Toyota e KTM vencem a edição 2023 do Dakar, e Mário Patrão foi o melhor português ao conquistar o terceiro lugar entre os Original by Motul. Numa prova de recordes, a vitória nos carros foi descansada, nas motos decidida na última etapa, nos T4 (SSV) em cima da klinha de meta. Uma edição que não sorriu aos portugueses, pois nas motos só ficou um, nos carros, os navegadores com os pilotos mais rápidos conheceram demasiados problemas e nos SSV, há a promessa de Portugal poder estar na luta pela vitória nas próximas edições. Este ano… não aconteceu apesar das vitórias em etapas.
Toyota e KTM vencem Dakar 2023
Após 14 etapas, chegiu ao final a 45ª edição do Dakar, prova dominada a seu belo prazer pela Toyota e por Nasser Al-Attiyah que conquistou a sua quinta vitória. Nas motos as coisas foram bem mais apertadas e Kevin Benavides conseguiu a vitória na útlima etapa, escrevendo o seu nome nos livros de recordes do Dakar ao ganhar pela margem de 43 segundos face a Toby Price, a mais curta de sempre.
Excelente esteve Sebastien Loeb. Depois de perder muito tempo com os furos e um capotanço ao volante do BRX Hunter da Prodrive, o nove campeão do mundo de ralis tentou recuperar o mais que pôde. Conseguiu chegar ao segundo lugar final e também deixou o seu nome no livro de recordes da prova, ao conseguir seis vitórias consecutivas em etapas. Sebastien Loeb não conseguiu evitar que Nasser Al-Attiyah também colocasse o seu nome entre os recordistas ao assinar a maior diferença na classificação final dos automóveis dos últimos 20 anos: 1h20m de avanço.
Dakar 2023 ganho nos SSV por jovem de 18 anos
Mas o Dakar de 2023 teve mais recordistas. Eryk Goczal, o mais jovem piloto inscrito no Dakar tornou-se no mais jovem a ganhar a prova. Graças a uma debacle de Rokas Baciuska, líder dos SSV apo longo de quase toda a prova, o polaco de 19 anos ganhou o Dakar e partilhou o pódio com o pai, Marek Goczal, terceiro classificado.
Vencedor dos T4 em 2022, o norte americano Austin Jones subiu de divisão, mas não saiu do primeiro lugar. Nos camiões, vitória para a Iveco com Janus van Kasteren. Uma vitória de Pirro, porém, pois aconteceu depois de Ales Loprais (Praga) ter abandonado a prova no seguimento de um incidente na pista que provocou a morte de um espetador. Loprais esteve, indiretamente, envolvido e como homenagem e porque não estava bem com o sucedido, retirou-se.
Contas feitas chegaram ao final 235 dos 355 veículos que iniciaram a prova. Foram 80 motos (de 121 à partida), 10 quads (onde ganhou Alexandre Giroud), 46 T1 e T2 (de 67 no início), 38 T3 (de 47), 39 T4 (de 45) e 22 camiões, para lá de 80 dos 88 participantes no Dakar Clássico.
Portugueses com sentimentos mistos
Mário Patrão (KTM) foi o único “motard” a terminar a prova. Fê-lo no 34º posto e 3º entre os Original by Motul. A correr com licença portuguesa, o alemão Sebastien Buhler (Hero) ficou no 20º posto.
Nos carros, José Marques, navegador de Gintas Petrus, ficou no 114 posto, depois de uma prova que foi um mar de problemas. Nos T3 (SSV protótipos) João Pedro Vitória navegou Saleh Alsaif até aos 6º posto, enquanto Bianchi Prata ajudou o brasileiro Bruno Conti de Oliveira a conquistar o 6º posto entre os T4. Nessa mesma categoria, Miguel Alberty foi o navegador de Paulo Oliviera, moçambicano, e conquistou o 38º posto.
O campeão de Portugal de Todo-o-Terreno, João Ferreira, venceu uma etapa, mas terminou apenas no 37º posto dos T3. Ricardo Porém, também venceu uma tirada e fechou a prova no 12º lugar. Hélder Rodrigues foi o 27º nos T3. Finalmente, José Martins levou o camião de assistência do Team Boucou até ao 20º posto.