Os veículos importados valeram, em 2022, 105 mil matrículas, ou seja, mais de dois terços das matriculações feitas em 2022 foram de carros… usados importados! Segundo a ACAP este número de modelos traduz veículos que já tiveram uma matrícula em outro Estado. Por outro lado, a ACAP confirmou na sua conferência anual que o parque automóvel envelheceu e que 1,5 milhões de automóveis que circula entre nós tem mais de 20 anos.
Veículos importados valem 105 mil matrículas, ou seja, a importação de veículos de passageiros em Portugal representou 67,1% dos registos feitos entre nós durante 2022. Mais precisamente, 104 908 unidades. Uma situação preocupante, pois, se Portugal sempre foi um país onde os usados importados tinham grande expressão, as percentagens andavam pelos 20 a 25% das matrículas novas. Desde 2019 que tem vindo a subir, consideravelmente!
Importação automóvel aumentou significativamente
A falta de semicondutores e a falta de produto usado para venda, foram razões aduzidas por Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP. Por outro lado, aquele responsável da ACAP deixou claro que “os canais de livre circulação na União Europeia levaram a que houvesse este nível de importação.”
O ano de 2019 viu o mercado nacional absorver 79 459 unidades de veículos ligeiros de passageiros importados, um valor total de 35,5%, mas em 2020 esse número desceu para as 58 106 unidades. Porém, com a quebra violenta das vendas de modelos novos, a percentagem de matrículas novas de carros importados subiu para 40%.
Com uma média de idade de 7 anos, os modelos importados são uma preocupação para a ACAP. Pablo Puey, diretor de operações da Stellantis em Portugal e presidente do Conselho Estratégico da ACAP, afirmou que “a primeira preocupação que temos é ambiental. Se um carro que está a entrar tem sete anos, venha de onde venha, está a aumentar as emissões do país. A nossa primeira preocupação é que temos um parque velho que é poluente e que temos de renovar.”
Obviamente que, como não deixou de lembrar Pablo Puey, um mercado que vende 180 mil unidades tenha 100 mil carros usados importados, “tem de ser de grande preocupação!”
Na mesma reunião, José Ramos, presidente da ACAP, lançou alertas para os efeitos da imposição de venda de carros exclusivamente elétricos a partir de 2035, exigindo medidas para a sua regulamentação. Para o responsável máximo da Toyota Caetano Portugal e da ACAP, “se não houver medidas que impeçam a importação, ou pelo menos, reduzam a importação de carro usados, ela vai aumentar ainda mais com as regras da União Europeia, importação essa de modelos com motores de combustão interna.“