O que dizer do mais famoso roadster do mundo? Vencedor de inúmeros prémios ao longo das suas quatro gerações, o Mazda MX-5 recebeu agora melhorias, algumas delas bastante relevantes. Esta é a versão “com todos os molhos”. Motor 2.0 l, nível de equipamento Excellence com Pack Sport, e versão RF (retractable fastback) com pintura em dois tons.
Dia 30 de maio. Depois de cerca de 500 km percorridos durante o dia, esperava-me um Mazda MX-5 RF para fazer mais 300 km a caminho da cidade mais alta. “Uma viagem penosa intercalada com cafés e quem sabe um RedBull” pensei eu tal era o cansaço acumulado desse dia. Enganei-me!
Recordações ao volante do Mazda MX-5!
Depois de sentado ao volante recordei os bons momentos que já passei ao volante de cada um dos Mazda MX-5 que ensaiei e do motivo pelo qual este é aquele roadster que desperta paixões e nos convida a longas viagens. Noite cerrada e aquela posição de condução característica de pernas esticadas sentado nos bancos Recaro em cima do eixo traseiro. A viagem fez-se repleta de pensamentos, ideias e algumas conclusões. Uma delas: As ajudas de condução num carro como este são perfeitamente dispensáveis. Desliguei todas as que pude. Queria conduzir(!), e a condução do Mazda MX-5 é, de facto, viciante!
Embora o cansaço permanecesse, despertou-me daquela sonolência, e ao invés de uma viagem penosa como inicialmente previa, acabei a descomprimir ao volante, numa viagem onde o prazer de condução se sobrepôs a tudo o resto, mas muito por culpa do MX-5. Ora em ritmo que permitisse usufruir daquela posição de condução inigualável, ora em ritmo de tirar partido do chassis e da boa borracha em jante 17”, de série na versão mais potente, acreditando que os radares aquela hora também descansam, não só dei por mim a chegar ao destino mais cedo do que previa, como ainda a fazer umas rotundas em contra brecagem com uma mão no volante e outra no punho da caixa de velocidades onde a mão direita assenta como uma luva para as passagens de relação, curtas e precisas… Quem o conhece sabe, é assim o MX-5!
Versão RF mais polivalente
Mesmo nesta versão RF, e da qual cada vez gosto mais apesar do peso extra do teto rígido, já que permite longas viagens de capota aberta sem nunca ser incomodativo. O roadster best-seller em todo o mundo recebeu algumas novidades, entre elas um novo pacote de ajudas à condução. Já vos disse que neste carro dispensava-as todas?
A versão RF custa sensivelmente mais 2500€ mas ainda que se perca a sensação de “cabelos ao vento”, ganha-se versatilidade e insonorização. Seja fechado ou aberto, o MX-5 RF é mais agradável, perde-se no entanto a simplicidade da abertura manual, já que o sistema de abertura do RF é elétrico, só possível de ser operado quase parado.
Felizmente que houve evoluções realmente relevantes como o ajuste telescópico da coluna de direção e as melhorias ao nível da aceleração e sonoridade. Essas sim agradaram-me! Ainda que se mantenha atmosférico, o Mazda MX-5 nesta versão 2.0 l não só viu a potência aumentar para 184 cv, o que só se sente em regimes mais altos, também ganhou mil rotações face ao anterior. A faixa de utilização é maior, o que em conjunto com amortecedores específicos e um autoblocante de série, garantem mais emoção ao volante com um comportamento dinâmico irrepreensível, que permite uma inserção em curva muito incisiva.
Se os cerca de 2500 € a mais por esta versão RF justificam para quem visualmente o prefere e procura superior conforto e isolamento, os mais de 10 mil euros entre o 1.5 l e o 2.0 l já são mais difíceis de justificar… ainda assim garantidamente que seja qual for a escolha, não se arrependerá. O Mazda MX-5 é único no que diz respeito a prazer de condução!
Ficha Técnica
1998 cm3
Cilindrada
205 Nm
Binário Máximo
184 cv
Potência
6,8 s
0-100 KM/H
220 km/h
Velocidade Máxima
6,9 l/100 km
Combinado
8,4 l/100 km
Registado
155 g/km
Emissões CO2
29 908€
Base
44 794€
Ensaiado
Comportamento, motor, polivalência da versão RF
Ajudas à condução, espaço para objetos no interior