O Citroën Visa Decapotable (descapotável) cumpre 40 anos de vida e apostamos que muitos de vós nem sabem do que estamos a falar. Ponte entre o Mehári e o C3 Pluriel, o Visa Decapotable era um automóvel desconcertante. Por outro lado, mostra como a indústria estava há 40 anos. Um veículo inesperado e que vamos dar-lhe a conhecer quatro dezenas de anos depois de ter surgido e deixado meio mundo boquiaberto.
O Citroen Visa Decapotable fez parte da gama de modelos que veio substituir os vetustos Ami 6 e Ami 8. O Visa era um carro polivalente que tinha como base o Peugeot 104. Por outro lado, o estilo era pouco audaz e a primeira geração tinha uma frente que os franceses apelidaram de “focinho de porco”.
Citroen Visa descapotável
Com o propósito de acabar com esse epíteto, os responsáveis da Citroen decidiram entregar a remodelação, rápida, do Visa à Heuliez. E o que fizeram os carroçadores franceses? Redesenharam a frente com um friso de plástico na ponta do capô completada com igual material nos faróis e grelha, que passou a ter barras horizontais. Ficava, assim, alargada a frente.
Com tinta preta (mais tarde autocolante) em redor do para brisas e do vidro traseiro (também nas janelas laterais) remodelaram por completo a superfície vidrada do Visa. Assim sendo, a silhueta mudou… sem mudar nada.
Mas a maior alteração que a Heuliez fez ao Visa surgiu em 1983. O desconhecido Visa Decapotable!
Por causa da carroçaria de cinco portas, fazer um descapotável do Visa era uma proeza. Como não havia recursos, os homens da Heuliez tiveram de retirar a capota do Visa com as cinco portas. Ainda lembraram usar o Axel, versão de duas portas do Visa, mas a Citroen não quis.
Assim, aproveitando as zonas negras que serviram para a renovação do Visa, a Heuliez retirou o tejadilho como uma tampa da lata de atum abdicando, até, do pilar C. Reforçaram o tejadilho para o carro não dobrar e colocaram uma capota em cima da bagageira. Este, por sua vez, reduziu-se bastante.
Um estilo… estranho e com apenas 50 cv
Nessa medida, as zonas revestidas a preto deram uma preciosa ajuda no enquadramento da capota e do corte feito. Porém, não deixa de ser um corte violento nas formas do Visa.
Antes de tudo, o Visa Decapotable era uma espécie de resposta ao Peugeot 205 CT e pintado de vermelho Vallelunga (havia a opção Cinzento e em alguns mercados o castanho) parecia um carro distinto. Porém, só tinha um motor 1.1 litros de 50 CV e, ao contrário do que sucedeu com o 205 CTI – um descapotável com motor de 1.6 litros com 105 CV – o Visa nunca recebeu o mesmo bloco usado no Visa GTI.
Infelizmente, o carro era mesmo um “patinho feio” e a Citroen produziu, apenas, 2633 unidades saídos da fábrica de Cerizay. Dois anos depois, discretamente, a Citroen retirou de cena o Visa Decapotable. Um flop que foi repetido anos mais tarde com o C3 Pluriel.
