Renault Clio. Uma história de sucesso com 33 anos

Foi em 1990 que chegou às estradas o Renault Clio. É o automóvel francês mais vendido no mundo, com 16 milhões de unidades, e o mais vendido em Portugal, onde recentemente chegou aos 500.000. Com a chegada da “fase 2” da quinta geração, recordamos um pouco da história deste modelo nestes 33 anos.

O Renault Clio faz 33 anos e com a chegada da nova versão deste modelo, nada melhor que recordar a história de um automóvel que nasceu na época de François Mitterand e de Cavaco Silva e vive, hoje, na era do TikTok. Um citadino com nome de mulher e de deusa grega que esteve quase a parecer-se com o Fiat Punto e que tem como ícones as versões Williams e 16S, para além do, digamos, difícil V6.

Com toda a certeza, o Clio é um carro conhecido por gerações que começaram e acabaram a andar no citadino francês. São trinta e três anos de história que começou quando a Renault viu o Supercinco perder protagonismo pela ultrapassagem da concorrência. Com o intuito de reagir a essa situação, a marca francesa quis mudar o paradigma e afastar-se do modelo que vendeu mais de 5,7 milhões de unidades entre 1972 e 1996. A batata-quente caiu nas mãos de Gaston Juchet, diretor de estilo da casa do losango.

Números que marcam em Portugal

Assim, são 33 anos de história, meio milhão de unidades vendidas, automóvel líder de vendas por 12 anos, 15 anos líder do segmento e 25 vezes no pódio dos mais vendidos em Portugal. Números impressionantes de um modelo em constante renovação que vê agora chegar ao mercado a segunda fase da sua quinta geração, a disponibilizar a gama de motores mais completa do segmento.

Uma história de sucesso chamada Clio

Ao contrário dos conservadores alemães, que perpetuam os nomes dos carros ao longo de décadas, os franceses gostam de mudar e saltitam de números para nomes e vice-versa. Curiosamente, a Renault tem mantido algum conservadorismo, pois o Twingo perdura, tal como o Espace ou, claro, o Clio. Mas em 1990, o marketing da casa francesa entendeu por bem acabar com o R5 e afastar-se o mais possível da sua influência. A missão de Gaston Juchet era realizar um automóvel utilitário, arredondado e sem arestas vivas como sucedida no anterior modelo.

Nascia, assim, o projeto X57 que recebeu, depois, o nome Clio. Sabia que o utilitário francês tem nome de mulher? É verdade, Clio é o nome de uma musa da mitologia grega. Foi Raymond Levy, o CEO da Renault à época, que ficou na história ao desejar mudar o nome do modelo e dar-lhe uma aparência mais arredondada. Seguiu os passos do marketing que entendia ser mais fácil vender um veículo com um nome do que um com um número. Por outro lado, a Renault consultou vários designers, entre eles, Pavel Husek e os estúdios Giugiaro. Fica a curiosidade de que projeto da Giugiaro foi recusado e pouco tempo depois foi proposto à Fiat para o novo Punto!

A primeira geração do Renault Clio (1990 a 1998)

O sucesso do Clio foi imediato! De tal forma que, logo depois do lançamento, em 1991 foi eleito “Carro Europeu do Ano”. Um pouco por todo o mundo, o Clio encontrou adeptos do estilo “fofinho” e, também, das capacidades em termos de comportamento. Com motores entre os 50 e os 150 CV – este para o raro e muito desejado Clio Williams – o Clio tinha resposta para todas as necessidades. Até havia uma versão diesel!

Além disso, o Renault Clio poderia ter sido o primeiro citadino da casa francesa a receber um motor sobrealimentado. O bloco atmosférico com 2.0 litros do Clio Williams conheceu uma longa carreira. Sabia que esteve até ao Megane RS da terceira geração? Poderia ter recebido o turbo naquela época, mas não aconteceu. E sabia que o Clio teve um motor desenvolvido pela Porsche? Era o bloco 1.8 litros da rara versão RSi. Mais uma curiosidade: a Renault fez 50 automóveis elétricos que foram usados pelos correios franceses “La Poste” e pela elétrica gaulesa (EDF).

A segunda geração do Renault Clio (1998 a 2005)

As mudanças na segunda geração do Clio foram ligeiras, tanto no exterior como no interior. Manteve o fundamental de um utilitário: eficiente e seguro. Foi nesta geração que nasceu o Clio V6, uma reinterpretação do Renault 5 Turbo que não correu lá muito bem. Era um carro brusco e difícil de lidar nos limites. Foi o Clio mais potente de sempre.

O Clio Williams desapareceu e no seu lugar surgiram as versões RS (Renault Sport) com 182 CV. A vida desta segunda geração do Clio prolongou-se até 2016 fora da Europa e por via disso, foi o modelo mais vendido do utilitário gaulês com 5,6 milhões de unidades comercializadas.

A terceira geração do Renault Clio (2005 a 2012)

Mudança radical! Ficou apenas o nome num automóvel maior (mais 22 cm), mais espaçoso e com uma qualidade de construção superior. Sem surpresas repetiu o título de “Carro do Ano” Europeu 2006. Por outro lado, foi o primeiro a oferecer vários estilos de carroçaria, no caso, uma carrinha. Os modelos RS passaram a barreira dos 200 CV, apesar de manterem o motor sem turbo. O Clio V6 desapareceu e do Clio 3 venderam-se 2,4 milhões de unidades.

A quarta geração do Renault Clio (2012 a 2019)

A crise de 2008 marcou a quarta geração do Renault Clio. Dessa forma, a falta de recursos e a necessidade de colocar na rua um novo modelo, levou a que o produto final estivesse bastante aquém do desejado, tanto pelo público como pela marca. Ainda assim, curiosamente, foi um carro muito popular com mais de 4 milhões de unidades vendidas e líder de mercado em Portugal durante 6 anos consecutivos!

Foi nesta geração que nasceu o último Clio RS de Renault Sport, pois a divisão desportiva passou a ser a Alpine. Finalmente, no Clio RS surge a sobrealimentação, mas apenas para 220cv. A variante de 275cv foi pensada, mas nunca chegou à produção. Usava o motor do Megane RS e chegou a ser apresentado no GP do Mónaco de 2016. Quando foi instalado em Dieppe para a produção pela Renault Sport, acabou abandonado porque a linha de montagem tinha acabado de ser mudada para a fabricação do Alpine A110.

A quinta geração do Renault Clio (2019-2026?)

Fabricado na Turquia, o Clio conhece quinta geração. Com toda a certeza, a Renault ouviu os clamores sobre a qualidade e ofereceu um carro bem construído e sólido do ponto de vista da montagem e da qualidade dos materiais. Um estilo sedutor juntamente com os acabamentos de superior qualidade, elevava os patamares do segmento.

Renault Clio V E TECH

Os preços foram revistos em alta e esta geração viu a chegada da primeira versão híbrida ou eletrificada. O sistema E-Tech revela-se um excelente aliado na economia de combustível. Por outro lado, desapareceram as versões desportivas. Assim, com a chegada da “fase 2” desta quinta geração, as mudanças são muitas. Por fora, por dentro e debaixo do capô.

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Até à chegada da sexta geração, que tudo aponta será em 2026, vamos falar-lhe sobre todas as novidades deste “restile”, das novas motorizações incluindo o novo E-Tech Hybrid de 145cv que já tivemos oportunidade de conduzir. Ora venha lá conhecê-lo aqui.