Coragem é a palavra que pode definir o lançamento de um automóvel destinado ao segmento dos utilitários. Onde as margens são cada vez menores e a procura por SUV é intensa. Porém… a Suzuki revelou o novo Swift para o mercado europeu, entendendo existir uma oportunidade de capitalizar onde a maioria das marcas decidiu tirar a ficha. Ou seja, a Suzuki entende que com a saída de modelos como o Ford Fiesta por troca com o Puma, por exemplo, há espaço para o seu utilitário, simples, eficiente e com hibridização. E, já agora, com preços a começar nos 18 608€.
Fui até Madrid para conhecer a quarta geração do Suzuki Swift. Um nome com história e, curiosamente, um automóvel cuja primeira aparição no Velho Continente foi enorme sucesso. Mas não conta para esta contabilidade das gerações do Swift, pois era conhecido por outros nomes em diversos mercados. Portanto, vamos lá conhecer a nova geração do citadino da Suzuki.
Evolução e não uma revolução
Com toda a certeza, não sendo alérgicos à mudança, os japoneses da Suzuki gostam pouco de revolucionar. Olhando para as três gerações do Swift percebemos que tudo foi evoluindo sem revolução. Essa foi feita quando passaram do primeiro modelo – quem não se lembra do Swift GTI… – para a primeira geração. Soa esquisito, verdade? Mas é assim!
O novo Swift foi pensado para suprir as necessidades do mercado para um carro pequeno, ágil, económico e amigo do ambiente. Para isso mudou muito mais do que estaria à espera. Mesmo assim, o Swift é uma evolução. Não uma revolução!
Então, afinal, o que é que muda?
Muita coisa, na verdade, mas a maior novidade é o motor. Sendo parte do universo Toyota, a Suzuki poderia ter feito o mesmo que a Mazda: ir buscar a tecnologia híbrida e, até, o carro. Mas uma marca que vende mais de 3 milhões de unidades em todo o mundo pode cuidar das suas necessidades.
Desse modo, a casa japonesa criou um motor com hibridização. Fora com o antigo motor 1.2 litros e quatro cilindros, bem-vindo o bloco de três cilindros, igualmente 1.2 litros, mas com hibridização ligeira com tecnologia 12 volts. A potência ficou sensivelmente a mesma, mas a Suzuki diz que o carro está mais económico, mais amigo do ambiente e mais rápido.
Novo Suzuki Swift com várias mudanças
Em contrapartida, a plataforma é a mesma da anterior geração, ficando, assim, as dimensões iguais às da anterior geração. A partir daqui muito mudou. Desde logo o desenho do carro. A Suzuki evoluiu os faróis e a grelha dianteira, oferecendo uma aparência mais moderna.
Por outro lado, a casa japonesa decidiu melhorar a aerodinâmica. Nesse sentido, colocou um spoiler por cima do portão traseiro, arredondou diversas faces para uma maior fluidez do ar em redor da carroçaria e modificou o fundo do carro. Esta última alteração foi no sentido de reduzir o ruído e as vibrações.
Com o intuito de melhorar o conforto e o comportamento, a Suzuki introduziu uma série de ajustamentos na suspensão. Em primeiro lugar, uma nova barra estabilizadora à frente para melhorar a resistência ao rolamento. Em segundo lugar, a suspensão traseira foi afinada para permitir que as rodas ultrapassagem as mudanças de piso com maior conforto.
E o interior também foi mexido?
Claro que sim! Paralelamente ao exterior, o habitáculo recebeu novidades. Há uma melhoria dos materiais, embora fosse pedir demais que um carro deste preço tivesse materiais de topo. Não tem, mas envolvendo o interior do Swift num olhar crítico fica uma imagem muito positiva. E uma montagem que permite ausência de ruídos parasitas.
Por outro lado, há vários botões físicos, nomeadamente, para a climatização.
E por amor à verdade, tenho de dizer que após entrar no Swift não vejo que tenha um interior menos agradável que a maioria dos seus rivais. Em virtude da escolha da Suzuki em colocar materiais sustentáveis dentro do Swift, a criatividade em termos de revestimentos não é grande, mas cumprem a função e tudo parece moderno.
Com toda a certeza, não fica mal na fotografia quando falamos de tecnologia e equipamento. Um ecrã de 9 polegadas serve o sistema de info entretenimento que oferece Apple CarPlay e Android Auto sem fios e aquecimento dos bancos dianteiros.
E há espaço suficiente?
Convirá, sempre, lembrar que o Swift é um citadino. Por isso entendo que o espaço a bordo é muito bom tendo em linha de conta o facto de ser um carro pequeno. Verdade que quem vai atrás pode ter alguma dificuldade em arrumar os joelhos. Mas tem espaço em altura suficiente e na frente não há queixas.
A posição de condução é excelente e mesmo que os bancos sejam um nadinha duros, cumpri mais de 100 km dentro do Swift e as minhas costas não se sentiram afetadas. Na bagageira há 265 litros de capacidade, um valor um pouco aquém, olhando aos rivais do segmento.
E como é que se comporta o Swift?
O anterior modelo era bom, este está ótimo! Além das alterações que acima refiro, o Suzuki Swift é um carro leve e, por isso mesmo, ágil. A caixa de velocidades manual é um regalo, está bem escalonada e a direção é precisa. Tudo isto oferece um excelente prazer de condução, mesmo que o motor só tenha 82 cv.
É verdade que as performances são magras – afinal este é um carro citadino – mas com a ajuda do sistema híbrido, as coisas são interessantes. Porque sendo um motor atmosférico, tem pouca potência e binário a baixa rotação, a parte elétrica ajuda a mitigar essa dificuldade.
Por outro lado, a caixa bem escalonada permite estar sempre na mudança certa e é um regalo enfrentar uma estrada sinuosa. Podemos não ir muito depressa, mas face a outros rivais, o novo Suzuki Swift vai de sapatilhas, os outros de botas cardadas!
Há uma caixa CVT disponível e fiquei agradavelmente surpreendido como se adapta bem ao novo Suzuki Swift. Claro, melhor o modelo com caixa manual, mas até gostei do Swift com esta caixa CVT. Uma quase heresia conhecido o meu desagrado por este tipo de transmissão.
Equipamento completo
A Suzuki revelou novo Swift com muito equipamento. Passando por cima da incompreensão minha pelo equipamento de entrada não ter jantes de liga leve, a verdade é que a oferta logo de base é boa.
Dessa forma, o novo Suzuki Swift S1 tem jantes de aço de 15 polegadas, faróis LED e com acionamento automático, espelhos de comando elétrico e aquecidos, arranque sem chave, sistema de navegação, câmara de visão traseira, cruise control adaptativo e sensores de estacionamento traseiros.
Por outro lado, o nível S2 adiciona as jantes de liga leve, volante de pele, bancos aquecidos, vidros escurecidos, banco do condutor ajustável em altura. Já o S3 oferece jantes de liga leve polidas de 16 polegadas, aquecimento suplementar atrás e espelhos com piscas integrados e rebatíveis eletricamente.
Estando disponível com caixa manual e automática CVT e versões com tração integral, os preços arrancam nos 18 608€ do S1 (com campanha financeira e comercial no valor de 2626€) do S1, seguindo-se os 20 337€ do S2, os 21 886€ do S2 Automático, e os 21 868€ do 4WD. O S3 começa nos 21 252€ e termina nos 22 780€ do S3 Automático.
E, no fim, qual é a minha opinião?
O novo Suzuki Swift evoluiu no sentido certo. É verdade que a bagageira é pequena e que os materiais do interior parecem ser duros. Mas este Suzuki é uma oferta inigualável pelo preço e pelo que oferece em termos de equipamento. É, também, a prova que nem sempre a potência é a melhor solução para encontrar diversão ao volante. E acredite que este novo Suzuki Swift é um automóvel que vale a pena experimentar. Verá que vale mais do que imagina e com estes preços é mesmo uma proposta tentadora. A não ser que sejamos preconceituosos…