Carlos Sainz assinou vitória de classe no final da corrida disputada em Marina Bay. Ficou, assim, o Grande Prémio de Singapura vincado na memória da Red Bull como o palco da primeira derrota em 2023. Por outro lado, a Ferrari conseguiu estar no momento certo para ser a primeira a derrotar a Red Bull com uma estratégia brilhante desenhada por… Carlos Sainz. Um piloto que amadureceu, está mais veloz e mantém uma inteligência tática acima da média.
Carlos Sainz assinou vitória de classe, rubricando a segunda vitória da carreira e a primeira da Ferrari em 2023. O espanhol liderou todas as voltas numa corrida diferente pela ausência dos Red Bull na luta pela primeira posição. Só para ilustrar, Max Verstappen e Sergio Perez não conseguiram entrar na Q3. E na corrida, uma estratégia arriscada ofereceu ao campeão do Mundo apenas o quinto lugar e a Perez o oitavo posto.
Carlos Sainz mostra inteligência tática
Com o intuito de tentar ser a primeira equipa a quebrar a invencibilidade da Red Bull, a Mercedes lançou um trunfo. Poupou um jogo de pneus macios novos para a corrida apostando na possibilidade de fazer uma dupla paragem para passar os Ferrari e os McLaren.
A paragem em pista do Alpine de Esteban Ocon deu à Mercedes essa oportunidade. No momento em que o “Safety Car Virtual” foi espoletado, a equipa de Toto Wolff recebeu uma paragem de borla e usou os pneus macios novos poupados.
Por consequência, perderam posições em pista, mas os cerca de dois segundos por volta que ganhavam aos adversários mitigaram essa dificuldade. Charles Leclerc foi o primeiro obstáculo rapidamente ultrapassado pelos Mercedes.
De acordo com a estratégia desenhada pela equipa, o alvo de George Russell e de Lewis Hamilton era o McLaren de Lando Norris. A aproximação estava a ser rápida e foi aí que tudo mudou.
Sainz lembrou o jogo de Xadrez e decidiu colocar um guarda para defender a liderança. Qual foi esse guarda? Lando Norris! Com o propósito de permitir que o piloto da McLaren tivesse uma arma para se defender dos velozes Mercedes, deixou Norris andar sempre dentro do DRS.
Contando com a dificuldade de ultrapassagem em Marina Bay e um Ferrari competitivo, Carlos Sainz frustrou os planos de Russell e Hamilton e ofereceu, assim, uma vitória à Ferrari e um segundo lugar a Zak Brown. Brilhante!
É verdade que Russell pressionou bastante Norris, mas errou e bateu forte, deixando o lugar mais baixo do pódio para Lewis Hamilton. O britânico ainda tentou desalojar Norris, mas já era tarde e o pódio ficou desenhado sem Red Bull ou Verstappen.
Red Bull e Verstappen com prova para esquecer
Alguma coisa afetou a Red Bull e Singapura. Os treinos livres tinham deixado antever dificuldades, mas ver os dois carros da equipa de Milton Keynes fora da Q3 deixou todos boquiabertos. Só para ilustrar, desde 2018 que isso não acontecia!
Curiosamente, ou talvez não, foi este o primeiro fim de semana em que a FIA lançou luz sobre a questão dos fundos planos flexíveis. A primeira (TD18) apertou as regras do fundo flexível, a segunda (TD19) foi uma revisão da regulamentação original lançada no GP do Canadá de 2022.
A Red Bull diz que não tem nada a ver com Christian Horner a explicar que foi uma questão de acerto totalmente errado do carro. Por outro lado, o responsável máximo da equipa referiu que o novo fundo plano não correspondeu e que o reasfaltamento da pista também foi incómodo para o chassis da Red Bull e, sobretudo, para a janela de funcionamento dos pneus. Enfim, as razões podem ser muitas, mas a coincidência… essa está lá!
Acima de tudo, ficou a derrota da Red Bull e mais uma decisão estratégica excelente que permitiu a Verstappen ficar com o quinto lugar, incapaz de suplantar Leclerc que funcionou um pouco como cordeiro sacrifical para a vitória de Sainz.
Alpine, Haas e Alpha Tauri nos pontos
Pierre Gasly levou o Alpine ao sexto posto, seguido de Oscar Piastri a fazer mais uma bela corrida com um McLaren que não tinha as mesmas evoluções do monolugar de Norris. Penalizado, Sergio Perez acabou por manter o oitavo lugar. Por outro lado, Liam Lawson registou os primeiros pontos da carreira na F1, ficando à frente de Kevin Magnussen. Que, desta forma, adicionou mais um pontinho ao acumulado da Haas.
Com Lance Stroll fora de prova depois do violento acidente nos treinos, Fernando Alonso ficou, sozinho, a defender a Aston Martin. Poderia ser a primeira vitória da equipa, mas uma suspensão danificada fez o espanhol andar a arrastar o Aston Martin pela pista até ao final, onde terminou em último.
Classificação Grande Prémio de Singapura
- Carlos Sainz (Ferrari), 62 voltas em 1h46m37,418s;
- Lando Norris (McLaren-Mercedes), a 0,812s;
- Lewis Hamilton (Mercedes), a 1,269s;
- Charles Leclerc (Ferrari), a 21,177s;
- Max Verstappen (Red Bull-RBPT Honda), a 21,441s;
- Pierre Gasly (Alpine – Renault), a 38,441s;
- Oscar Piastri (McLaren – Mercedes), a 41,479s;
- Sergio Perez (Red Bull – RBPT Honda), a 59,534s;
- Liam Lawson (Alpha Tauri – RBPT Honda), a 1m05,918s;
- Kevin Magnussen (Haas – Ferrari), a 1m12,116s; etc. Classificados 15 pilotos
Campeonato do Mundo de Pilotos
- Max Verstappen, 374 pontos;
- Sergio Perez, 223 pts;
- Lewis Hamlton, 180 pts;
- Fernando Alonso, 170 pts;
- Carlos Sainz, 142 pts;
- Charles Leclerc, 123 pts;
- Geiorge Russell, 109 pts;
- Lando Norris, 97 pts;
- Lance Stroll, 47 pts;
- Pierre Gasly, 45 pts; etc. Classificados 19 pilotos
Campeonato do Mundo de Construtores
- Red Bull Racing, 597 pontos;
- Mercedes, 289 pts;
- Ferrari, 265 pts;
- Aston Martin Racing, 217 pts;
- McLaren – Mercedes, 139 pts;
- Alpine- Renault, 81 pts;
- Williams Mercedes, 21 pts;
- Haas Ferrari, 12 pontos;
- Alfa Romeo, 10 pts;
- Alpha Tauri, 5 pts.