O Museu do Caramulo passa a contar com a presença do BMW 327 Cabrio de 1938, que é o primeiro exemplar da marca bávara a integrar a coleção permanente do Museu, um dos locais de visita obrigatória para quem gosta e quer conhecer a história do automóvel.
O automóvel doado por Ricardo Sáragga é, para Salvador Patrício Gouveia, Presidente da Direção do Museu,”um modelo produzido na década de 30, um dos períodos dourados da indústria automóvel e assinala a estreia da marca na coleção do museu“.
Lançado nas versões “cabriolet” e “coupé”, estava equipado com um motor de 1971 cm3, que debitava 60 cv, caixa de quatro velocidades e travões hidráulicos às quatro rodas.
Seria recordista de vendas, com 1396 unidades produzidas, entre 1937 e 1941, com o sucesso de vendas assente no facto de ter quatro lugares verdadeiros, ao contrário do que sucedia com o seu antecessor, que tinha uma carroçaria mais longa, mais larga e mais pesada, apesar do preço elevado para a época (7450 reichsmarks, pela versão “coupé” e 7500 pela versão “cabriolet”.
Viragem na História Automóvel
A década de 30 do século passado foi o momento de viragem no qual a indústria automóvel virou as costas ao figurino original da carruagem de cavalos, dando-se assim o início ao desenho automóvel contemporâneo e no qual este modelo é um dos seus melhores intérpretes.
Embora o BMW 327 fosse um automóvel muito avançado para a sua época, os processos de produção que o sustentavam não o eram. Longe da capacidade e processos produtivos há muito estabelecidos nos EUA, a fábrica de Eisenach, onde a BMW produzia este modelo, simplesmente não era capaz de o fazer em larga escala, e o investimento necessário para operar tais mudanças era difícil de justificar numa Alemanha onde poucos poderiam imaginar sequer a compra de um automóvel próprio.