A Marca de bancos desportivos Recaro declarou falência

O fabricante alemão de bancos Recaro declarou falência depois de há quatro anos passar para mãos de investidores privados.

O fabricante alemão de bancos Recaro declarou falência depois de há quatro anos passar para mãos de investidores privados. Esta situação totalmente inesperada poderá acabar com uma das marcas mais conhecidas em termos de bancos para automóveis. Segundo comunicado, a secção que se destina a bancos de segurança para crianças, bancos para a indústria aeronáutica, cadeiras de gaming e assentos para estádios de futebol, debaixo do Recaro Group, não foi afetada por este pedido de insolvência.

Um desfecho inesperado que terá um forte impacto social. Um reflexo do que se está a passar no universo da indústria automóvel.

Certamente que se andou num BMW, Mercedes, Ford, Volkswagen, Mitsubishi, Porsche ou outra marca com veículos de topo, já sentou num banco Recaro. Se é adepto da competição automóvel, lembra dos Audi Quattro com backets Recaro, para além de outros carros de competição.

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Recaro com uma história longa

A marca alemã fundada em 1 de outubro de 1906 por Wilhelm Reutter como Sttutgarter Karosserie und Radfabrik, mudou de nome várias vezes. Lembramos que como Reutter KaroserieWerke era um reputado carroçador que fez as coques do Volkswagen Carocha e do Porsche 356. Que deixou de produzir nos anos 60, quando a Porsche recuperou a produção das carroçarias e a Recaro passou a especializar-se em bancos.

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A Reutter Carroserie Werke chegou a fazer as carroçarias dos Porsche 356

As mudanças sucederam-se até ficar o nome RECARO (REutter – CAROsserie). Foi em 1965 que a Recaro apresentou o primeiro banco desportivo no Salão de Frankfurt.

Com toda a certeza, problemas financeiros acabaram por levar a família Reutter a vender a Recaro a três empresas. Aconteceu em 1969 e dois anos depois a Recaro estava a produzir bancos para aviões. Em 1997 sofre nova reestruturação e passa a ser uma empresa, uma vez mais, independente. Formam-se quatro divisões diferentes que produzem bancos para carros, aviões, carrinhos de bebé e bancos para crianças.

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O primeiro centenário chegou em 2006. Mas em 2011 a empresa de bancos para automóveis acabou por ser vendida à Johnson Controls. Voltou a sofrer uma restruturação em 2013 e fez o “spin off” da Johnson Controls e passou para as mãos da Adient, um fornecedor de peças e acessórios para automóveis. Em 2018 nasceu a Recaro eGaming que faz bancos para os simuladores.

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Dessa forma, há quatro anos foi feita a vendida à Raven Acquisions LLC, um fundo de investimento privado sediado em Detroit, EUA. Atualmente, o Recaro Group tem as divisões de aviação, automóveis e simuladores, além da Holding.

Recaro declarou falência inesperadamente

Com toda a certeza, foi totalmente inesperado o anúncio que a Recaro iniciou um processo de falência na cidade de Esslingen. O pedido foi aceite e a atual administração manter-se-á na liderança da empresa até que o processo seja concluído.

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Como referimos, este processo foi totalmente inesperado, apanhando de surpresa até o IG metal, o poderoso sindicato metalúrgico alemão.

Desconhece-se o que vai suceder, para já, aos 215 trabalhadores da unidade de produção do sul da Alemanha.

Lembramos que a Recaro tem no seu currículo várias inovações, como os bancos feitos numa única peça a replicar os bancos de competição, bancos com colunas de som integrados no apoio de cabeça e os primeiros bancos com airbags laterais adaptáveis a carros antigos.