O Salão de Xangai foi palco para uma ofensiva de produto da Volkswagen. Claramente, a VW fez “all in” no sentido de recuperar a sua posição no mercado chinês. Três protótipos e o anúncio de novas tecnologias fazem parte de um plano que, até 2017, devolverá a casa de Wolfsburg até ao lugar que ocupava há uns anos. E as novidades são fortes e prometem bastante.
Após um tempo de trevas, parece que a maré está a virar-se em favor do grupo Volkswagen. A gama ID começa a aumentar vendas e a ameaçar a Tesla, os produtos híbridos fazem o seu caminho e até o Golf está a recuperar no Velho Continente.

Por outro lado, a preocupação continua na China. E os últimos meses foram dedicados a encontrar soluções para cuidar deste problema. O resultado ficou patente no Salão de Xangai.

Volkswagen na China desde… 1978!
Com toda a certeza, a Volkswagen foi um dos primeiros construtores europeus a desembarcar na China. Foi há cerca de 50 anos que a casa de Wolfsburg entrou no mercado chinês. Abriu o caminho para um eldorado que, hoje, mais parece um pesadelo.
Marcas foram e vieram de mãos vazias. A Volkswagen entende que tem um legado e por isso não desarma de investir no Império do Meio. Dessa maneira tem três “joint ventures” na China: FAW-Volkswagen, SAIC Volkswagen e Anhui.

VW fez “all in” e mostrou aposta em Xangai
De acordo com a Volkswagen, o esforço que está a ser feito pelo construtor alemão tem como objetivo voltar aos momentos de euforia vividos há alguns anos pela VW. Um trio de protótipos desenvolvidos por cada uma das “joint ventures” e debaixo do mantra “Na China e para a China”.
Dessa maneira, não haverá mais adaptações de modelos do Velho Continente ao mercado chinês. Só para exemplificar, os modelos “chineses” vão ser 100% elétricos e híbridos recarregáveis, diretamente apontados aos gostos locais. Contas feitas, serão 30 novidades a serem lançadas até 2027!

VW ID.Evo, ID.Aura e ID.Era são as novidades
Os três protótipos chamam-se ID.ERA, ID.EVO e ID.AURA. Todos vão estar em condições de industrialização num prazo de dois anos. Dessa maneira, os modelos vão apoiar-se na Inteligência Artificial para oferecer uma condução automatizada.

De acordo com as informações da Volkswagen, os veículos serão capazes de circular de forma totalmente autónoma. Efetuar manobras de ultrapassagem e inserção no tráfego. Tudo debaixo da supervisão do condutor. Por essa razão, os pedais e o volante vão manter-se dentro de todos os modelos.
Acelerar o desenvolvimento
Percebendo que o mercado chinês evolui de forma acelerada, a Volkswagen criou um centro de estilo na China. Está localizado em Hefei, não muito distante de Xangai, e foi dimensionado para conceber um veículo no prazo máximo de 36 meses.
Só para ilustrar, o desenvolvimento de um carro totalmente novo na Europa ou nos Estados Unidos implica 4 anos de trabalho. Desde os primeiros esboços até à saída da fábrica. A VW quer, assim, poupar um ano no desenvolvimento de novos modelos.

Tecnologias de ponta para seduzir os chineses
O esforço da Volkswagen para seduzir os chineses é forte. De tal maneira que, pela primeira vez na marca de Wolfsburg, será usada a tecnologia de 800V. Será o VW ID.EVO a receber essa tecnologia. Curiosamente, a filosofia “Na China e Para a China” será enviesada com a chegada deste modelo, pois ficará abaixo do Unyx, um VW que não passa de um CUPRA Tavascan rebatizado VW…

Por outro lado, o VW ID.ERA é um SUV de dimensões generosas que oferece sete lugares e um extensor de autonomia. Este será composto de um gerador alimentado a gasolina. Que oferece uma autonomia de 700 km que se junta aos 300 km da bateria carregada, normalmente, num carregador.
Finalmente, o ID.AURA é uma berlina tricorpo – ao gosto dos chineses – e oferecerá a condução autónoma de nível 2++. Enfim, um conjunto de modelos vão revolucionar a oferta da Volkswagen na China.

Resumindo, o ID.ERA foi apresentado pela SAIC Volkswagen. O ID.EVO pela Volkswagen Anhui e o ID.AURA pela FAW-Volkswagen. O primeiro tem o tal extensor de autonomia que permite viajar mais de 1000 km, o segundo tem a plataforma de 800V e o terceiro é o primeiro modelo feito com base na plataforma CMP desenhada especificamente para o mercado chinês.
