O mercado Europeu continua com um crescimento de duplo digito, olhando aos números do mês de setembro. Com efeito, apesar do aumento das taxas de juro e do ambiente económico menos favorável, o Mercado Europeu cresceu 11%. Ou seja, foi o 14º mês consecutivo de crescimento no Velho Continente, com o mercado dos veículos elétricos a crescer 13%. Porém, há alguns sinais de resistência dos consumidores.
Apesar dos custos crescentes na aquisição de um automóvel, devido às taxas de juro elevadas, o Mercado Europeu cresceu. Contas feitas, foram vendidos 1,17 milhões de unidades nos mercados da União Europeia, EFTA e Reino Unido. Dados da ACEA, a Associação de Construtores Automóveis Europeus, que refletem um aumento de 11%.
Mercado Europeu cresceu, mas…
Porém, há uma nuance que tem de ser destacada: foram as encomendas em carteira da maioria das marcas que tem permitido manter a produção e as vendas altas. Só assim se pode explicar que sejam ultrapassados os custos de financiamento na aquisição e se tenha rubricado o 14º mês consecutivo de crescimento.
Por outro lado, as vendas de modelos elétricos continuam a crescer. Desta feita foram mais 13% traduzidos em 187.358 unidades. A Bloomberg prevê que este ano o resultado do mercado europeu registe um crescimento de 14%. Com efeito, uma cifra acima dos 9% registados em 2022. Com toda a certeza, olhando ao ambiente económico e à redução dos problemas de logística e fornecimento de peças, teremos um último trimestre com excesso de produção face à procura antecipada.
Encomendas crescem de um lado, diminuem do outro
De acordo com os relatórios dos construtores, a procura anda como a maré… de um lado sobe, do outro desce. Só para exemplificar, a Renault continua a ter uma carteira de encomendas robusta até final do ano. Porém, detetou já algum recuo por parte dos clientes. Por outro lado, a Volkswagen viu as encomendas de veículos ficarem aquém dos objetivos, particularmente, na Europa. Por via disso, já houve dispensas de trabalhadores temporários e reduções de turnos nas unidades de produção alemãs.
Base de comparação é baixa e distorce resultados
Outra dificuldade do mercado reside na base de comparação. Se é verdade que 14 meses de crescimento a duplo dígito é um forte ganho, não podemos esquecer a base é baixinha. Só para exemplificar, a procura de automóveis de passageiros continua a ser qualquer coisa como um quinto menos que o nível antes da pandemia! E o ambiente económico com constantes conflitos e perspetivas de novas pandemias, não deixa prever nada de muito favorável.
Sob o mesmo ponto de vista, a Alemanha, o motor da economia europeia, não cresce há um ano e pode, mesmo, entrar em recessão. Os ganhos noutros mercados tem ajudado a mitigar os 29% de recuo nas vendas experimentado na Alemanha.