O resultado da Maserati em 2024 é demasiado pobre e a Stellantis não tem o tempo nem a paciência para recuperar a marca do Tridente. Assim, a Maserati regressa à Ferrari ou segue o seu destino e desaparece? Decisões que Carlos Tavares vai ter de tomar depois do verão, pois como diz o CEO e a diretora financeira da Stellantis, Natalie Knight, “vai uma altura num futuro próximo que teremos de olhar e perceber qual será a melhor casa para a Maserati.”
A casa de Bolonha, cujo símbolo é um Tridente, foi criada pelos irmãos Maserati (Alfieri, Bindo, Carlo, Ettore e Ernesto) depois de décadas ligados à competição automóvel trabalhando para a Diatto. O primeiro Maserati venceu a Targa Floria em 1926 e a partir dai a história desenrolou-se.
Uma história conturbada
Depois de Alfieri Maserati falecer, os irmãos venderam a empresa à família de Adolfo Orsi que, em 1940, mudaram a sede da empresa para Modena. Em 1968, a Citroen comprou a Maserati e até 1975, o produto que se destacou foi o excelente Citroen SM. Dentro da gama da marca italiana, destaque para o Indy e o Bora. Depois, veio o Merak, o Khamsin e o Quattroporte.
Com toda a certeza a Maserti estava condenada. Mas conseguiu escapar à bancarrota em 1975. E mais importante, foi capaz de sobreviveu até ser comprada pela Fiat em 1993. Como a casa de Turim controlava a Ferrari (desde 1969 até 2015), em 1997 a Maserati foi colocada no colo da Ferrari. Isso provocou tensões entre a Ferrari e a Fiat e a Maserati regressou à Fiat, sendo empurrada para a Alfa Romeo.
Nessa altura acreditava-se que as vendas da casa do Tridente subiram até às 75 mil unidades até 2030 e que a margem de lucro operacional será de 20% em 2025. Quando percebemos que a Ferrari faz 6 mil milhões de euros de lucro com apenas 13.663 unidades vendidas em 2023, vislumbramos o enorme problema que é a Maserati.
Faz sentido a Maserati regressar à Ferrari?
A Ferrari está a viver um momento fabuloso debaixo da jurisdição da Exor, a holding da família Agnelli com Piero Lardi Ferrari a deter substancial parte da marca fundada pelo seu pai. E parece mesmo estra interessada na compra da Maserati.
Razões para isso são três. A primeira é que a Maserati pode ser capaz de apresentar modelos com identidade e não modelos como o Grecale que é um Alfa Romeo. Como muitos clientes não consideram o SUV como um verdadeiro Maserati não compram. As vendas do modelo caíram 40% na Europa.
Por outro lado, a Stellantis ficaria sem um foco de problemas. Uma marca que dificilmente dá lucro, consumindo gestores e recursos das outras marcas do grupo.
Finalmente, a Ferrari poderia adicionar produção adicional sem que a marca de Maranello perdesse a sua exclusividade. Ao mesmo tempo, diluiria custos de produção e de desenvolvimento. Dessa maneira, o futuro da Maserati está, neste momento, nas mãos de John Elkann e de Carlos Tavares.