Rafale é o novo topo de gama da Renault e faz parte da mais recente ofensiva da casa francesa que atirou para o mercado o Austral, o Espace e, agora, este SUV coupe que vem ocupar o lugar do pouco feliz Talisman (carro e carrinha). Sendo o topo da gama do construtor gaulês, recebe o sistema híbrido E-Tech mais potente para lá de algumas diferenças em outras áreas, “escondendo” o óbvio: Austral, Espace e Rafale são “irmão”. Mas não são gémeos…
O Rafale é o novo topo de gama da Renault, vem ocupar o lugar da gama Talisman e oferece a versão mais potente do sistema híbrido E-Tech da marca francesa com 300 cv. Por outro lado, oferece tração integral e o sistema de direção às quatro rodas 4Control.
Rafale é o novo topo de gama Renault
O carro foi revelado no domingo em Paris durante o Festival Aéreo do Le Bourget, porque o nome deste novo SUV da Renault é Rafale. Para lá de significar uma forte rajada de vento, Rafale é, também, o nome de um avião militar e, ainda, uma aeronave que nos anos 30 do século passado bateu recordes de velocidade. O avião era um Caudron-Renault!
Contas feitas, o Rafale tem a mesma distância entre eixos, mas é mais pequeno que o Espace: 4710 mm contra 4722 mm. Já as vias são mais largas 40 mm que no Espace. Por outro lado, o Rafale é o primeiro modelo da casa francesa que recebe a influência direta do novo responsável do estilo Renault, o ex-Peugeot, Gilles Vidal. Este desenhou o Rafale como um “fastback” em cunha com ombros musculados para que o carro pareça mais poderoso.
Adicionalmente, este Rafale é o terceiro modelo feito com a plataforma CMF-C/D. O novo modelo separa-se do Austral e aproxima-se do Espace, tendo a mesma distância entre eixos. Ora, não tendo sete lugares, o Rafale oferece um espaço interior enorme, pelo menos, tirando as medidas ao Espace. A Renault diz que apesar de ser um SUV coupé, o espaço para a cabeça no banco traseiro é quase igual ao do Espace devido, essencialmente, à longa distância entre eixos.
Austral, Espace e Rafale partilham várias coisas
Tendo a mesma plataforma, Austral, Espace e Rafale partilham 75% das peças. Desde logo, o para brisas e a estrutura das portas dianteiras. A diferença está no metal que forras as portas. As portas traseiras são as do Espace, mas também com o forro exterior a ser diferente. Depois há uma série de detalhes que não são tão percetíveis, mas que ajudam na economia de escala.
Por outro lado, o CEO da marca Renault, Fabrice Cambolive, referiu na apresentação feita no Le Bourget que modelos como o Arkana, Megane E-Tech e o Austral, que recebem o reforço do Espace e, agora, do Rafale, vão ajudar a Renault a regressar ao segundo lugar de vendas na Europa. “O Rafale é o chefe de esquadrilha da Renault” referiu Cambolive.
Já para Luca de Meo, o CEO do grupo Renault e o responsável por esta ofensiva de produto, lembrou o insucesso dos topos de gama da casa francesa, mas tudo será diferente com o Rafale, pois “este está no segmento certo com uma mecânica pensado para as necessidades de hoje.” O modelo estará á venda em 2024 na Primavera e será construído em Espanha tal como o Austral e o Espace.
Motorização E-Tech mais potente de sempre
A motorização do Rafale ajuda a colocá-lo no topo da gama Renault. Para lá da mesma versão usada pelo Austral e Espace, com 200 cv e tração dianteira (com motor de 130 cv, motor elétrico de 50 kW e outro que está no motor de arranque/gerador com 25 kW), a Renault propõe uma variante com 300 cv que adiciona mais um motor elétrico no eixo traseiro e que, inevitavelmente, terá sistema de carga exterior e uma bateria maior. A data de lançamento é que ainda é desconhecida.
Igual ao Espace, porque o Rafale também utiliza um eixo traseiro independente, a direção conta com o sistema 4Control de direção às quatro rodas.
O topo de gama também no equipamento
Um dos destaques do Rafale está no tejadilho em vidro com 1,5 metros de comprimento e 1,2 metros de largura que pode ser escurecido em segundos e até pode ser controlado pela voz através do Google Assistant. Por outro lado, os bancos dianteiros usam Alcantara feita de material reciclado e há uma miríade de detalhes que o colocam na lista dos modelos de topo.
O Rafale entra num segmento – SUV médio – que vale, apenas, 4,6% do mercado e é liderado pelo Skoda Kodiaq que, em três meses, vendeu cerca de 21 000 unidades, sendo seguido pelo ID.4 com pouco mais de 17 mil carros vendidos. Porém, como fez questão de mencionar Luca de Meo, apesar de serem segmentos pequenos, as margens de lucro são elevadas. Desta forma, a Renault continua o seu movimento, iniciado em 2020, de reduzir a histórica dependência de modelos de elevados volumes e menos rentáveis.