Nissan e carros elétricos é uma história antiga que caminha desde 1847, ano em que foi lançado o primeiro modelo 100% elétrico, o Tama Electric Vehicle. É verdade que não se chamava Nissan ou Datsun, mas era feito pela Tachikawa Aircraft Company que, mais tarde, se transformou na Prince Motor Company. Esta acabou por se fundir com a Nissan nos anos 60. O nome vinha de uma região do Japão próxima de Tóquio.
A Nissan e os carros elétricos têm uma história em comum que remonta a 1947. O Tama Electric Vehicle é um veículo desconhecido que em 2010 surgiu para celebrar o lançamento do primeiro Leaf. Restaurado segundo as especificações originais, o Tama Electric Vehicle fez a ponte entre o passado e o presente da eletrificação automóvel.
Nissan e carros elétricos. As características do Tama
Comparar um veículo de 1947 e outro de 2023 é olhar para um fosso de 76 anos onde a tecnologia vinca a diferença. Porém, continuamos a ter quatro rodas e diversos sistemas que continuam comuns.
E a verdade é que o Tama Electric Vehicle tinha algumas especificações interessantes. Desde logo dois grupos de baterias com ácido-chumbo localizados, lá está!, debaixo do piso e entre os dois eixos. Um grupo de baterias em cada lado do carro em gavetas que permitiam o acesso fácil. Os dois conjuntos ofereciam 40 volts/160 amperes que alimentavam um motor com modesto 4,5 cv!
O Tama Electric Vehicle nasceu numa era onde as preocupações com a segurança eram nulas. Por isso não havia zonas de deformação, complicados sistemas de airbags ou até pensamentos mais elaborados sobre o conforto a bordo.
Por outro lado, a autonomia não era, necessariamente, brilhante e por isso não havia a necessidade de oferecer uma bagageira generosa. Assim, contas feitas, o Tama tinha 3200 mm de comprimento, 1270 mm de largura e 1650 mm de altura com uma distância entre eixos de 2000 mm. Mais compacto é impossível!
Ainda não tinham sido criados os Kei Car no Japão, mas o Tama cabia, perfeitamente, no conceito e com capacidade para acomodar quatro pessoas!
A velocidade máxima do Tama era de 35 km/h, embora fosse recomendado, na época, que não se ultrapassasse os 30 km/h para aproveitar tudo o que as baterias tinham para oferecer. Que não era muito. Ainda assim, a autonomia era de 64 km! Com esta autonomia, os percursos citadinos eram perfeitamente possíveis. Está ao nível de muitos híbridos Plug-In atuais com baterias de iões de lítio e cheios de matérias de terras raras com cerca de 14 kWh.
Por que razão nasceu o Tama?
A escassez de petróleo era a grande dificuldade do Japão e por isso empresas como a Tachikawa Aircraft Company decidiram dar o seu contributo com uma solução diferente e capaz de obviar a falta de combustível. Carregando no botão “fast forword” da história, paramos no século XXI e na absoluta necessidade de “poupar” o ambiente e, assim, regressa a ideia dos carros elétricos. Cuja história parece o lusco-fusco… aparecem e desaparecem. Agora parece que vieram para ficar.
Seja como for, este olhar pelo retrovisor permite-nos pensar que, em 75 anos, o automóvel evoluiu muito… mas, provavelmente, não tanto como os nossos país pensavam. Porque, afinal, continuamos a conduzir carros com quatro rodas, um volante e um jogo de pedais. Quando isso desaparecer com a condução autónoma, será o fim de uma história com mais de uma centena de anos.