Mário Patrão subiu hoje mais dois lugares para o 33º lugar da classificação absoluta e está cada vez mais perto do TOP 30. Após ter disputado a primeira parte da etapa maratona, a 10 ª especial desta edição, ligou Haradh a Shubaytah ao longo de 345 km cronometrados.
A jornada que conduziu pilotos e equipas ao Rub’ al-Khali ou Empty Quarter, um dos maiores desertos do mundo, deveria ter sido de 534 km, mas foi interrompida por decisão da organização, por forma a manter as condições de segurança. O agravamento das condições climatéricas pautado por ventos fortes esteve na base desta decisão. Recorde-se que a oitava etapa do Dakar também havia sido cancelada para motas a quads, após o acidente fatal que vitimou Paulo Gonçalves.
Patrão gere participação
O piloto da KTM Factory Racing teve um andamento regular, mas prudente, optando assim por efetuar uma boa gestão entre algum cansaço que já se sente e o trabalho de revisão e preparação das motas da equipa para o dia seguinte que ainda o espera.
Optei por fazer uma navegação regular e à cautela, sem cometer erros, com o intuito de me poupar e poupar a mota porque só amanhã haverá assistência por parte da equipa de fábrica, pelo que hoje ainda tenho longas horas de trabalho pela frente, com o intuito de preparar a minha mota e a dos companheiros de equipa para o dia de amanhã. No dia de hoje perdi-me duas vezes, mas nada de muito significativo.
Mário Patrão
Amanhã, o piloto do concelho de Seia terá pela frente um total de 744 km para cumprir, 379 dos quais cronometrados, que vão ligar Shubaytah a Haradh. O dia começa com um espetáculo que se estende ao longo de 80 km pelas mais belas dunas do país para de seguida conduzir a comitiva pelos passos dos pioneiros que exploraram a região em busca de petróleo.
Apenas sete portugueses em prova
Neste momento há apenas sete portugueses em prova, dos 11 que alinharam na partida. Nos carros, Paulo Fiuza, navegador de Stéphane Peterhansel, perdeu hoje alguns postos na ordem de chegada, cruzando a meta em 10º, mas mantém o 3º lugar da tabela liderada pelos espanhóis Carlos Sainz / Lucas Cruz. Filipe Palmeiro, navegador de Benediktas Vanagas encontra-se em 17º.
Nas motas, lideradas por Ricky Brabec, António Maio (Yamaha) é o melhor português em prova e está hoje em 27º da classificação geral, seguido de Fausto Mota (Husqvarna) em 31º, com Mário Patrão em 33º. Nos SSV, Pedro Bianchi Prata, em equipa com Conrad Rautenbach, está em 4º do ranking geral. Nos camiões, Bruno Sousa, mecânico de Mathias Behringer, encontra-se em 27º.
Portugueses que já abandonaram o Dakar
Antes da trágica morte de Paulo Gonçalves, na 7ªa etapa, já tinham ficado para trás o seu colega de equipa e cunhado, Joaquim Rodrigues Jr. ,a primeira baixa portuguesa. O piloto teve um problema elétrico logo ao quilómetro 86 da primeira especial, deixando-o fora da classificação, e passando a realizar a prova na classe “Dakar Experience”. Na sexta etapa, e quando ocupava o 18º lugar da geral, o colega de equipa e luso alemão Sebastian Bühler seguiu-lhe os passos. Entretanto a equipa da indiana Hero Motorsports decidiu abandonar a prova, referindo a necessidade de todos poderem fazer o luto necessário pelo colega de equipa Paulo Gonçalves. Nos carros, Ricardo e Manuel Porém também foram desclassificados devido a avaria, e regressaram em ‘Dakar Experience’, mas problemas de direção e a falha de vários waypoint levaram ao abandono definitivo do Dakar.