que seria esta a semana que as duas empresas escolheram para fazer o anúncio da nova estrutura da Aliança, mas fontes citadas pelo Automotive News Europe dizem que isso não vai acontecer devido a todos estes detalhes por resolver.
Não surpreende, por isso, que Jean-Dominique Senard, presidente da Renault, Luca de Meo, CEO do grupo Renault e François Prevost, vice-presidente para o desenvolvimento internacional, junto com a maioria do conselho de administração tenham ido ao Japão para encontros pessoais. Pelo visto, ainda não há fumo branco nas negociações que Luca de Meo reputou de complexas e difíceis.