O Dacia Duster foi um sucesso imediato quando foi lançado: carroçaria da moda, musculo q.b. e um estilo divertido e sedutor com um preço de arromba. A terceira geração do modelo muda tudo: estilo, plataforma, motores, interiores e, claro, o preço. Com toda a certeza, esta não é uma remodelação do SUV romeno. É, sim, uma nova era, que até oferece uma motorização híbrida. Conduzimos o Dacia Duster e a primeira impressão é muito positiva!
Não é segredo para ninguém a importância do Duster na gama Dacia e o peso do SUV no negócio da marca romena pertença do Grupo Renault. As primeiras gerações cumpriram o objetivo: preços sem rivais e características pouco habituais num carro deste preço, deram corpo à imagem mais divertida e menos baixo custo da marca e conquistar quota de mercado.
Chegou a vez de elevar a fasquia e atacar, diretamente, o segmento C onde os preços têm andado a subir e onde há espaço para um SUV diferente que a Dacia quis mais radical e mais 4×4. Conduzimos o novo Dacia Duster em Espanha e a verdade é que gostámos muito.
Novo Dacia Duster com estilo musculado
A primeira impressão assim que vimos o carro ao vivo foi soltar um pequeno “wow”! O Duster está com uma aparência muito mais robusta, mais 4×4. As linhas redondas, sensuais, mas musculadas, do anterior modelo desapareceram. Deram lugar a um estilo com linhas retas, cavas das rodas alargadas e jantes grandes.
O Dacia Duster parece maior! Porém… não é. Tem, exatamente, as mesmas dimensões do antigo modelo, ou seja, 4,34 metros de comprimento. O que nos fez um pouco de confusão, pois sentados a bordo, o carro parece muito maior.
A utilização da plataforma CMF-B (usada no Renault Clio 5, Dacia Sandero, Renault Arkana e Dacia Jogger, entre outros) é o segredo para esta multiplicação do espaço dentro das mesmas dimensões. É ela que, também, permite usar um motor híbrido no Duster e oferecer novos equipamentos que, até agora, não podiam ser instalados no modelo.
Gama com três níveis de equipamento
O novo Dacia Duster tem três níveis de equipamento: Essential, Expression e um topo de gama que tem duas versões distintas, Extreme e Journey. A primeira para fora de estrada, a segunda para a cidade.
Em primeiro lugar, o Extreme destaca pormenores em Castanho Cobre, e está orientado para os adeptos de atividade ao ar livre. Robusto e prático tem estofos em Micro-Cloud lavável, barras de tejadilho modulares e muitos outros equipamentos. Em segundo lugar, o Journey está apontado a clientes que preferem elegância e discrição com conforto e tecnologia. Por isso está equipado com travão de estacionamento automático e sistema de info-entretenimento com navegação.
Finalmente, destacamos os YouClip. Este é um simples e engenhoso sistema colocado em pontos chave do habitáculo para fixar de forma prática uma vasta gama de acessórios. De série a Dacia oferece quatro (nível Essential) ou seis destes YouClips (outros níveis), podendo ser adicionados mais dois pontos utilizando o acessório para o apoio de cabeça.
Motores e transmissões do novo Dacia Duster
Por outro lado, o novo Dacia Duster recebe, pela primeira vez, o motor a gasolina TCe 130. Este é o primeiro passo para a eletrificação da gama Dacia com um sistema híbrido ligeiro com tecnologia 48 volts. Com caixa manual de seis velocidades, está disponível nas versões 4×2 e 4×4. Nessa medida, o sistema conta com o motor 1.2 litros com três cilindros turbo. A redução dos consumos e das emissões é de cerca de 10%.
Outra novidade em termos de motorização é a mecânica estreada no Jogger e que o Duster passa a oferecer. Falamos do Hybrid 140 e que herda o sistema E-Tech da Renault. Com a caixa de quatro velocidades sem embraiagem e ajuda de um gerador elétrico com uma pequena bateria, o novo Dacia Duster pode circular em modo elétrico, em cidade, durante 80% do tempo.
Com toda a certeza, não poderia faltar uma versão bifuel do Duster. A Eco-G 100 emite menos 10% de CO2 que um modelo a gasolina equivalente com a ajuda do GPL. Por via disso, o Duster exibe a etiqueta ECO-G.
Conduzimos o novo Dacia Duster e… gostámos!
Conduzimos o Duster com o motor TCe 130 e assim que colocamos o motor em andamento, percebemos que o trabalho feito na insonorização foi excelente. O três cilindros quase não se ouvem ao ralenti e, quando andamos nos regimes médios, continua muito discreto. Parabéns!
A motorização desta versão utiliza ciclo Miller e tem um motor de arranque/motor elétrico que oferece 16 cv de apoio ao bloco térmico. Contas feitas, são 130 cv e 230 Nm de binário. Há, claramente, um défice de binário a baixa rotação, porém, a ajuda elétrica resolve o problema. Por outro lado, sendo relativamente leve (1304 kg), o Duster não tem dificuldade nos arranques e numa utilização quotidiana.
Lá está, quando é mais necessário (arranques ou aceleração vigorosa) a parte elétrica do sistema híbrido ligeiro ajuda. E, por amor à verdade, temos de dizer que o desempenho é muito bom e melhor que o anterior bloco TCe 130.
Com toda a certeza, este motor TCe130 é uma excelente adição à gama Duster. A ajuda dos 16 cv do motor de arranque/motor elétrico e a recarga rápida da bateria de 48 volts, são decisivos para os baixos consumos. A Dacia reclama 5,5 l/100 km e durante este primeiro ensaio ficamos perto dos seis litros de gasolina por cada centena de quilómetros.
Um comportamento excelente
Conduzimos o Dacia Duster 4×4 com este motor TCe130. Antes de lhe dizermos alguma coisa sobre esta versão, queremos pontuar o comportamento do novo Dacia Duster.
A promessa de mudanças no comportamento foi cumprida. A suspensão foi trabalhada e gostamos da forma como absorve bem as irregularidades, oferecendo um nível de conforto excelente, mesmo com rodas grandes. Por outro lado, os movimentos da carroçaria estão mais controlados, mas não desapareceram. Porém, este é um automóvel familiar com prioridade ao conforto. Mesmo assim, o Duster está melhor a curvar e apenas a direção necessitará de maior firmeza quando andamos em velocidades mais elevadas. A baixa velocidade e em estacionamento, está perfeita! O que falta? Talvez uma caixa automática. Pronto, estamos a ser abusadores, mas o nível que o Duster exibe, agora, merecia uma caixa automática para ainda maior paz na condução. Segredo: a marca romena vai ter uma caixa de velocidades automática dentro de 12 a 24 meses.
Voltando à versão 4×4, continua com todos os predicados do anterior modelo. Ou seja, apesar do motor a gasolina com menor binário que o propulsor a gasóleo, a ajuda elétrica torna a condução simples e segura, com capacidade para ir mais além que o simples estradão até á praia deserta ou o caminho de terra até à casa de férias.
Interior e bagageira evoluem
Assim que entramos no novo Dacia Duster, percebemos a tremenda evolução sentida face ao anterior modelo. Os plásticos continuam duros, mas evoluíram e o estilo também melhorou, rimando com o desenho do exterior. Por outro lado, o nível da montagem subiu e não há ruídos parasitas mesmo em mau piso.
A posição de condução é excelente devido às múltiplas regulações oferecidas. Nessa medida, temos de elogiar os bancos, finalmente, com uma base mais longa e excelente apoio. Os revestimentos dos bancos atrás e à frente são mais suaves e de maior qualidade, enquanto o forro do tejadilho escuro rima com os vidros traseiros escurecidos para oferecer um interior mais acolhedor.