Cá dentro ou lá fora não faltam automóveis mais ou menos bizarros, mais ou menos especiais, mais ou menos raros. Pode até ser aquela versão que sempre quisemos ter na garagem! Às vezes é só para ver… mas também há as compras de impulso! Quem não tem aquele amigo ou familiar que já o fez? A vontade é sempre adicionar mais um e nunca vender… Assim nasce esta rúbrica, exclusiva para ti, subscritor da nossa Newsletter “Livre Trânsito”.
Depois de termos arrancado esta nova rúbrica em segurança com o BMW 750iL Security, no qual não se dispensa sequer espaço para guardar as metralhadoras, esta semana vamos até ao fantástico mundo dos ralis e neste caso, dos clássicos!
História longa e evolução contínua
O nome Escort foi um dos mais duradouros na gama europeia da Ford. Existiu entre 1967 e 2002 e só acabou substituído pelo Focus. Muitos de nós tivemos familiares e amigos com o mítico modelo lá por casa, o Ford Escort. Este substituiu o Anglia no final dos anos 60 e a esmagadora maioria das unidades que populavam as nossas estradas tinham motor 1100, o mais barato.
Contudo, foi nos anos 70 e 80 que a imagem desportiva da Ford ficou fortemente ligada aos ralis, ou seja, se a primeira imagem que te vem à cabeça quando pensas em Ford Escort envolve um rali de terra e um carro bastante atravessado, bem-vindo ao grupo…
Ford Focus RS. PESADELO na estrada!
Clubismos à parte, depois do ensaio ao Ford Focus RS o nosso coração ficou azul. Há automóveis que nos marcam e este foi um deles!
Para homologar e permitir melhores performances foram surgindo na gama versões mais potentes e desportivas. A primeira foi a 1300 GT com carburadores Weber e 63 cv, mas o grande salto dá-se em 1968 com o Ford Escort Twin Cam que permitiu a homologação em Grupo 2. Assistido pelo Team Palma um destes Twin Cam correu em Portugal pilotado pelo campeão Ernesto Neves.
Com um motor preparado pela Lotus de 1.5 litros e dupla árvore de cames à cabeça com 105 cv, este novo Twin Cam deu à Ford inúmeras vitórias em pistas e troços pelo mundo fora, como o Rali Londres-México.
A Vitória de Hannu Mikkola nesse rali forneceu o nome para mais uma edição desportiva do Escort, o México.
Depois do sucesso do Twin Cam a AVO (Advanced Vehicle Operations) substituiu-a pelo RS 1600 dotado de um novo motor Cosworth com 1.6 l e 115 cv. O facto da produção ser feita na AVO permitiu à Ford fazer várias modificações na carroçaria para maior rigidez bem como montar abas largas.
O último da linhagem
O último produto da AVO feito na 1ª geração do Ford Escort foi o RS 2000 que, como o nome indica, tinha um motor com 2 l de cilindrada. A potência recuou para os 100 cv, mas este RS 2000 marcou a estreia dos motores Pinto no Escort. A maior fiabilidade deste motor e o seu grande potencial de modificação fizeram dele uma opção muito eficaz e procurada em ralis.
Os motores Pinto fizeram também toda a 2ª geração do Escort na competição. Que o digam Ari Vatanen e o seu Escort Rothmans… mas isso é tema para outra semana!
Surpreendentemente é isso que hoje trazemos aqui. Esta unidade, na cor Olympic Blue, é um dos RS 2000 originais produzidos pela AVO, e tem várias modificações para competir em ralis clássicos, tais como um depósito suplementar de 60 litros, Rollbar e um Terratrip.
E é assim, no nosso troço de terra favorito que nos despedimos até à próxima semana…com um quarto de volante em contra-brecagem, ao volante deste Ford Escort RS2000!
Era ainda um excelente carro para trazer até um dos nossos eventos de automóveis clássicos, o Classic Cars Tour em junho, ou o Termas Centro Classic Cars em setembro. Se tens um clássico, vemo-nos por lá?
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