Em troca dos bons rebanhos
Rama Lyon
Que o pastor guardou no monte
Ficaram encantos tamanhos
Do pôr-do-sol no horizonte
É sempre com nostalgia que as boas memórias polvilham o imaginário dos viajantes. Por caminhos mais ou menos encruzilhados, por memórias históricas repletas de simbolismo descobrem-se novas páginas de pormenores que continuam a dar corpo à essência de territórios.
Regressamos a Celorico da Beira para desfrutarmos de diferentes espaços culturais, testemunhos de diferentes épocas. O concelho de Celorico da Beira encerra um conjunto de preciosidades que se revelam enriquecedoras de todo um património cultural secular.
O centro histórico
Ao chegar à vila, nada melhor do que desfrutar de uma caminhada pelo centro histórico edificado em redor do castelo. São ruelas graníticas, são rostos de pessoas que atravessaram séculos que trazem consigo memórias, dos Túrdulos aos romanos, da consolidação territorial dos primeiros reis de Portugal à época seiscentista passando pelas invasões Francesas, às lutas miguelistas e à consolidação da república. Cada marca do tempo está impressa na memória das tradições, na memória escrita, no património edificado e nas gentes.
O centro histórico de Celorico da Beira pode-nos levar para todo um mundo de experiências e de épocas. Em redor do castelo ergue-se um núcleo urbano que espelha o crescimento da vila. Em si, o castelo, que data dos séculos XII/XIII, sublinha a localização estratégica que permitiu um protagonismo que ainda hoje se sente. Celorico viu o primeiro foral outorgado por Afonso Henriques e confirmado pelo neto, Afonso II, em 1217. A sua localização foi fundamental, não só durante a Reconquista mas, também, durante as guerras com Castela, resistindo a vários cercos, e às invasões francesas. Foram cercos que sublinharam a tenacidade das gentes entre os quais o da lenda da águia e da truta (século XIII) que poderá investigar.
Património vasto
Descendo um pouco a calçada, encontra o Solar do Queijo, instalado num edifício do século XVIII e que já teve funções políticas administrativas, quando em tempos aqui se situava os Paços do Concelho e de onde se destaca o brasão real e o brasão de armas da Vila. Hoje, alberga um dos patrimónios do concelho. Trata-se de um espaço que procura promover o Queijo Serra da Estrela através da representação do seu ciclo. Ainda no largo, a igreja de Sta. Maria com testemunhos arquitetónicos clássicos e de onde se destaca o painel de S. Pedro Isidoro de Faria.
Continuando a descer a rua, encontrará a igreja da Misericórdia, do século XVIII, onde se encontra uma das mais belas bandeiras de procissão do País, que esteve presente, em 1958, na Exposição Comemorativa do Nascimento da Rainha Dona Leonor e deixa revelar o retábulo de talha barroca. O road-book leva-o por estes caminhos.
Mas esta é apenas uma proposta de descoberta. As oportunidades de conhecer Celorico da Beira, um concelho construído entre a serra e a planície são diversificadas. Em cada freguesia, há um mundo de património humano e edificado que conta histórias em cada página do livro da história.
Celorico da Beira por fora de estrada
O trajeto leva-nos a explorar a encosta norte da Serra da Estrela. Com uma fácil acessibilidade, o caminho pode ser realizado por qualquer tipo de SUV, mesmo para aqueles de tração simples, com as devidas precauções se as condições climatéricas estiverem muito adversas.
Para o trajeto escolhemos o novo Mercedes-Benz GLC 300d 4Matic. Trata-se de um modelo particularmente adaptado para uma condução diferenciada tanto em asfalto como em todo o terreno e que acaba de receber uma atualização, destacada em novas assinaturas LED nos faróis e um pacote tecnológico onde sobressai o maior ecrã central e o novo sistema MBUX do construtor. As características da nova geração do GLC sublinham a capacidade tecnológica do construtor num modelo dotado de um conjunto de tecnologias inovadoras capazes de proporcionarem um desempenho exemplar em qualquer tipo de piso, confirmado pelos vários modos de condução disponíveis, do Sport ao Off-Road, passando pelo Eco e Comfort.
O início do road-book situa-nos na bomba de combustível da BP onde poderá aproveitar para atestar. Na subida até aos aerogeradores inicia-se o percurso em terra que nos permite, aos poucos, descobrir uma paisagem imensa. São merecidas as paragens frequentes para se observar a imensa bacia do Mondego que corre no vale. Já lá no alto, a paisagem abre-se sobre a encosta da Estrela com o recorte do castelo de Linhares da Beira.
História secular
Depois do périplo, sabe bem desfrutar da tranquilidade da aldeia histórica de Linhares da Beira. Desde logo, a vista ao castelo, sobranceiro ao núcleo histórico, que representa um símbolo territorial que foi para além do medievalismo. Com data algures no século XIII, foi reformado por D. Dinis em 1291. Devido à sua localização e ao esforço realizado na conservação, consegue-se desfrutar do espaço pleno de simbolismo. Descendo um pouco, seguimos em direção ao largo do pelourinho, um exemplar quinhentista mesmo ao lado da casa da antiga câmara, que em tempos serviu de cadeia e que alberga algumas peças decorativas.
Continuando a caminhada, podemos visitar a igreja da misericórdia construída no século XIII que guarda pinturas artísticas religiosas; à semelhança da igreja matriz de Nossa Sr.ª da Assunção, testemunham a escola do Mestre Grão Vasco. De regresso ao castelo, a “Casa do Judeu” marca um testemunho sefardita da aldeia onde se pode observar uma janela manuelina. Mas é na igreja matriz, de traça simples, que podemos observar três pinturas do mestre português Grão Vasco, a Adoração dos Magos, a Anunciação e Descimento da Cruz.
Paladares que marcam a visita
Atravessámos um pouco da história de Celorico da Beira, mas o melhor destino no concelho só se consegue escolher com uma visita mais demorada. O que é certo é que os testemunhos do tempo passado permanecessem em cada canto. Até a gastronomia referencia todo um território em plena Serra da Estrela. Naturalmente o queijo Serra da Estrela e o requeijão, os enchidos o aldo de grão, o cabrito e o borrego, o doce de abóbora e o arroz doce. É um curto percurso mas que nos envolve na essência da história que atravessa o concelho de Celorico da Beira.
Restaurante “Cova da Loba“
Restaurante “Muralhas”
Hotel Mira Serra
A Nossa Quinta