Colado à pele o rótulo de marca “low cost”, a Dacia começou a removê-lo com a chegada do Sandero, em 2020, arrancando grande parte dele com o novo Duster. Novidades no estilo e na oferta dão origem a este Bigster, maior, melhor e abrindo novos horizontes para a casa romena.
A chegada do Bigster é mais um ponto alto no extraordinário trabalho da Dacia para mudar de dimensão e descolar o rótulo de marca “low cost”. Tudo começou com a segunda geração do Duster revelada em 2017, sendo o Sandero de 2020 um marco importante. Trouxe uma nova linguagem de estilo para o exterior e para os interiores e abriu o postigo para a chegada do Jogger, um automóvel familiar diferente daquilo que tinha sido a proposta da Dacia com o Logan MCV e com o Lodgy. O novo Duster arrancou parte do rótulo, mas é com este Bigster que a Dacia vai abrir novos horizontes e esquecer, de vez, as suas origens dentro do grupo Renault.
O nome não engana: Bigster é maior e melhor
Com o intuito de chocar o mundo, a Dacia revelou em 2021 um protótipo que se afastava, definitivamente, do que tinha sido a marca até então. Obra de Alejandro Mesonero-Romanos (entretanto saído para a Alfa Romeo), mostrava um SUV de generosas dimensões e a nova linguagem de estilo da Dacia “simples, robusto e ao ar livre”.
Quer isto dizer que o grande responsável pela nova direção que a Dacia está a tomar foi aquele protótipo que deu origem ao Duster em, agora, ao Bigster. Que, olhando para as fotos, se percebe ser um Duster colocado num pantógrafo.
Naturalmente que o Bigster quer jogar noutra liga e por isso é maior – 4,57 metros de comprimento, 1,71 metros de altura e 2,7 metros entre eixos – e tem uma imagem que se afasta do Duster. Mesmo que muitas peças sejam exatamente as mesmas!
Dacia Bigster entra na primeira divisão dos SUV
Os mais 23 cm de comprimento face ao Duster, os 5 cm a mais na altura, mas, sobretudo, os 4 cm a mais na distância entre eixos, colocam o Bigster na primeira divisão dos SUV. Onde moram o Peugeot 3008, Renault Austral e o VW TIguan, entre outros. Competição feroz perante a qual a Dacia não se acanhou. O Bigster tem, à maneira Dacia, argumentos para convencer os compradores das vantagens que tem para oferecer.
Só para exemplificar, o Bigster é oferecido com pintura bicolor (tejadilho preto), jantes de 19 polegadas, teto de abrir e uma pintura metalizada especial. Mas há mais!
Equipamentos em estreia
Apesar de ser igual em termos de arrumação e desenho ao Duster – com a mesma ideia dos plásticos duros, mas com uma montagem superior – o interior abre uma janela para estreias de equipamentos desconhecidos até agora nos modelos da marca.
Em primeiro lugar, um ecrã digital de 7 polegadas (10 polegadas nas versões de topo e como opcional) faz a função de painel de instrumentos. Em segundo lugar, a consola central é encimada por um ecrã de 10 polegadas sensível ao toque. Finalmente, o Bigster não prescinde dos botões físicos para controlar diversas funções. E aqui mais uma novidade da marca: ar condicionado automático de zona dupla.
Estreia, também, para uma consola central especifica para a versão com caixa de velocidades automática. Que alberga espaços de arrumação, um carregador sem fios e, outra novidade, um porta-luvas refrigerado. O tejadilho de abrir (opcional) tem 1,20 metros e é, também, novidade na gama Dacia.
Detalhes no interior aumentam sedução
Com toda a certeza, há mais espaço para as pernas que no Duster, o banco tem uma repartição 40/20/40 (com um apoio de braços rebatível na parte mais estreita, transformando o banco num dois lugares) e há dois suportes para copos e duas ranhuras que permitem colocar o telefone na horizontal. Assim, pode ver filmes ou as redes sociais sem estar a segurar no telefone.
Por outro lado, a bagageira é, gora, generosa com 667 litros. Detalhe: se o fundo for ocupado por uma bateria ou por uma roda suplente, esse valor baixa. O acesso da bagageira é algo elevado, o mesmo sucedendo com o acesso ao interior. Este é ditado pelo facto do Bigster ter uma elevada altura ao solo (21 cm).
Gama de motores diferente do Duster
Naturalmente sem opção diesel, o Bigster tem uma gama alargada de opções a gasolina eletrificados. Com toda a certeza, a opção gasolina/GPL também é eletrificada. Dessa maneira, a gama começa com o novo micro-híbrido 1.2 litros turbo com tecnologia 48V e três cilindros. Debita 130 cv se o Bigster tiver tração integral, 140 cv com tração dianteira. Depois temos a versão ECO-G com o mesmo motor 1.2 com 140 cv.
De facto, o motor híbrido elétrico tem hibridização com o GPL e uma autonomia que, graças aos depósitos de 50 litros de gasolina e 49 litros de GPL, chega aos 1400 quilómetros. A razão para o Bigster não usar o bloco de 100 cv do Duster e o Jogger, reside no peso maior do novo modelo.
Por outro lado, há um motor híbrido novo com 1.8 litros com 155 cv, feito com os mesmos ingredientes do 1.6 Hybrid de 140 cv. Dessa maneira, há um motor elétrico com 50 cv, um motor de arranque/alternador que oferece 20 cv e um bloco, desta feita com mais cilindrada (1.8) com injeção direta e ciclo Atkinson. A potência deste motor é de 107 cv. A transmissão é a mesma do sistema E-Tech da Renault, ou seja, quatro velocidade mais duas.
Gama em Portugal do Dacia Bigster
Com toda a certeza, a Dacia quer simplificar a sua gama e oferecer resposta a todas as necessidades dos seus clientes. Assim, o modelo é comercializado em três níveis de equipamento: Essential, Expression e Extreme. O Bigster só chegará a Portugal em maio de 2025 e ainda não há preços. Porém, há valores de referência para o mercado europeu: 25.000€ para os híbridos ligeiros e abaixo dos 30 mil euros para o híbrido de 155 cv. Entre nós, o preço de entrada não deverá sofrer grandes alterações, mas o híbrido mais potente com o bloco de 1.8 litros deverá ver o preço ser atirado para lá da barreira dos 30 mil euros.