Chama-se Aston Martin Lagonda Global Holdings PLc e está cotada em bolsa com as ações a valerem menos de um euro. O que deixa o dono da Aston Martin muito chateado. Lawrence Stroll, o bilionário canadiano que detém cerca de 33% da casa britânica através do consórcio Yew Tree, acha uma anedota a empresa estar avaliada em apenas 780 milhões de euros. Com toda a certeza, a Aston Martin pode sair da bolsa. Pelo menos o patrão pensa nisso.
Lawrence Stroll não costuma dizer meias palavras ou esconder-se perante as adversidades. Depois de ter investido largos milhões na marca, vai gastar mais 62,7 milhões de euros para ficar com 33% da Aston Martin. Lembrar que Stroll e os seus parceiros já investiram mais de 700 milhões de euros desde 2020.
Adrian Hallmark recrutado para salvar Aston Martin
De acordo com os números da Aston Martin, este dinheiro foi aumentando capital perante a permanente dívida da empresa. E em 2024 o fluxo de caixa (o dinheiro no banco) foi mesmo negativo.
Por conseguinte, Lawrence Stroll não quer ceder e foi buscar, a peso de ouro, Adrian Hallmark, o antigo CEO da Bentley que recolocou a marca do grupo VW no bom caminho.
Perante a parca avaliação da Aston Martin, Lawrence Stroll admite “retirar a Aston Martin da bolsa. É algo que vejo no futuro? Claro que sim. Nunca podemos dizer nunca e essa situação esta no meu radar. Vai acontecer de um dia para o outro? Não, mas como disse, nunca podemos dizer nunca!”
Vender posição na equipa de F1
Por outro lado, a chegada de Hallmark já veio trazer decisões. Em primeiro lugar a venda da posição na equipa de Fórmula 1. Poderão estar em causa 115 milhões de euros. Em segundo lugar, desenvolveu estratégias que já se refletem nas vendas e no valor bolsista com as ações a avançarem 14%. Finalmente, está previsto o despedimento de 5 por cento da mão de obra da Aston Martin, cerca de 170 colaboradores.
Tudo isto deverá gerar fluxo de caixa positivo no segundo semestre de 2025, mesmo que Hallmark tenha deixado claro que os lucros vão ser curtos. Espera o novo CEO um crescimento modesto com lucro operacional muito baixo.
Aston Martin F1 continua o seu caminho
Lance Stroll continua a controlar a equipa de Fórmula 1 que passará a ter a marca britânica como patrocinador e não como parte da estrutura. Por outro lado, o bilionário canadiano conseguiu um investimento de 1.9 mil milhões de euros na equipa por parte da HPS Investment Partners e da Accel Partners. Portanto, para já, a equipa de Fórmula 1 continua tranquila e à espera de 2026 para a nova regulamentação já com os motores Honda e não os Mercedes. Uma parcela significativa do orçamento será aliviada com esta troca.
