Não é novidade, nem é uma “pandemia” recente, mas é algo que já me dá que pensar… Não chegam os SUV, hoje temos todo um mercado paralelo desses automóveis de calças arregaçadas em todos os segmentos. B-SUV, SUVs compactos, SUVs médios, grandes SUVs… já temos até os hot-SUV e os SUVs desportivos. Este último então é, por si só, um contrassenso brutal. Terá isto um fim à vista?
Se eu quero ver o fim dos SUVs? Não, de todo! Sei reconhecer-lhes as mais valias que fazem deles modelos de sucesso. Entre elas a acessibilidade ao interior ou o à-vontade com que podem circular em estradas não asfaltadas ou mesmo fora de estrada. São estes, com as suas inegáveis mais-valias, que têm vindo a tirar o lugar de carrinhas, monovolumes e até dos desportivos.
De SUVs a desportivos versáteis!
E os nossos queridos e endiabrados pocket-rocket, que parecem também eles condenados a modelos como o Ford Puma ST ou o Hyundai Kauai N? OK, não deixam de ser desportivos de bolso, mas no meu tempo esses eram rebaixados para oferecer uma maior estabilidade. Agora é o contrário! Sobem-lhes a suspensão para aumentar a… versatilidade? Então mas não era um desportivo?
É um facto! Há modelos que hoje em dia que conseguem conciliar algo de desportivo com versatilidade. Será pelo verdadeiro significado de SUV (Sport Utility Vehicle)? OK, também não vejo nada de mal aqui. É a forma de democratizar o segmento para todos, pais de família, jovens que não querem abdicar de outras premissas, etc…
O meu “problema” é que ainda há quem goste deles (os tais pocket-rocket) tal e qual como eram antes – baixinhos, analógicos, e mais colados à estrada! Já nem falo das carroçarias de três portas, completamente em vias de extinção. No nosso artigo sobre os “pocket-rocket” que ainda podes comprar são poucos os modelos que ainda mantém esta versão. Até mesmo um Volkswagen UP GTI já tem de ter cinco portas!
Queria mais carros como o Toyota GR Yaris! É pedir muito? Sei que sim! Felizmente que, a meio caminho, ainda temos o Ford Fiesta ST ou o Hyundai i20 N.
O mercado das “pick-up” está em declínio acentuado. Nós explicamos porquê!
Depois do “boom” das pick-up em toda a Europa, são vários os construtores que anunciam a extinção dos seus modelos. Afinal, o que se passa?
Contra factos…
Independentemente do segmento, são os SUV que mais vendem. E contra factos… não há mesmo argumentos! Mas será que têm mesmo de ser assim tantos? Na nossa lista com todos os modelos 100% elétricos do mercado, contamos 25 modelos entre SUVs e crossover, o que corresponde quase a 50% da oferta. Se falarmos de híbridos plug-in, então mais de 50% do segmento são SUVs. Basta aceder à nossa secção de ensaios e ver os últimos ensaios que fizemos…
O que dizer quando um dos nomes mais icónicos do mundo automóvel, com mais de 50 anos de história e protagonista em inúmeros filmes e séries, passa de um “Muscle Car” a um crossover elétrico? É verdade! O Mustang também já tem “calças arregaçadas”… É o Mustang Mach E, mais um SUV! São estes que pagam contas e por isso torna-se inevitável, mas fica o meu desabafo!
E se vos disser que no outro dia vi um Mazda MX-5 também armado em SUV, acreditam?
Enquanto entusiasta e fã de outro tipo de conceito completamente antagónico, o que realmente me “preocupa” é que nem todos os construtores mantém as apostas em outros segmentos não-SUV, nomeadamente nos desportivos ou pequenos desportivos. Estará a sigla GTI, por exemplo, em vias de extinção?
Por outro lado o caso da Hyundai agrada-me! Se por um lado acaba de lançar mais um (adivinhem) SUV para o segmento B, bem como uma versão desportiva para o Kauai (num tal conceito novo que dá pelo nome de “hot-SUV”) por outro não deixa de parte projetos como o Hyundai i20 N! Fossem todas assim…