Corria o ano de 1973, em plena crise do primeiro choque petrolífero, quando um grupo de jovens entusiastas pelo fenómeno automóvel iniciava um programa na Rádio Altitude da Guarda. Luís Celínio foi o mentor da ideia a que se associou Francisco Rodrigues Carvalho, hoje um veterano jornalista da Rádio Altitude. Em conjunto, deram voz ao Escape Livre durante quase um ano.
A 1ª emissão do programa Escape Livre teve lugar a 13 de fevereiro de 1973, na onda média da Rádio Altitude. Dois momentos, (às terças e quintas feiras), de 13 minutos cada, davam conta das principais novidades relacionadas com o mundo automóvel, nas vertentes de segurança, indústria, comércio e desporto. Após dois anos, passou a ser transmitido semanalmente, com 60 minutos de duração.
Mais tarde, Carlos Bento, Luís Ribeirinho e Mário Sucena (já desaparecido) juntaram-se à equipa e, algum tempo depois, também Isabel Coelho.
Em 1977, o programa passou a ser emitido à quinta-feira, tendo então a duração de uma hora.
Após quase duas décadas de transmissões na Rádio Altitude, o Escape Livre assinou um protocolo de colaboração com a Rádio F, começando a emitir a partir desta estação recém-criada, desde 1990 até ao final de 2005, quando cessou o protocolo.
No dia 13 de fevereiro de 2006, o programa Escape Livre assinalou o seu 33º aniversário de emissões semanais contínuas.
Os responsáveis pelo programa decidiram que, após a profunda reestruturação sofrida pela Rádio Altitude, estavam reunidas as condições para que o Escape Livre regressasse às origens. Foram, assim, encetadas diligências com a Administração da Sociedade RadiAltitude, a nova proprietária da mais antiga Rádio local a emitir no nosso País, que culminaram com um protocolo de colaboração, cuja assinatura oficial teve lugar dia 27 de janeiro de 2006, por ocasião da 8ª Gala SPAL. No dia 16, quinta-feira, teve lugar uma emissão especial com duas horas de duração que assinalou, por um lado, a efeméride e, por outro, o retomar das transmissões na Rádio Altitude.
Ao longo de quatro décadas de emissões, os responsáveis do programa levaram a efeito diversas iniciativas.
Nos primeiros tempos, em termos desportivos, a equipa do Escape Livre “desdobrava-se” para poder acompanhar os ralis e a velocidade, não só em Portugal, como no estrangeiro, em países como Inglaterra, Espanha, Itália e França, para provas como Fórmula 1 e 24 Horas Le Mans. Os tempos eram outros e muitas vezes ia-se de comboio para as provas e o regresso era feito em cima da hora de ir para as aulas, depois de se ter estado horas à espera de conseguir fazer uma ligação telefónica para a reportagem entrar!…
O primeiro ensaio automóvel para o programa Escape Livre foi de um Fiat 126, com motorista!
Os ensaios foram outra vertente que do programa que começou logo no primeiro ano, em 1973, e ainda sem os responsáveis do programa terem carta de condução, sendo o primeiro modelo testado um Fiat 126 cedido pelo concessionário, Lúcio Romão e Hrds., que teve também que ceder o motorista. Seguiu-se um Renault 5, experimentado diretamente na fábrica das então Indústrias Lusitanas Renault, sediada na Guarda. Uma visita semanal proporcionada aos ouvintes foi uma das atividades organizadas pelo Escape Livre, em paralelo com a realização do programa e a par das sessões de cinema sobre automóveis e campanhas de segurança (a primeira das quais levada a efeito – com o apoio da Mobil – logo no primeiro ano de emissões). A criação, em 1979, do Troféu Yoplait de Ralis, premiando a melhor organização, muito contribuiu para a melhoria organizativa dos ralis em Portugal.
A organização de um teste Guarda-Lisboa, em que se demonstrou, em dois Renault Scenic, que não compensa conduzir em excesso de velocidade, e emissões especiais em tempo de aniversário foram outros exemplos da dinâmica sempre imprimida pela equipa do Escape Livre e das atividades do programa que extravasavam os limites de um estúdio de Rádio. O programa ganhava reconhecimento e surgiam os primeiros convites das marcas automóveis ao Escape Livre para ensaios e apresentações dos novos produtos. A condução de um Citroën GS em apenas três rodas, o ensaio do primeiro camião pesado (um Ford Cargo) ou a vitória em Itália, no “Mobil Economy Run”, foram outros momentos altos de um passado rico em estórias.
Os concessionários na Guarda deram, igualmente, o seu apoio e incentivo que a equipa do Escape Livre sempre procurou retribuir. Uma das ligações mais antigas foi com o concessionário Ford. No ano em que a Auto-Neofor comemorou as Bodas de Prata, Udo Kruse, na altura Presidente da Ford Lusitana, e outros elementos (entre os quais se destacava Filipe Barbeitos, mais tarde Presidente da Ford em Portugal) e Miguel Oliveira (responsável da Diabolique Motorsport – a principal equipa Ford no Nacional de Ralis) estiveram de visita aos estúdios da Rádio Altitude, acompanhando uma emissão.
Comércio e indústria, competição e segurança são os pilares em que se tem baseado o trabalho do Escape Livre, e que vão continuar a fazer deste o mais antigo programa automóvel de Portugal.
Entre as datas marcantes do Programa Escape Livre estão os 25 anos do programa radiofónico e o lançamento da Escape Livre Magazine. Os 37 anos, assinalados com a viagem entre Lisboa e Guarda, ao volante de um Lamborghini Gallardo. Aos 38 anos o mais potente automóvel desportivo do seu segmento foi o cabeça de cartaz dos aniversários do Escape Livre, no fim-de-semana de 4 e 5 de março. O Mercedes-Benz SLS AMG, com os seus 571 cv, fez sonhar os visitantes do então Centro Comercial Vivaci (hoje La Vie), da Expo Automóvel e Moto Clássico, em Coimbra, e os jovens das escolas da Cercig e Santa Clara, na Guarda. Os 40 anos assinalados foram assinalados com o lançamento nacional do elétrico Renault Twizy e os 45 anos, assinalados em 2018 na Gala SPAL.