A Taça de Portugal de Ralicross 2022 foi decidida na pista de Sever do Vouga debaixo de um frio intenso que foi mitigado pelo calor que se viveu em pista na luta pela vitória nas diversas categorias. Os sete títulos conheceram grande animação com cada metro de pista a ser discutido com grande vigor e determinação. Uma jornada excelente como propaganda para a modalidade.
A Taça de Portugal de Ralicross entregou dez títulos: Super Cars, Super Cars Divisão 1, Super 1600, Nacional 2 Rodas Motrizes, Nacional 2 Rodas Motrizes Divisão 1 e Divisão 2, Nacional 1600, Iniciados e Iniciados 1600m e Kartcross.
Taça de Portugal de Ralicross: Mário Barbosa vence nos SuperCars
Com José Oliveira e Mário Barbosa em pista, a Super Cars apresentava-se à partida como a única prova em que a Taça iria para as mãos de um Campeão. Restava apenas saber se Sever do Vouga veria o Campeão em título da categoria assinar a dobradinha, ou se a Taça iria para o Campeão dos Super 1600.
Com o apagar das luzes, a partida canhão de Oliveira e a liderança inicial ainda levou a crer que a Taça ficaria para o homem do Peugeot 208. Contudo, a pressão muito forte de Mário Barbosa desde o início e um erro de José Oliveira no final da segunda volta acabaram por se revelar decisivos.
Assim, Mário Barbosa levou o seu Citroën DS3, campeão de Super 1600, para a frente da corrida onde, com a pista totalmente livre à sua frente, cavou um fosso significativo para o Peugeot 208 de José Oliveira. Liderança essa que apenas foi colocada em causa na passagem pela Joker Lap, mas que rapidamente regressou às mãos de Barbosa quando os adversários cumpriram, também eles, a “Joker Lap”.
Contas feitas, Mário Barbosa reclamou os títulos da Taça de Portugal de Ralicross Super Cars e de Campeão de Portugal de Ralicross Super 1600.
Guilherme Nunes vence nos iniciados
Rafaela Barbosa impôs-se a Duarte Camelo e Guilherme Nunes na largada entre os pilotos dos Iniciados e Iniciados 1.6. Entrou à frente na primeira curva na frente, mas acabaria por sucumbir à pressão dos rivais, acabando envolvida num toque na curva 2. A piloto manteve-se focada e aproveitou o infortúnio para cumprir a Joker Lap. Conseguiu o segundo lugar aproveitando o abandono de Duarte Camelo devido a problemas nos travões dianteiros. Mas o primeiro lugar foi inalcançável, pois, Guilherme Nunes acelerou o ritmo e venceu confortavelmente na frente de Rafaela Barbosa.
Luís Moreira dominou categoria 2 Rodas Motrizes
Diz o povo que “patrão fora dia santo na loja”, aplicando-se o adágio à Taça de Portugal de Ralicross para a categoria 2 Rodas Motrizes. Adão Pinto, bicampeão da categoria com o seu Opel Astra, conheceu problemas na caixa de velocidades e ficou fora de prova.
Ganhou com isso Luís Moreira, ao volante do único tração traseira, o BMW 316. Foi dono e senhor da prova com um andamento acima dos restantes e terminou na frente de Bruno Campos e Fernando Silva, este com um Seat Ibiza TDI, o único carro diesel do plantel. Seguiram-se Hugo Lopes, Rita Martins e Daniel Teixeira. Nas 2 Rodas Motrizes Divisão 1, vitória para Hugo Lopes (Peugeot 206) na frente de Rita Martins (Citroen Saxo). Na Divisão 2, o melhor foi o vencedor Luís Moreira, seguido do Peugeot 306 de Bruno Campos e do Seat Ibiza TDI de Fernando Silva.
Taça de Portugal de Ralicross: Nacional 1.6 ganho por Jorge Costela
Mais interessante foi a prova a contar para o Nacional 1.6. Desde logo quando o Citroen Saxo de Gonçalo Rocha partiu a caixa no arranque. Uma estreia difícil para o jovem piloto que veio dos Iniciados.
Quem não se deixou afetar foi Jorge Costela que foi, imediatamente para a frente. Um domínio interrompido pela “Joker Lap” que se resolveu com um forte andamento e a passagem dos seus adversários pela “joker Lap”.
O piloto do Citroen Saxo parecia ter tudo controlado, mas Ricardo Costa, o campeão nacional, acelerou o ritmo e acabou encostado aos escapes do Saxo do vencedor. Já o lugar mais baixo do pódio ficou para o Peugeot 106 de Manuel Almeida.
Renault Twingo de Sérgio Dias vence entre os Super 1600
Numa categoria muito concorrida, a vitória de Sérgio Dias não foi nada fácil. O piloto do Renault Twingo conseguiu a “pole position”, mas no arranque perdeu a posição para Jorge Machado. Porém, o Citroen C2 do líder pregou a partida com problemas de motor. O vice-campeão de Portugal da categoria abandonava e deixava via aberta para Sérgio Dias levar o seu Twingo. Porém, Joaquim Machado e o seu Peugeot 208 queriam a vitória e lançou uma manobra ousada que acabou por ser julgada ilegal. O piloto do 208 foi penalizado em 1 segundo. Justa ou injusta a penalização, permitiu a Dias vencer, seguido de Joaquim Machado (Peugeot 208) e Tiago Ferreira (Citroen Saxo).
Guilherme Nunes vence na categoria Iniciados, Jorge Gonzaga no Kartcross
Com um Peugeot 106, Guilherme Nunes bateu Rafaela Barbosa (Citroen Saxo) com Duarte Camelo a ser o terceiro com um Peugeot 106.
Na classe dos Kartcross, para lá dos pilotos do Troféu Júnior Kartcross – onde venceu, de forma folgada, João Dinis na frente de Gabriela Godinho e da estreante Raquel Nunes – assistiu-se à única vitória de um Campeão Nacional na Taça de Portugal.
Autor desse feito foi Jorge Gonzaga (LBS RX01) que teve de lidar com a explosividade de Ivan Chinchila que, no arranque, saltou de terceiro para primeiro antes da Curva 1. Um ligeiro desentendimento entre os dois acabou por gerar alguma confusão que arrastou para fora de prova Márcio Araújo, Luís Ferreira e o Campeão dos Juniores de Kartcross, Guilherme Nunes.
Jorge Gonzaga impôs a sua lei e acabou a corrida em primeiro na frente de Alexandre Borges (vice-campeão de Portugal) e de Sérgio Castro. Uma classificação que replica de forma perfeita o pódio do Campeonato de Portugal. Jorge Gonzaga foi campeão nacional e levou a Taça de Portugal para casa.