A quarta geração do Mazda3, o modelo da marca japonesa para o segmento C é, talvez, a que mais evoluiu. Desde logo no design, com linhas mais fluídas, dinâmicas e modernas. Foi aliás o primeiro modelo do construtor a adotar a nova filosofia de design KODO. O Mazda3 assume agora linhas mais arrojadas e menos conservadoras.
O aspeto mais dinâmico convida desde logo a perceber as grandes diferenças neste aspeto face à anterior geração, mas é também no interior que se verificam grandes alterações. A Mazda não poupou esforços para atribuir ao Mazda3 um habitáculo mais acolhedor, mais espaçoso, e muito mais evoluído tecnologicamente. Todas as premissas foram conseguidas. No interior podemos constatar uma evolução também na qualidade de materiais e construção. Aqui, a única crítica a apontar vai para a robustez da consola central onde se inclui o apoio de braço, com grande margem para melhoria.
Mais dinâmico
Ao volante, o condutor adquire facilmente uma posição de condução correta embora mais baixa, e a pega do volante de três raios é muito boa. Existem vários espaços de arrumação em número suficiente, mas como referimos o apoio de braço dianteiro é pouco prático e propenso a ruídos parasitas. O espaço nos lugares traseiros é bom sem ser referência para o segmento, e exige apenas alguma atenção aos mais altos, por causa da linha descendente do tejadilho. A bagageira tem 358 l de capacidade mas é possível rebater os bancos traseiros, aumento este valor, embora não exista um fundo plano que ajude no momento de colocar e retirar bagagens ou volumes de maiores dimensões.
Numa utilização mais rápida e assertiva o Mazda3 revela um chassis equilibrado e uma boa inserção em curva, ajudado por uma direção precisa. Pareceu-nos extremamente competente para o tipo de utilização a que se destina e segmento em que se insere. A estabilidade em auto-estrada está mais do que garantida e em zonas de mau piso o conforto é isento de criticas, embora ajudado neste caso pelas jantes de 16″ que equipam a versão Evolve.
Motores SKYACTIV
Aqui equipado com o motor 1.8 SKYACTIV-D, o modelo acaba por assumir um comportamento que não permite facilmente explorar a componente dinâmica. Se no motor a gasolina os 122 cv revelam pouca energia e o facto de estarmos perante um motor atmosférico (sem turbo) faz com que se tenha de manter uma relação mais baixa com rotações mais altas, aumentando facilmente os consumos, aqui com a motorização Diesel, e apesar de conseguir bons consumos, o Mazda3 também pede mais andamento, quando o motor já não é capaz de mais.
A caixa manual de seis velocidades, como é habitual na marca de Hiroshima, tem um ótimo manuseamento e precisão, embora relações longas. Com 116 cv e 270 Nm de binário o motor SKYACTIV-D tem, apesar de tudo, performance suficiente para as exigências familiares deste modelo, sendo que o único reparo vai para o escalonamento demasiado longo da 5ª e da 6ª velocidades o que penaliza as recuperações em estrada. Os consumos são francamente positivos, conseguindo com alguma facilidade valores de 5.5 l /100 km.
Novo Mazda3 – Mais ambições com novo design
O novo Mazda3 já chegou ao mercado com dois níveis de equipamento, o novo design KODO e os novos motores SKYACTIV, com preços a partir dos 26 410 euros.
Muito equipamento
Além do info-entretenimento, que inclui Apple Carplay e Android Auto, com um novo ecrã central integrado na consola, sem comando tátil, passa a existir um ecrã na zona dos manómetros onde, além da informação habitual, podemos acompanhar o funcionamento dos sistemas de assistência à condução, que revelaram um funcionamento demasiado “hiperativo”. Não só assume obstáculos na estrada quando na verdade não existem, como é demasiado intrusivo sem motivo aparente.
O equipamento de série desta versão é muito completo onde além das já referidas ligações Carplay/Andoid Auto adicionam-se a navegação, a iluminação LED, o head up display, os sensores de estacionamento, o cruise control e o avisador de ângulo morto. A versão Excellence, disponível por mais 1500 € adiciona as jantes de 18″, o acesso sem chave, a câmara traseira e o reconhecimento de sinais de trânsito.
Na verdade, temos mais uma crítica que não consideramos uma boa evolução, pelo contrário. A nova chave é grande e muito pouco ergonómica.
Depois do lançamento do hatchback a Mazda adicionou mais uma variante à gama do Mazda3, o seu modelo do segmento C. A versão Sedan, denominada CS, oferece uma maior bagageira com 410 l de bagageira num formato mais clássico que, apesar de vender menos no nosso país, é ainda importante noutros mercados. À parte disso, e de uma melhor acessibilidade aos lugares traseiros, tudo o resto é idêntico ao modelo aqui em ensaio.
Mais um modelo do segmento C que nesta geração apresenta argumentos de peso para fazer face à concorrência. Qualidade, equipamento, novo design mais apelativo num interior acolhedor e nesta versão Diesel com bons consumos. Só lhe fica a faltar um pouco mais de potência para tirar partido da dinâmica mais apurada do modelo.
Ficha Técnica
1759 cm3
Cilindrada
270 Nm
Binário Máximo
116 cv
Potência
10,3 s
0-100 KM/H
199 km/h
Velocidade Máxima
4,8 l/100 km
Combinado
5,5 l/100 km
Registado
130 g/km
Emissões CO2
29 886€
Base
29 886€
Ensaiado
Consumos. Equipamento. Conforto.
Assistências à condução. Alguns materiais. Disponibilidade do motor.