As notícias não são famosas para a mais recente encarnação do Ford Capri. Sim, o Capri regressou como SUV 100% elétrico tendo como base a plataforma MEB do grupo Volkswagen, longe do coupé desportivo dos anos 70. Com toda a certeza, o Ford Capri arranca com o pé esquerdo, pois a Ford já teve de reduzir a produção do modelo na fábrica de Colónia. A mesma que fabricou o Fiesta até há bem pouco tempo.
Quando a Ford fez cair a guilhotina sobre o Fiesta, a fábrica de Colónia foi reformulada para produzir modelos 100% elétricos. O primeiro é o Ford Capri, modelo feito sobre base Volkswagen e que surge como SUV e não como coupé, tal como sucedeu com o Puma.
A ideia, claro, era replicar o sucesso do Puma com este Capri, mas seguindo a via do 100% elétrico, a casa da oval azul entrou numa camisa justa que começa a apertar no colarinho.
Ford Capri arranca com o pé esquerdo!
Pois é, as coisas não estão a correr bem com os elétricos e quando esse modelo é um Ford que não é carne nem peixe, tudo piora. O Puma é um enorme sucesso e justificou ficar com o lugar do Fiesta. Porque é giro, divertido como só um Ford consegue ser, e a preços simpáticos.
Com toda a certeza isso não sucede com o Capri. Em primeiro lugar, porque a herança do Capri é imensamente maior que a do Puma. Dessa maneira, este Capri em formato SUV e, ainda por cima, 100% elétrico, foi uma espécie de crime lesa-pátria. Em segundo lugar, o mercado elétrico está à mingua e vender carros elétricos nesta altura revela-se uma arte que não está ao alcance de todos. Tudo isto desaguou numa decisão que é sempre dura de tomar: redução do volume de produção tanto do Capri como do mais estimulante Explorer.
Fábrica de Colónia recebeu 2 mil milhões de euros de remodelação
Só para ilustrar, a Ford investiu 2 mil milhões de euros na reconversão da fábrica de Colónia, dedicando-a à produção do Explorer e do Capri. Por outro lado, este investimento foi feito para preparar o futuro elétrico da casa da oval azul. Esperando a Ford uma procura intensa de veículos elétricos.
Nada disso aconteceu, a procura começou a escassear e a Ford teve de dizer aos colaboradores da fábrica para parar. Com o intuito de diminuir a produção, os trabalhadores começaram por trabalhar menos horas. Depois, a Ford pediu ao Governo alemão para aprovar a mudança, temporária, para empregos a “part-time”. Dessa maneira, os funcionários trambalham em semanas alternadas até ao final do ano. Assim, são eliminadas três semanas do ciclo de produção.
Ford sofre na Europa e nos EUA
Recordamos que a Ford começou a produção do Explorer em junho e adicionou o Capri em setembro. E, neste momento, a produção está muito acima das vendas. Com toda a certeza, a Ford vai ter de parar a linha de produção em determinados dias para cair das 630 para as 480 unidades por dia.
Entretanto, a marca da oval azul continua a sofrer nos EUA com os modelos elétricos. É verdade que as vendas subiram, mas os executivos da Ford já descartaram os planos para mais SUV elétricos, substituindo-os por híbridos.
