Combustíveis renováveis é um conceito que anda de boca em boca porque podem ser uma alternativa de futuro e a salvação de uma tecnologia que tem mais de uma centena de anos. O objetivo da “Clean Fuels For Al” é ajudar a alcançar a neutralidade carbónica nos transpotes até 2050, desenvolver combustíveis líquidos de base não petrolífera para o futuro e ajudar na transformação climática sem acabar com os motores de combustão. Uma quadratura do círculo que poderá ser um “game changer”!
Combustíveis renováveis podem ser uma pedrada no charco, oferecendo à mobilidade uma segunda oportunidade ao motor de combustão interna. Há mais de 100 anos que os combustíveis líquidos têm alimentado a mobilidade de pessoas e bens. Tudo devido às suas qualidades inigualáveis: densidade energética, facilidade de utilização e segurança, facilidade de distribuição e armazenamento e, finalmente, uma infraestrutura de produção resiliente com uma rede de distribuição vasta e madura.
Combustíveis renováveis: o que são?
Os combustíveis renováveis são de origem biogénica ou sintética. No primeiro caso falamos de biocombustíveis, no segundo de “e-fuels”. Os combustíveis convencionais são feitos a partir de petróleo bruto.
Por outro lado, a produção de combustíveis renováveis, faz-se a partir de resíduos, sejam de biomassa sustentável, renováveis ou biogénicos ou de CO2 capturado. Ora, assim sendo, emitem quantidades muito limitadas de CO2 para a atmosfera no processo de produção e na utilização.
Para perceber melhor como é que isso é possível, temos de perceber o que é o Ciclo do Carbono.
O Ciclo do Carbono e a sua importância
O carbono é um elemento essencial a todas as formas de vida terrena. Seja para ajudar a fabricar bens, seja como parte da respiração dos seres vivos, a libertação e captura de carbono é uma componente da vida vegetal e animal. Obviamente que o fenómeno da combustão liberta CO2.
Ora, o Ciclo do Carbono só pode ser possível e, sobretudo, neutro em carbono, se o ciclo for circular. Ou seja, através da fotossíntese é feita a captura do CO2 pela biomassa; esta biomassa é transformada para produzir combustíveis; estes são usados nos motores de combustão interna; libertação de CO2 biogénico para a atmosfera.
Mantido desta forma o Ciclo do Carbono, os biocombustíveis assim obtidos não aumentam o CO2 existente na atmosfera. Ou seja, os biocombustíveis são neutros em CO2.
Para os “e-fuels” o princípio é o mesmo, muda o processo. Ou seja, os “e-fuels” são feitos a partir de eletricidade renovada e de CO2 capturado.
Como é feita a captura? Diretamente do ar através de um sistema DAC (Direct Air Capture) e incorporado no processo de produção do combustível. Funciona assim: CO2 capturado do ar pelo DAC, feita a eletrólise da água com eletricidade renovável é adicionado o CO2, os “e-fuels” são usados nos motores de combustão interna, o CO2 libertado é aquele que foi antes capturado. É um combustível carbono neutro.
Uma vez mais, ao usar um “e-fuel” é neutro em carbono porque não adiciona carbono à atmosfera quando em utilização.
Precisamos de trocar de carro?
Esta é outra pergunta recorrente: terei de mudar de carro? Se adotarmos os combustíveis renováveis, podemos manter os motores de combustão interna. Isto sem ter impacto no clima, pois o CO2 emitido é o que foi capturado na produção do combustível renovado, fechando, assim, o Ciclo do Carbono.
Com estes combustíveis é possível dar nova vida aos híbridos e híbridos Plug-In, reforçando as suas capacidades ambientais, independentemente do modo de condução utilizado.
Ou seja, não precisa trocar de carro… precisa de trocar de combustível!